AS POLÍTICAS DO BANCO MUNDIAL PARA A EDUCAÇÃO: CONTEXTO POLÍTICO, ECONÔMICO E SOCIAL: FÓRUM MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO EM DAKAR.
Por: ClauCruz • 5/3/2019 • Trabalho acadêmico • 7.088 Palavras (29 Páginas) • 305 Visualizações
UNESPAR – CAMPUS FAFIPAR
CURSO - PEDAGOGIA
CLAUDIANE CRUZ
AS POLÍTICAS DO BANCO MUNDIAL PARA A EDUCAÇÃO: CONTEXTO POLÍTICO, ECONÔMICO E SOCIAL.
FÓRUM MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO EM DAKAR.
2º ANO – DIURNO
I SEMESTRE
PARANAGUÁ
2012
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 3
2 BANCO MUNDIAL 4
2.1 Histórico 4
2.2 Política Hegemônica 4
2.3 O Comprometimento do Banco Mundial com a Educação 4
2.3.1 Financiamento da Educação no Brasil 7
3 CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO PARA TODOS 9
4 FÓRUM MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS 9
4.1 Planos de Ação Regionais 13
4.2 O Brasil no Fórum Mundial de Dakar 13
5 EFEITOS DO FÓRUM DE DAKAR NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA 17
5.1 Eliminar Disparidades de Gênero no Ensino Primário e Secundário até 2005 e; Alcançar Igualdade de Gênero na Educação até 2015 17
5.2 Garantir que Todas as Crianças Tenham Acesso a Educação Primária Gratuita e de Boa Qualidade e; Melhorar em 50% os Níveis de Alfabetização de Adultos até 2015 19
5.3 Formação de Professores Pós-Dakar 20
6 CONCLUSÃO 23
1 INTRODUÇÃO
Quando 155 nações se reuniram em Jomtien, na Tailândia para a Conferência Mundial de Educação Para Todos, em 1990, o fizeram com um objetivo em comum: erradicar o analfabetismo, fornecer educação à todas as crianças em idade escolar e, através desta, aumentar o crescimento econômico dos países considerados em desenvolvimento ou subdesenvolvidos.
Para que isso acontecesse, foram estabelecidas metas e planos de ação, suporte às políticas educacionais dos países necessitados, através do financiamento. No entanto, mesmo com todo o envolvimento da UNESCO e do Banco Mundial no desenvolvimento de políticas educacionais durante toda a década de 1990, muitos países, em especial aqueles da África Subsaariana, continuaram em grande atraso educacional.
Em vista disso, uma nova reunião foi convocada e assim, aconteceu no ano 2000, o Fórum Mundial de Dakar, que contou com 164 países e 1100 participantes. Ali, os novos rumos da educação mundial foram estabelecidos, entre eles a inclusão dos menos favorecidos (sobretudo as mulheres), a importância da alfabetização de jovens e adultos e da formação adequada de professores. Com um novo prazo para que as metas sejam atingidas: 2015.
O Brasil, uma das nações do E-9 – grupo dos 9 países com o maior índice de analfabetismo do mundo – participou do Fórum e apresentou o Relatório EFA 2000. mesmo com melhoras e a adoção de políticas pré-estabelecidas pelo Banco Mundial, o Brasil não conseguiu alcançar sucesso significativo.
Após o Fórum, novas políticas no país foram estabelecidas, em especial no que diz respeito à formação do professores, o que não fez com que a qualidade no ensino aumentasse. Hoje, 12 anos apões esta reunião, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer.
E é neste contexto que este trabalho se apresenta, abordando desde a influência do Banco Mundial nas políticas econômicas mundiais (principalmente no Brasil), passando pela Declaração Mundial da Educação Para Todos, com foco no Fórum Mundial de Dakar e seus efeitos para a educação nacional.
2 BANCO MUNDIAL
2.1 Histórico
O Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) foi criado após a Segunda Guerra Mundial com o objetivo de oferecer crédito aos países por ela devastados. Com o sucesso na sua atuação, estabeleceu seu ponto de investimentos nos países em desenvolvimento, utilizando juros de crédito mais baixos, tendo em vista que países muito menos desenvolvidos que os europeus, não suportariam as mesmas condições dos financiamentos.
A Sociedade Financeira Internacional (SFI), criada em 1956 e que com financiamentos do setor privado promove investimentos em países em desenvolvimento, une-se ao BIRD, formando o Grupo Banco Mundial.
Este grupo é uma agência independente da ONU e atua como “articulador da relação econômica entre os países do terceiro mundo” (FONSECA, 1998). O objetivo principal do Grupo é reduzir a pobreza e as desigualdades através do investimento em saúde e educação básica, além da cooperação ao crescimento econômico dos países em desenvolvimento e apoio à iniciativa privada.
2.2 Política Hegemônica
Ao final da Segunda Guerra Mundial os Estados Unidos da América ascenderam como potência econômica e militar. Este novo status lhes proporcionou a alavancada para a soberania que passaram a exercer desde então.
O Banco Mundial tem suas políticas definidas por cinco países: EUA, Alemanha, Japão, França e Reino Unido, tendo em vista que são os principais investidores e financiadores. No entanto, quem toma as principais decisões é seu principal investidor, EUA. O Banco Mundial tem sede em Washington (Capital dos Estados Unidos) e seu presidente é indiretamente indicado pelo Presidente Americano, deixando claro o tom nada democrático de suas relações, evidenciando uma política unilateral.
É através deste tipo de instituições internacionais que os EUA mantém sua hegemonia enquanto potência, usando o
princípio do multilateralismo – que assume a forma de organismos internacionais – para estabelecer a ordem mundial, bem como sua posição privilegiada na ordem internacional criada por esses organismos. (IKENBERRY, 2003 apud RACHED, p. 17)
Dessa forma, o investimento e participação na organização destas instituições, além de trazer benefícios políticos e concentração de poder, trazem ainda lucros constantes, caso do Banco Mundial que
tem se constituído como auxiliar da política externa americana, (...) cada dólar que chega ao Banco Mundial mobiliza em torno de 1000 dólares na economia americana e cada dólar emprestado significa 3 dólares de retorno. (SHIROMA, p. 73).
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