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AS CONCEPÇÕES DE CONHECIMENTO E INTELIGÊNCIA E A PRÁTICA DOCENTE

Por:   •  19/12/2017  •  Resenha  •  1.909 Palavras (8 Páginas)  •  894 Visualizações

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RESENHA

ANNE SULLIVAN UNIVERSITY

MESTRADO EM EDUCAÇÃO        POLO SÃO RAIMUNDO NONATO- PI

ALUNO GERSON PINDAÍBA DA SILVA

EPISTEMOLOGIA E DIDÁTICA: AS CONCEPÇÕES DE CONHECIMENTO E INTELIGÊNCIA E A PRÁTICA DOCENTE  

Nilson José MACHADO, São Paulo, Cortez Editora, 1995. 302 p

         Para uma melhor compreensão Machado, estruturou o livro Epistemologia e Didática em duas partes, sendo que a primeira aborda questões que se aproximam da Matemática e da Língua materna, busca uma articulação entre a generalidade e as especificidades da ações docentes. Apresenta os principais objetivos e o porquê da  escolha da Epistemologia e a Didática. Para ele duas questões contribuíram para esta escolha: A caracterização da inteligência como um espectro de competências e o conhecimento como uma rede de significado.

          Ainda na primeira parte o autor cita o nome dos nove artigos que serão trabalhos na segunda parte. Incute ao leitor que estes artigos podem ser estudados separadamente, mas que quando alinhavados apoiam –se mutualmente.

          Já na segunda parte, apresenta os nove artigos que compõem seu tralho, sendo que os mesmos abordam questões epistemológicas que visam a representação do conhecimento e da inteligência, e a especificidade das ações docentes. Os diversos temas articulam –se mutualmente e abrem –se para muitos outros, ou seja é uma teia que não se fecha, que não se pode completar.

                Segundo Machado, (p. 33) o discurso pedagógicos e as ações docentes são tributários de uma concepção do conhecimento e dos processos cognitivos. Os temas avaliação, planejamento, tecnologia educacional, interdisciplinaridade e currículo devem ser examinados de acordo com os aspectos epistemológicos.

          Neste sentido, a epistemologia é vista como uma concepção do conhecimento, como uma rede de significados, um espaço de representações, uma teia de relação que não se inicia na escola. Porém, espera que a partir da metáfora do conhecimento como uma rede, um amplo espectro de ações docente, seja redesenhado nas atividades didáticas.

           Para melhor compreender as relações entre conhecimentos e significados é necessário articula-las com outras concepções, tais como: as de linguagens, abstração, concretude, é preciso compreender as interdependências ingredientes como dados, informação, conhecimento, inteligência entre outros. A concepção de significado emerge naturalmente da concepção de linguagem. MACHADO ( p. 41 ) diz que a construção do significado é sempre uma ação de significado, de transformação de signo, de representar por um signo através de um processo de abstração.

          Segundo o autor, a construção do abstrato e do concreto no discurso pedagógico constitui um elogio acentuado na ascensão do concreto ao abstrato, pressupondo a maior simplicidade do concreto na relação com as construções teóricas “ abstratas” a julgar pelo esquema teoria\ exercícios, ou conteúdo \ aplicações, que predominam na pratica pedagógica de ensino, exceto nas séries iniciais. O caminho que conduz do abstrato ao concreto é amplamente hegemônico nas atividades escolares.

         Dentro desta perspectiva, percebe-se que as abstrações são condições de possibilidades de conhecimentos em qualquer área, são responsáveis pela organização de relações crescentemente significativas que passa a caracterizar uma realidade concreta, como uma teia mais complexa, mais rica viabilizando uma ação mais efetiva.

          Corroborando com as ideias de LEVY (1993) e GARDNER (1993), MACHADO trabalha com as concepções de inteligência e inteligência múltipla. Ele define inteligência como um espectro de competências, para ele um ser inteligente tem capacidade de mobilizar –se tendo em vista a realização de seus projetos. A noção de inteligência múltipla ou a concepção de inteligência como um espectro de múltipla competência tem –se revelada fecunda e iluminadora das ações docentes. A análise do espetro de competência conduz ainda o reconhecimento de outros pares complementares, como intrapessoal- interpessoal, ou o espacial corporal- cinestésico.

          O autor vê o ser cognoscente como uma rede complexa na qual os nós biológicos são redefinidos por técnicos, institucionais, culturais. A distinção feita entre um mundo objeto inerte e sujeito – substâncias que são os únicos portadores de atividade e luz está abolida. É preciso pensar em efeitos de subjetividade nas redes de interface e em mundos emergidos provisoriamente de condições ecológicas locais (p. 161).

          Neste sentido, além de divulgar informações teóricas de significações, visa “ capturar o mundo” delineando a importância  do conhecer a conhecer.

          Seguindo seu trabalho MACHADO, enfatiza novos temas quando apresenta os artigos “Dos conjuntos às alegorias: ao objetos matemáticos e representação do conhecimento” e Linguística e Matemáticas: das categorias gramaticas as categorias algébricas. Onde estabelece uma discussão mais clara na área da matemática e da linguística. Discute o significado da utilização de objetos matemáticos na representação do conhecimento. Examina o modo sintético e os caminhos que conduzem das categorias aristotélicas. Os novos objetos da matemática não se fizeram notar no terreno da linguística.

          Percebe – se que no percurso dos conjuntos da alegorias enquanto objeto matemáticos para a representação do conhecimento, paralelamente ao enriquecimento das técnicas, houve uma considerável transformação na ontologia subjacente à utilização dos correspondentes objetos, resultante das atenções docente.

         Nestes artigos, MACHADO enfatiza também os índices de interação mutua, de natureza simbólica entre a matemática e a língua. As categorias ou alegorias enquanto objetos matemáticos constituem apenas exemplos ilustrativos. A exploração da fecundação deste novos objetos no âmbito da linguística, especialmente na teoria da gramatica ainda está por ser realizada.(p.220).

           Segundo o autor, hoje existe um razoável consenso quanto ao fato de que matemática e a língua constituem  dois sistemas básicos  de representação da realidade, enquanto componentes curriculares, apresentam um notável  paralelismo  nas funções que desempenham, uma complementaridade nas metas que perseguem, uma imbricação nas questões fundamentais relativos ao ensino de ambas, entretanto, a despeito da especial importância  do eixo linguística \ logico \ matemático, não se pode perder de vista a multiplicidade  das formas de comunicação e expressão e a valorização da totalidade  do espetro  deve ultrapassar o nível do discurso, não se deixando ofuscar pelo fascínio  de uma polarização tão arraigada  em termos culturais (p. 106 ).

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