AS contribuições da intervenção da psicologia do esporte em crianças com TEA
Por: ascamargo • 21/10/2021 • Trabalho acadêmico • 4.865 Palavras (20 Páginas) • 100 Visualizações
TÍTULO
AS CONTRIBUIÇÕES DA INTERVENÇÃO DA PSICOLOGIA DO ESPORTE EM CRIANÇAS COM TEA
CAMARGO, Adriana Somogyi (1)
VARA, Maria de Fátima Fernandes (2)
RESUMO
Este artigo tem como objetivo, abordar as contribuições da intervenção da Psicologia do Esporte visando à inserção social, diminuição da exclusão e contribuição para a formação de cidadãos capazes de levar o aprendizado que o esporte proporciona para os outros âmbitos da vida, sobretudo no que diz respeito às crianças com Transtornos do Espectro Autista (TEA).
Sendo abordada a atuação do psicólogo diante de um processo de intervenções para melhoria e avanço da aprendizagem e socialização da criança com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e os recursos que podem ser utilizados no desenvolvimento comportamental e cognitivo dessas crianças. Recursos tais como o ABA e o TEACCH, que tem como objetivo analisar e explicar a associação entre o ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem. O TEACCH apóia o portador de autismo em seu desenvolvimento para ajudá-lo a conseguir chegar à idade adulta com o máximo de autonomia possível. Isto inclui ajudá-lo a compreender o mundo que o cerca através da aquisição de habilidades de comunicação que lhe permitam relacionar-se com outras pessoas, oferecendo-lhes, até onde forem possíveis, condições de escolher, de acordo com suas próprias necessidades. Desta forma compreende-se que o psicólogo, especialmente o psicólogo do esporte através de capacitação e orientação encontra-se apto a atuar no desenvolvimento cognitivo e comportamental dos portadores TEA. Para elaboração desde artigo realizamos uma pesquisa bibliográfica, qualitativa, de cunho exploratório, buscando apresentar a contribuição da mediação do psicólogo do esporte em crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Foram utilizadas obras clássicas, bem como artigos nacionais. [a]
Palavras-chave: Autismo. Psicologia. Esporte. Aprendizagem. Estímulos.
1 INTRODUÇÃO
Conforme o dicionário Michaelis, esporte pode ser definido como “o conjunto das atividades físicas ou de jogos que exigem habilidade, que obedecem a regras específicas e que são praticados individualmente ou em equipe” (2017).
Conquanto, o TEA (Transtorno do Espectro Autista), de forma denominada pelo DMS-5, o Manual de Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, também conhecido sua pela denominação antiga (DSM IV): autismo (Manual diagnostico e estatístico de transtornos mentais 5° edição, DSM-5 DE 2014).
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno neurológico que afeta o processamento de informações no cérebro, alterando a forma como as células nervosas e suas sinapses se conectam e se organizam, e que de forma geral afeta o desenvolvimento geral do ser humano, os sintomas são complexos e ainda há muito a ser descoberto, porém é certo que afeta e repercute o padrão evolutivo-comportamental. Houve um avanço grande nos últimos anos, entretanto, ainda há muito a ser descoberto sobre a etiologia. A psicologia clínica é extremamente importante nestes casos de TEA, uma vez que por meio dela, é possível analisar cada indivíduo como único, e quais são os melhores métodos para aquele indivíduo em questão, no que diz respeito à aprendizagem e convívio social. Assim sendo, o acompanhamento especializado faz com que este tenha um melhor desenvolvimento, tanto no âmbito social, como no aprendizado. Vale ressaltar que todas as pessoas envolvidas com essa criança devem participar deste processo de ensinamento, tornando mais fácil para esse indivíduo o aprendizado (MENEZES, ET AL. 2015).
O número de pessoas com TEA têm aumentado a cada ano, estima-se que uma a cada 50 crianças nos EUA, com idade entre 6 e 12 anos é diagnosticada com tal transtorno. No Brasil não há um número certo, mas é fato que vem aumentando, em parte este aumento surge por maiores informações sobre o transtorno, e também ferramentas para identificação precoce (CAMARGO & RISPOLI, 2013).
Na maioria das vezes em que falamos em autismo, nos referimos ao trabalho e intervenção com profissionais como: psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Porém, a mediação psicológica no esporte também se faz necessária, pois as habilidades acadêmicas, motoras e sociais ficam em defasagem, atrapalhando o desenvolvimento da criança no ambiente escolar.
As contribuições dos jogos com regras para o aprendizado é um tema recorrente entre vários autores. Piaget (1976), aonde ressalta a importância dos jogos com regras. Pois é uma atividade para desenvolvimento de esquemas anteriores para a vida cotidiana .Na qual através do jogo se exercita para a vida social, absorvendo o conteúdo para entender seus desejos e fantasias. As crianças se desenvolvem enquanto aprendem, através dos conceitos que envolvem os jogos com regras: jogador, adversário, objetivo, regras, interatividade, condição de vitória e condição de derrota.
Piaget (1995) propõe que os jogos podem ser estruturados basicamente segundo três formas de assimilação: exercício, símbolo ou regra. O jogo na obra de Piaget reveste-se de grande importância. Por intermédio dele, determinados temas teóricos foram investigados. Piaget utilizou-se do jogo “Torre de Hanói” para explicar o processo de tomada de consciência, caracterizado pela relação entre o fazer e o compreender.
A importância dos jogos de regras como ferramenta da psicologia dos esportes em crianças com TEA demonstrar o quanto a atividade promove tanto à estimulação física quanto a mental.
Qual a importância do jogo de regras como recurso na ação psicológica? De que maneira os jogos de regras podem se tornar uma ferramenta de mediação e como eles podem contribuir nesse processo de mediação?
Sendo a psicologia uma área que trabalha com o processo de aprendizagem e suas dificuldades, deste modo se torna relevante que os profissionais busquem recursos diversos para desenvolver atividades que contribuam para a aprendizagem, socialização e independência dos sujeitos. Dentre estes, temos os jogos e brincadeiras, a informática, a música, os desenhos e tantos outros recursos importantes utilizados no espaço psicopedagógico para o desenvolvimento cognitivo. (GUIMARÃES; 2012)
...