AS MEMÓRIAS E HISTÓRIAS DA MINHA VIDA
Por: Lu Souza • 19/6/2018 • Trabalho acadêmico • 1.583 Palavras (7 Páginas) • 169 Visualizações
UNIVERSIDADE DE UBERABA
GISELY DÔRES CUNHA
MEMÓRIAS E HISTÓRIAS DA MINHA VIDA
UBERLÂNDIA-MG
2016
GISELY DÔRES CUNHA
MEMÓRIAS E HISTÓRIAS DA MINHA VIDA
Trabalho apresentado à Universidade de Uberaba, como parte das exigências de conclusão da disciplina Prática Pedagógica I.
UBERLÂNDIA-MG
2016
“Toda criança que um dia fica” grande”
e “vira” uma pessoa adulta”,
carrega pela vida a fora
o menino ou menina que ela foi antes.”
Paulo Freire
CAPÍTULO I
MINHAS RAÍZES
Sou a filha primogênita de Edson Cunha e Valéria Felipe Cunha, nasci em uma família humilde e com muitas dificuldades e conflitos familiares, morávamos na época uma fazenda no município de Patrocínio - MG.
Meu pai foi e é um homem admirável, um incansável trabalhador. Só estudou até a 4 série, mas sempre teve um raciocínio lógico e capacidade empreendedora invejável e nunca nos deixou faltar nada. Minha mãe nunca gostou de estudar, sabe ler e escreve com dificuldade. Ela nos conta que no início da adolescência estudava a noite em uma escola ao lado da casa onde morava para trabalhar como empregada doméstica, na hora do recreio quando os outros alunos iam lanchar, brincar e conversar, ela ia até a casa onde trabalhava para lavar a louça do jantar. Acredito que este seja um dos motivos que impede que ela tenha boas lembrança da época da escola.
Nos mudamos para a cidade de Monte Carmelo quando eu tinha cinco anos e meu irmão do meio tinha um ano. Fomos morar em um bairro periférico, em uma casa nos fundos da casa da minha avó paterna. Minha avó havia ficado viúva recentemente, com ela morava minha tia com três filhas pequenas. Diante da perda do meu avô, meu pai resolveu mudar-se para perto delas a fim de ajudá-las pois não tinham mais uma figura masculina na casa.
Meu pai trabalhava na colheita de café e minha mãe em uma ONG (creche).
A casa que morávamos era muito simples, tinha apenas um quarto. Então eu dormia na sala e meu irmão com meus pais. Depois que meu irmão cresceu um pouco minha mãe comprou um beliche e passamos os dois a dormir na sala.
Em 1990 entrei no Pré Escolar, estudava em um anexo da Escola Municipal Francisco Campos que ficava no prédio onde funcionava a ONG que minha mãe trabalhava. Morávamos em frente. Eu era muito tímida e tive um pouco de dificuldade de me adaptar. Minha professora era a Dona Abadia, uma mulher jovem, baixinha, de cabelo bem liso e preto. Ela era muito brava e gritava bastante, mas foi com ela que aprendi a ler e a escrever.
Quando entrei na 1ª série, fui para a sede da Escola Municipal Francisco Campos, e lá cursei até a 4ª série. Foi uma nova experiência, a escola era maior, tinha muitos alunos e eu ficava muito assustada com tanto tumulto. Na 1ª série especificamente foi um ano muito difícil para mim, pois estava com 7 anos e fui para uma sala onde tinha somente mais duas crianças da minha idade, o restante eram todos repetentes e bem mais velhos, com 14 e 15 anos. Por mais que minha professora dona Silvânia tentasse amenizar e contornar a situação, sempre tínhamos problemas por conta da diferença da faixa etária. Apesar de tudo eu era um ótima aluna e por isso a professora sempre pedia para eu ajudá-la e eu me sentia muito importante por isso. Nesta escola tive ainda na 2 série a professora Irani, na 3 série a professora Cátia e na 4 série a professora Inara. Gostava muito de estudar nesta escola, fiz muitos amigos. Lembro com carinho de uma situação que me marcou bastante: aconteceu um concurso de redação na escola entre as turmas de 3 série, a melhor redação estaria na prova de português do 4 bimestre de todas as turmas da 3 série e os alunos só saberiam no momento da prova quem foi que ganhou. Quando minha professora foi me entregar a prova ela me olhou e sorriu. Quando vi a prova minha redação estava lá. Fiquei muito feliz e orgulhosa de mim mesma. Quando estava na 4 série minha família recebeu um lindo presente: meu irmão mais novo nasceu!
CAPÍTULO II
METAMORFOSE
Da 5 ao início da 7 serie tive que ir estudar em outro bairro, pois no meu não tinha escola que oferecia estas séries. Fui para a Escola Estadual Clara Chaves. Ia para a escola todos os dias de ônibus. Minha disciplina preferida sempre foi língua portuguesa, mas na 5 série minha professora preferida era a de matemática dona Eliza, um doce de pessoa, muito educada e explicava super bem. Na 6 serie gostava também da professora de matemática, a Raquel, ela era muito brava e um dia me mandou para a diretoria porque um colega que sentava atrás de mim me falou umas "gracinhas" e eu comecei a rir e não conseguia parar. Neste dia chorei muito e me senti muito envergonhada. Mas continuava gostando dela, pois era impossível não aprender quando ela ensinava. Nesta época estudava de manhã e a tarde cuidava da casa e dos meus irmãos.
No inicio da 7 serie tive uma desagradável surpresa: Nós iríamos nos mudar de cidade. Voltamos para Patrocínio. Fiquei muito triste, pois eu não queria ir.
Fomos morar em um bairro periférico, já que era onde o aluguel era mais barato. Não conseguimos vaga no bairro, então eu fui estudar na Escola Estadual Dalva Stela de Queiroz e meu irmão na Escola Municipal Dona Mulata. Íamos todos os dias de ônibus, eu de manhã e meu irmão do meio à tarde. Meu irmão mais novo ficou um tempo com minha prima até conseguirmos vaga na creche do bairro, então todo dia chegava da escola e buscava ele na casa dela. Nesta época minha mãe trabalhava como empregada doméstica e meu pai em uma empresa de estruturas metálicas.
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