As quatro concepções do homem

O que é o homem? É com base nessa pergunta que Kant vem examinar não todas as concepções do homem, mas as quatro principais concepções do homem, evidenciadas por alguns filósofos ao longo da história.

A primeira concepção denominada é a antiga, a concepção de Aristóteles, que classifica o homem como um ser vivo, um animal racional ou político e o que nos diferencia dos outros animais é o fato de temos razão, tanto em relação a nossa capacidade de nos comunicarmos quanto em relação a nossa capacidade de raciocinar. Nessa visão, o homem não é apenas um ser social, vai muito além disso, viver politicamente não é somente para garantir a sobrevivência, uma característica que também nos diferencia dos demais animais é o fato que o homem tem a necessidade de conviver bem dentro de um grupo. Outra coisa que evidencia a lógica aristotélica é a divisão de classes, todo ser humano possui sua essência, mas há hierarquias onde um pode estar em um nível mais elevado que o outro.

A concepção clássica, falada por Descartes que criticou a definição de Aristóteles, também vem nos fazer refletir com uma pergunta “ o que é o homem, em geral? ” Descartes define o homem como uma coisa pensante e por causa disso racional, ao contrário de animal, já que animais não são seres pensantes. Pode-se dizer que ele busca nas ciências da natureza além da definição de homem, quando diz que o homem é dividido entre corpo e alma e que nem sempre é somente o racional, mas também a emoção, o homem em relação a sua especificidade.

O homem das ciências humanas é a terceira concepção. É com base nessas ciências que vão sendo definidas outras maneiras de ver o homem. O homem não sabe o que ele é, então é através da ciência que ele vai descobrir, assim como ele não tem consciência dos próprios atos e vive como um sujeito se defendendo da própria existência e de uma ilusão que ele acha que sabe o que é, mas não sabe. O homem já não é capaz de se reconhecer, se torna um objeto de estudos onde é através das ciências que ele se redescobre na história.

Francis Wolff traz a quarta concepção do homem através da biologia, onde nos diz que o homem é um ser natural, é um animal e que não tem essência que seja necessária, ao contrário do que dizia Aristóteles, mas isso não quer dizer que o homem não tinha suas diferenças, assim como outras espécies o ser humano tem suas especificidades. O ser humano está em constante mudança e podemos perceber que ele não é o único ser vivo capaz de desenvolver o raciocínio.

Com base em todas essas perguntas feitas ao longo do texto, venho me perguntar, afinal, o que é o homem frente a história que se modifica e que o modifica tanto ao longo do tempo?