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As Regras do Método Sociológico – Emile Durkheim

Por:   •  25/9/2016  •  Resenha  •  530 Palavras (3 Páginas)  •  2.619 Visualizações

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Texto:  As Regras do Método Sociológico – Emile Durkheim

O objetivo de Durkheim é demonstrar que pode e deve existir uma sociologia objetiva e científica, tendo por objeto o fato social. Para que haja tal sociologia, duas coisas são necessárias: que seu objeto seja específico, distinguindo-se do objeto das outras ciências, e que possa ser observado e explicado de modo semelhante ao que acontece com os fatos observados pelas outras ciênciasEsta dupla exigência leva às duas fórmulas que servem de fundamento para a metodologia de Durkheim: é preciso considerar os fatos sociais é toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda, toda maneira de fazer que é geral na extensão de uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria, independente de suas manifestações individuais.

Para Durkheim, a observação dos fatos sociais seguem quatro conceitos:

  1. Os fatos sociais devem ser tratados como COISAS. Para Durkheim, "é coisa tudo aquilo que é dado, e que se impõe à observação".
  2. Uma segunda concepção importante no método sociológico de Durkheim, é de que, para ele, o sociólogo ao estudar os fatos sociais, deveria despir-se de todo o sentimento e toda a pré-noção em relação ao objeto.
  3. Terceiro, o pesquisador deveria definir precisamente as coisas de que se trata o estudo a fim de que ele saiba bem o que está em questão e o que ele deve explicar.
  4. E quarto, a sensação, base do método indutivo e empirista, pode ser subjetiva. Por isto, deveria-se afastar todo o dado sensível que corra o risco de ser demasiado pessoal ao observador.

Durkheim cita frequentemente Spencer, Tarde e até Comte, de quem ele aproveita parte do pensamento, como exemplos da sociologia sem objeto, ou com um objeto dissonante e mal definido. Desta forma a sociologia acabava presa ao senso comum na medida em que o objeto não era definido de forma clara e acabava por ser impregnado de pré-noções.

Durkheim transforma os tratados exposto por Comte de como fazer uma ciência social na sociologia, demonstrando que Comte explicou, mas não efetivou a ciência social. Por exemplo, ao estudar “o progresso da humanidade no tempo” Comte toma como objeto de estudo não uma coisa, como é o fato social e como ele mesmo já assumia como necessidade ao dizer que “os fenômenos sociais são fatos naturais, sujeitos a leis naturais”, mas sim uma ideia. A ideia de que humanidade evolui continuamente se aperfeiçoando. Desta forma Comte não está estudando um fato social, definindo-o claramente, e sim estudando uma ideia, impregnada de pré-noções.

Se nem mesmo Comte, um pensador cujo auxílio foi essencial à Durkheim, conseguiu fazer uma ciência social isenta, fica claro que essa não é uma tarefa fácil. A sociologia dessa forma se mostra como uma ciência que exige muito mais método do que se imaginara até então. Ao estar imerso no seu campo de estudo, ao ser o pesquisador parte do meio pesquisado, cabe a ele se distanciar o máximo possível sabendo ser essa distância limitada. É ai que reside a grande importância das regras de Durkheim. Elas facilitam o contato do pesquisador com o objeto de pesquisa, ao defini-lo, aprofundá-lo e livrá-lo de pré-noções.

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