Ciencias No Ensino Fundamental
Por: nilda0715 • 30/8/2015 • Trabalho acadêmico • 1.269 Palavras (6 Páginas) • 289 Visualizações
Quando a ciência é notícia: televisão, cinema e mídia impressa no ensino de Ciências
Quando a ciência é notícia
Os programas de televisão ajudam ou prejudicam o ensino de Ciências? Devo usar filmes como material didático na educação científica de meus alunos?
Que veículos da mídia são formadores do imaginário social acerca da Ciências?
Embora cresçam a cada dia a necessidade e o interesse dos meios de comunicação de massa em apresentar programas destinados à divulgação científica, a quantidade de pesquisas nessa área ainda é muito pequena. No que se refere à televisão e ao cinema, por exemplo, além de espaços específicos, como documentários e programas educativos, temas ligados à Ciência têm permeado filmes, novelas, seriados, programas jornalísticos, entre outros.
Nos meios de comunicação, os saberes científicos são selecionados e passam por processos de reorganização, para que possam ter sentido a um grande número de pessoas de diferentes perfis que assistem aos programas televisivos, ouvem reportagens de rádio e leem jornais e revistas.
Nesse sentido, entende-se que uma das tarefas de um ensino de Ciência voltado à construção da cidadania é a mediação entre educação, cultura científica e indústria cultural.
Essa mediação envolve a percepção e discussão crítica dos aspectos da cultura científica apresentada na mídia, além da análise do conteúdo dessas diferentes linguagens
Entendendo a Ciência como uma produção cultural e partindo da concepção de que a aprendizagem de seus conteúdos em sala de aula é reelaborada individualmente, como uma síntese pessoal que engloba a vivência de cada aluno, é importante que não se desconsidere a interferência da mídia nesse processo. Os alunos devem ter na escola espaço para falar e escrever sobre o que estão vendo na TV e no cinema e ser incentivados a buscar outras fontes de informação sobre aquele assunto.
Torna-se importante que o professor aprenda a trabalhar os aspectos positivos da TV e do cinema sobre os negativos, aproveitando esse recurso didático para tornar a aprendizagem cada vez mais significativa. Segundo Araújo e Aquino (2001), pesquisadores que trabalham com a questão dos direitos humanos em sala de aula entendem que a linguagem do vídeo, do cinema e da televisão pode fornecer materiais que permitem o estudo crítico da realidade, bem como o exercício do raciocínio simbólico e artístico.
Do ponto de vista de formação de professores, deve-se destacar a nossa responsabilidade como educadores e também como espectadoresPensar sobre as seguintes indagações pode nos ajudar a refletir nesse sentido: você se considera naturalmente alfabetizado em matéria de linguagem audiovisual porque assiste à TV desde criança?
Sabe apontar as diferenças entre ela e a linguagem verbal que você usa o tempo todo em sala de aula? Ainda vê o televisor e o vídeo apenas como apoios na transmissão de conteúdos curriculares? (Magaldi, 1996) A linguagem audiovisual não é universal nem imediatamente compreensível. Para integrá-la ao processo educativo é necessária uma formação nos níveis tecnológicos, expressivos e didáticos (Ferrés, 1996b).
Além da apropriação de novas tecnologias, é necessária a compreensão da linguagem midiática, que é muito diferente da linguagem da escola. Tanto os programas de televisão comercial como educativa, vídeos didáticos ou comerciais, bem como o cinema, podem ser utilizados em sala de aula, com a adequada mediação do professor, para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem. É importante ressaltar que os espaços educacionais têm uma organização própria, a cultura escolar, que recebe aportes da cultura científica, das culturas dos sujeitos envolvidos (profs., pais, alunos, etc) e da cultura das mídias e das novas tecnologias.
A escola e os educadores são sujeitos no processo de articulação dos conteúdos da mídia com as culturas escolares, sempre com objetivos de fomentar a aprendizagem científica, atribuindo-lhe novos sentidos e motivações.
Entre os recursos audiovisuais, o vídeo tem sido bastante utilizado nas disciplinas da área de Ciências. Krasilchik (2004) destaca que, no ensino de Biologia, os filmes são insubstituíveis em determinadas situações de aprendizagem, como por exemplo, experimentos que exigem equipamentos muito sofisticados, processos muito lentos ou rápidos demais, paisagens exóticas e comportamentos de animais e plantas.
Muitas vezes a utilização dos recursos audiovisuais não se apresenta de forma articulada com o plano de curso, mas sim como um “complemento ou entretenimento utilizado esporadicamente.”
O emprego de qualquer recurso didático no ensino de Ciências depende de uma análise competente do material disponível, que atenda aos objetivos do planejamento educacional. A utilização das mídias audiovisuais deve sempre estar articulada com o plano de curso, não sendo encarada apenas como um complemento ou entretenimentoPara tanto, a televisão, o cinema e o vídeo precisam ser encarados como parte de um processo educativo de mediação entre o conteúdo científico e as diferentes formas em que ele é representado socialmente.
A ciência e o cientista na televisão
Em relação à Ciência veiculada na televisão, pesquisas têm indicado que as emissoras de TV recorrem a diferentes recursos para tornar as informações interessantes, porém, algumas vezesdeturpam as informações científicas e tecnológicas com o intuito de torná-las mais atraentes para o público espectador” (Siqueira, 1999). A partir da análise de reportagens de Ciência veiculadas em programa semanal de variedades, transmitido em emissora de TV aberta de grande audiência, algumas considerações foram apresentadas:
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