Como é possível relacionar diversidade cultural e currículo na escola?

Como é possível relacionar diversidade cultural e currículo na (sua) escola?

Por: Gabriella Alves dos Santos e Santos

Professora do Horário Integral do Colégio Veiga de Almeida

A diversidade cultural é um fenômeno que está presente no nosso cotidiano. Na verdade, ela deixou de ser fenômeno a partir do momento em que esta passa a ser fator influenciador na nossa vida: trabalho, estudos, relações de amizade, enfim. Apesar de ser um assunto recorrente, a diversidade cultural é pouco abordada dentro das escolas de modo enfático, por isso foi preciso construir meios de inseri-la no currículo educacional de todas as instituições.

Dentro da escola onde trabalho, a diversidade cultural é vista fora da sala de aula. Isso quer dizer que, na matéria em si, não é colocada, de nenhuma forma, a questão levantada. A diversidade cultural aparece nas apresentações de datas comemorativas: Dia do Folclore Regional, Dia do Negro, Dia do Índio, etc e não nas trocas e influências que uma sociedade indígena, por exemplo, pode fazer com os alunos da escola.

É nesse momento que vemos que colocamos nossa “cultura branca”, “ocidental”, “civilizada” acima de outras que vem de outras partes do mundo ou que descendes de povos que foram subjugados no passado. Como não existe esse tipo de conversa entre culturas, não existe a possibilidade de uma representação similar à sociedade ou cultura estudada. A representação que fazemos, muitas das vezes, é fruto do que pensamos ser real sobre o objeto pesquisado.

Dentro da escola onde trabalho hoje, não existe a mobilidade entre as culturas que podem ser caracterizadas “diversidades” e a que temos. Porém, pensando em formas de juntar as duas, podemos introduzir no currículo escolar, a cultura negra e indígena que tanto influenciam a nossa, atualmente. Só pra esclarecer, nossa cultura é influenciada por inúmeras culturas que entraram em nosso país, porém nenhuma delas é tratada como estudo dentro das salas de aula.

O currículo poderia ser ajustado a fim de garantir a entrada dos estudos sobre cultura indígena e negra, por exemplo, de modo mais amplo, nos cercando das influências que elas trocaram para com a nossa, nos ajudando a construir a identidade cultural que temos no século XXI. Dentro de sala de aula, podemos comparar linguagens, símbolos, danças e crenças que fazem parte de todos nós.