As artes cênicas inseridas dentro da educação infantil
Por: rzago • 13/10/2015 • Artigo • 3.443 Palavras (14 Páginas) • 1.082 Visualizações
AS ARTES CÊNICAS INSERIDAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA
Rita de Cássia Zago Molina[1]
Professor Dr. Nei Nordin[2]
neinordin@gmail.com
Resumo
O artigo tem como objetivo apresentar e discutir o desenvolvimento de novas práticas de ensino que ocorrem através da inserção das artes cênicas nas disciplinas em escolas especiais e inclusivas. Por meio da pesquisa bibliográfica realizada, pode-se perceber que esta integração entre artes e educação resulta em um processo satisfatório no desenvolvimento da aprendizagem em sua totalidade, além de tornar a aula mais divertida e de fácil compreensão. Partindo do referencial teórico, o presente trabalho busca apresentar novas alternativas para os profissionais da educação, que promovam a união entre sociedade e escola.
Palavras-chave: Educação Especial. Artes. Inclusão Escolar.
1 INTRODUÇÃO
Trabalhar as Artes Cênicas na Educação Especial e Inclusiva tem como finalidade aperfeiçoar o trabalho desenvolvido pelos profissionais da educação.
O ensino de artes entra como componente curricular na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Educação Profissional, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) Lei 9.394, de20/12/96, artigo 26, parágrafo 2º: “O ensino de arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”. (BRASIL, 1997, p. 32).
Com o surgimento da Educação Especial Inclusiva, o professor teve de adotar uma postura diferenciada diante de seus alunos. Partindo do pressuposto de que a partir daquele momento estaria diante de diferentes tipos de deficiências, síndromes e transtornos, o educador se depara com a necessidade de mudanças na forma de conduzir sua aula. Tais mudanças ocorrem a partir da premissa de que não se está à frente de uma turma homogênea, mas sim diante de um grupo totalmente heterogêneo, com capacidades e limitações diferentes uns dos outros, que necessitam serem levadas em consideração pelo educador, possibilitando a socialização do grupo como um todo.
A Educação Inclusiva é uma conquista indiscutível. No contexto da inclusão, o ensino das Artes apresenta possibilidades importantes na busca de caminhos efetivos para que todos os alunos, sobretudo aqueles com necessidades especiais, possam vivenciar expressões, contribuindo para a construção do conhecimento e o exercício pleno da cidadania, sem discriminações. (BRASIL, 2002).
Ensinar Artes na Educação Especial Inclusiva assegura ao aluno o aprendizado aberto à diversidade, tornando possível a inserção dos mais diversos campos das Artes Cênicas, através da união com o conteúdo a ser desenvolvido, conforme a grade curricular correspondente a cada aluno.
Por meio de atividades diferenciadas para os alunos com deficiência, são desenvolvidas estratégias visando à aprendizagem e melhorando a formação escolar dos alunos. Assim, o trabalho concomitante dentro de uma escola regular, possibilita também o desenvolvimento da socialização do grupo como um todo.
Percebendo as dificuldades do educando com deficiência em memorizar e reconhecer, o trabalho com as Artes Cênicas busca expandir os mais diversos assuntos através da dança, da música e do teatro, trazendo o conhecimento e aprendizado para esses alunos que ali se encontram, na maioria das vezes, desmotivados.
Entretanto, o educador deve sempre ressaltar a importância da idade cronológica de cada aluno, valorizando sua criatividade, incentivando e introduzindo gradativamente novos conceitos dentro das atividades proposta em sala de aula.
Para que haja resultados satisfatórios, o professor necessita traçar um planejamento geral de todo o conteúdo e oficinas a serem desenvolvidas durante o ano letivo, incluindo uma avaliação.
As Artes, no contexto da Educação, muitas vezes são vistas pela sociedade com um ‘passa tempo desnecessário’, onde simplesmente crianças cantam, dançam e interpretam, mas sem resultado algum. Mas ao contrário do que se pensa, esse método vem como ferramenta de auxílio, mesmo que os resultados apareçam lentamente. A inserção das Artes no desenvolvimento da aprendizagem tem como objetivo aprimorar e abrilhantar o trabalho dos educadores especiais e inclusivos, tornando-se assim prazeroso pra quem ensina e para quem aprende.
Estudos comprovam que a prática das Artes implica no desenvolvimento do raciocínio cerebral e no convívio social com um todo. Existem documentários que ressaltam esses métodos de inserção das Artes mostrando que esses progressos envolvem tanto os professores, como a família e o próprio aluno.
Neste contexto, esta proposta traz a perspectiva de tornar mais próximo o relacionamento do sujeito com o mundo à sua volta através da Arte. Assim, este artigo busca frisar que vale apena investir nesse novo desafio, valorizando e expandindo a Arte nas escolas, resgatando valores que muitas vezes são perdidos ou deixados de lado pela sociedade.
2 A MÚSICA NAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
O desenvolvimento de atividades relacionadas às Artes Cênicas e sua inserção na Educação Especial e Inclusiva, remete a premissa de que, além de desenvolver a aprendizagem dos alunos, traz benefícios no que diz respeito a socialização e também à quebra de paradigmas preconceituosos com os quais convive-se nos dias atuais.
A música, por sua vez, vem como uma das peças fundamentais para que o trabalho do professor possa ultrapassar os limites que muitas vezes são cuidadosamente vigiados por seus familiares e pela sociedade com um todo.
Segundo Jeandot (1997, p. 12), a música é considerada uma linguagem universal, dividida em muitos dialetos, pois cada cultura tem sua forma de produzi-la, tocar seus instrumento e maneiras peculiares de utilizá-la.
Para que o trabalho seja realizado a partir de uma estrutura positiva e de forma correta, o educador deve realizar a investigação e observação, além de fazer um estudo detalhado sobre a vida do determinado grupo a ser trabalhado.
Birkenshaw-Fleming (1993) relata em sua obra o quanto é importante evitar os conceitos pré-fixados sobre os que as crianças ou indivíduos portadores de necessidades especiais podem ou não fazer. O excesso de proteção por parte de pessoas que convivem com a criança nem sempre corresponde àquilo que ela realmente necessita. É importante manter a mente aberta para perceber as potencialidades de cada um.
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