Antropologia Filosoficas e Copncepções Pedagógicas
Por: LarissaLindolpho • 16/5/2015 • Trabalho acadêmico • 1.769 Palavras (8 Páginas) • 226 Visualizações
Antropologia filosófica
O termo antropologia origina-se do grego anthropos (homem) e logos (teoria, ciência), portanto significa teorias a respeito do ser humano.
Antropologia filosófica procura conferir ao estudo filosófico do homem e do lugar que este ocupa no mundo. É um ramo da filosofia que investiga a estrutura essencial do homem, no entanto, este ocupa o centro da especulação filosófica. É uma antropologia de essência e não de características humanas.
Dentro dela destacam-se:
A Antropologia científica que pode ser física ou cultural. Sendo que a primeira estuda a evolução humana como corpo físico ou animal, ao longo do tempo. E a segunda refere-se às
diferenças culturais sob os mais diversos aspectos, como relações familiares, estruturas de poder, costumes, tradições, linguagens, etc.
E a Antropolofia filósofica que se trata da investigação sobre o conceito que o ser humano faz de si mesmo, de suas faculdades, habilidades e ações que orienta sua vida, ao responder a questão: O que é o ser humano?
Queremos então dizer que as duas antropologias , científica e filosófica, diferem não somente em método, mas também em objeto. A ciência se ocupa da classe dos humanos, enquanto que a filosofia se ocupa da propriedade da humanidade, ou do conceito de humano.
No decorrer da história a educação do homem esteve em um entrave de concepções, temos a essencialista, naturalista e histórico- social.
- Concepção essencialista: Essência do homem que é voltada para um modelo a ser atingido pela educação. A educação nesse período ficou entorno do próprio filosofar e não do projeto específico, educar estava focado para a perfeição. Um exemplo disso são os filósofos sofistas - Grécia, séc. V a.C. - , eram educadores, mas quando ensinavam, focavam- se na formação do homem público.
- Concepção naturalista: em plena era científica, teve enfoque o conceito de humanidade, chamado de século do método, que se caracterizou como uma nova maneira de pensar, tanto na filosofia com Descartes e Locke como na ciência, com Galileu e Newton. Para Descartes, por exemplo, com seu racionalismo, deu uma nova concepção da relação entre corpo e espírito. O ser humano é dividido em duas partes, duas substâncias: O corpo, substância extensa de natureza material. E o espírito, substância pensante.
- Concepção histórico- social: Concepção contemporânea, seguindo as linhas desde Rousseau até Hegel. Podemos dizer que Rousseau exerceu grande influência ao revolucionar as teorias pedagógicas, procedendo a uma “ revolução copernicana” na educação, modificando o modo tradicional do processo, fixado no mestre para o discípulo. Hegel também contribuiu ao desenvolver a idéia de filosofia de devir, em que se acredita no ser como processo, movimento, mudando assim um pouco a ideia da antropologia: o ser humano pensado como ser-no- tempo.
Já Marx, contesta o idealismo de Hegel, transformando - o em materialismo, negando o ser abstrato do essencialistas, fixa o ser concreto, apoiando- se também nas ideias Hursserl e Sartre. Hursserl modificou a noção clássica de conhecimento, enquanto Sartre acreditava que o ser humano era um ser-para-si , capaz de construir sua própria existência.
Tais concepções influenciaram de modo permanente o ideário pedagógico contemporâneo, deixa- se de lado o essencialismo e passe-se para a integração do homem ao ser social, com interação na sociedade, inclusive ante forças de poder.
Pedagogia nos séculos XVIII e XIX
Para se entender o que houve na pedagogia nos séculos XVII e XIX, é preciso que se entenda o que foi o Iluminismo, um grande movimento da época que trouxe diversas mudanças, inclusive na pedagogia. O século XVIII é conhecido também como século das Luzes, Esclarecimento ou Filosofia das Luzes. Resumidamente, o Iluminismo foi um movimento intelectual que acreditava no uso da razão - luz - , pregando liberdade econômica e política, antropocentrismo e poder e avanço da burguesia.
O movimento Iluminista refletiu sobre diversos aspectos da vida em sociedade e um deles foi a educação, onde se acreditava que o somente através da razão científica, o homem seria capaz de possuir o verdadeiro conhecimento, e consequentemente a felicidade. Defendia a idéia de que a escola deveria ser leiga/ laica, sem interferência direta da Igreja (que na visão dos pensadores causava uma espécie de alienação, trevas) e de poder exclusivo do Estado. O conteúdos a serem ensinados deveriam ser mais científicos, técnicos e não mais humanísticos.
Alguns fílósofos se empenharam para que a educação e razão se desenvolvessem, dentre eles podemos destacar Rousseau, Kant, Pestalozzi, Herbart e Nietzsche.
Concepção pedagógica de Rousseau
O filósofo Jean- Jacques Rousseau, publicou diversas obras neste período, entre elas destacam-se: Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens , O contrato Social - com enfoque em política - , e Emílio ou da educação(1762).
Em sua obra, Emílio ou da educação, defende a igualdade na educação, uma educação naturalista, que precisa ser igualitária, atingindo a todos. Essa mesma educação seria livre, sem projeções para o futuro, a criança sendo ela mesma o dono de si, agindo por sua própria natureza. Rousseau divide a aprendizagem(razão) em duas grandes dimensões: Razão Sensitiva, onde a criança está ligada mais às emoções e instintos. E a Idade da Razão, que tem início aos quinze anos de idade, onde o jovem vai começar a ter contato com a chamada educação moral, onde Rousseau acredita que há o contato com a razão verdadeira, podera observar o mundo ao redor e tomar suas próprias escolhas, inclusive na questão religiosa, onde se acredita que o jovem já está maduro para ser instruído sobre Deus sem qualquer influência ou idolatria.
O papel do educador para Rousseau, é que não interfira na evolução e desenvolvimento natural de seu aluno, mas que ao mesmo tempo, seja capaz de ensina-lo, sem impor-lhe qualquer tipo de saber, a lidar com seus desejos, e consequentemente aprendendo a respeitar os limites para se tornar um adulto capaz de viver em sociedade e relacionar- se com ela.
Resumindo, Rousseau dá um novo valor à infância, valor esse que havia sido esquecido e corrompido por uma educação autoritária que existia na época.
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