As Libras - Metodologia na Química
Por: Michelle Paula • 13/12/2017 • Trabalho acadêmico • 884 Palavras (4 Páginas) • 310 Visualizações
Ensinar Química no ensino médio e até mesmo nas universidades é algo que ocorre na sua maioria de forma tradicional. Aonde o professor expõe sua aula no intuito de transmitir conhecimento. O método de avaliação normalmente são provas escritas e trabalhos escritos ou apresentados e isso até pouco tempo era suficiente, mas entrou em vigor a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/96) em que todos os alunos com necessidades especiais devem receber educação escolar na rede regular de ensino, com serviço especializado para atendê-los. No caso de alunos surdos, a política de interação/inclusão reconhece que as especificidades da língua, dificultam sua aprendizagem no ensino regular. Ocorre apenas a inserção deles na escola sem a preocupação e o preparo com práticas pedagógicas que possam auxiliar na educação de surdos, pois prevalece um modelo pedagógico oralista (Machado, 2006) ¹.
Com o Decreto n° 5.625/05 que regulamentou a lei 10.436/2002. Libras se tornou um conteúdo obrigatório para os cursos de licenciatura. Ou seja, os professores terão que ter uma disciplina de Libras para aprenderem a lidar com possíveis alunos deficientes auditivos. O problema é que professores estão saindo das faculdades despreparados pois os surdos utilizam principalmente a LIBRAS (língua gestual- visual) e os ouvintes utilizam sua modalidade oral. Isso acabou se tornando um empecilho na aprendizagem dos alunos surdos e muitos métodos e materiais didáticos estão sendo criados para favorecer a aprendizagem do surdo e para trabalhar a complexidade da linguagem científica.
Existem diversos conteúdos Químicos com materiais didáticos apropriados para os deficientes auditivos como por exemplo a Tabela Periódica Interativa. Aonde se encontra uma tabela no formato cúbico que tem um lado possui seu formato normal e do outro os elementos e seus números atômicos, números de massa e todas as suas especificações na linguagem dos sinais.
Abaixo será citado um projeto aonde três metodologias foram utilizadas em uma sala de aula para avaliar qual seria a melhor maneira de se trabalhar com alunos deficientes auditivos e ouvintes:
Três metodologias foram aplicadas em uma sala do primeiro ano do Colégio Estadual Idalice Nunes da cidade de Guanambi - BA. Aonde na primeira semana ministrou-se uma aula expositiva. Os alunos ouvintes acompanhavam a aula pela exposição da professora e os Deficientes Auditivos por meio da tradução da intérprete do português para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Na segunda semana, optou-se por uma aula experimental demonstrativa com materiais usados no cotidiano em oposição aos reagentes químicos usados comumente nos laboratórios. Na terceira semana realizou-se uma aula, no laboratório de informática, utilizando-se um programa que permite construir estruturas de moléculas.
Ao final de cada aula foi aplicada uma atividade de verificação da aprendizagem com a presença da intérprete para posterior avaliação de aprendizagem
Após a correção das três atividades aplicadas ao final das aulas, pode-se perceber que os alunos ouvintes tiveram um desempenho melhor do que o dos deficientes auditivos na primeira atividade, com índice de acertos de 76% para os ouvintes e de 48% para os surdos. Já na segunda e terceira atividades, os surdos apresentaram um desempenho muito mais significativo em relação aos ouvintes, demonstrando um nível de abstração e de compreensão visual bastante acentuado com 87% de acertos contrapondo os 63% dos acertos dos ouvintes. E na terceira atividade, o nível de compreensão foi bastante próximo, mas os surdos ainda obtiveram desempenho superior com 92% de acertos e os ouvintes com 89,7% de acertos.
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