Análise da Música "Fábrica"
Por: γραψιελα μεδινα • 24/10/2017 • Resenha • 726 Palavras (3 Páginas) • 4.231 Visualizações
Fábrica
(Legião Urbana)
Nosso dia vai chegar
Teremos nossa vez
Não é pedir demais
Quero justiça
Quero trabalhar em paz
Não é muito o que lhe peço
Eu quero um trabalho honesto
Em vez de escravidão
Deve haver algum lugar
Onde o mais forte
Não consegue escravizar
Quem não tem chance
De onde vem a indiferença
Temperada a ferro e fogo?
Quem guarda os portões da fábrica?
O céu já foi azul
Mas agora é cinza
O que era verde aqui
Já não existe mais
Quem me dera acreditar
Que não acontece nada
De tanto brincar com fogo
Que venha o fogo então
Esse ar deixou minha vista cansada
Nada demais
A partir da análise da música:
1. Aponte os conceitos, elaborados por Marx, presentes na composição.
A letra da música condiz com o momento atual e vigente (em todos os tempos) de luta de classes na qual a classe dominada (proletariado) consciente de sua situação deseja uma relação mais justa enquanto à valoração de seu trabalho por parte da classe dominante (burguesia) que extrai a mais-valia do trabalho honrado, desvalorizando-o e tornando-o em escravo pois não existe liberdade de escolha no sistema capitalista. (1º e 2º parágrafo)
Em algum lugar após a luta de classes deverá existir um sistema diferente do capitalista no qual a diferença de classes seja revertida. (3º parágrafo)
A indolência (indiferença) que faz parecer a situação como algo normal já era percebida por Marx que explicava que as ideias dominantes e alienantes de uma época são as ideias da classe dominante, que afetam a consciência das pessoas, levando-as à aceitação e até justificação da situação como se fosse normal. Pensar que o capitalismo é a única e melhor opção possível (falsa consciência), pois afinal quem guarda os portões das fábricas são os próprios proletários e cabe a eles criar consciência e reverter sua situação. (4º parágrafo)
O crescimento das fábricas e da produção industrial trouxe para além de contaminação, um futuro gris (escuro e triste) para a classe dominada com divisão do trabalho e apropriação dos meios de produção injustos (realidade vivida por Marx no seu tempo que persiste até nossos dias). (5º parágrafo)
Uma revolução por parte do proletariado traz consequências drásticas: repressão ou reversão das diferenças sociais com obtenção do bem-estar coletivo caso atinjam o poder (emancipação do sistema capitalista). (6º parágrafo)
Ironicamente depois da percepção da injusta realidade em volta e de chamar à revolução, o cansaço ao final da jornada leva à aceitação da situação com a expressão “Nada demais” (falsa consciência). (7º
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