DEFICIÊNCIA VISUAL E MATEMÁTICA: PRÍNCIPAIS DIFICULDADES ENCONTRADAS NOPROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
Por: Natalia Miranda • 13/10/2019 • Relatório de pesquisa • 2.827 Palavras (12 Páginas) • 360 Visualizações
DEFICIÊNCIA VISUAL E MATEMÁTICA: PRÍNCIPAIS DIFICULDADES ENCONTRADAS NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
Natalia Cristina de Miranda[1]
Aline P. Feza[2]
Resumo
O trabalho aqui apresentado teve como objetivo conhecer as principais dificuldades, relacionadas ao ensino da Matemática, apresentadas por uma aluna portadora de Deficiência Visual que cursa o terceiro ano do Ensino Médio na rede pública do estado do Paraná. Para isso, foram realizadas entrevistas com os pais da menina na busca de conhecer as causas que a levaram a possuir menos de cinco porcento de sua visão já que até os oito anos de idade ela nunca havia apresentado nenhum problema relacionado a mesma. Trabalhos individuais com a aluna desde o oitavo ano do ensino fundamental foram fundamentais para observar seu desempenho na disciplina e quais os principais fatores que influenciam na sua aprendizagem. Além disso, este trabalho visa proporcionar aos leitores alguns conceitos básicos sobre deficiência visual, tendo como principal referencial teórico a Fundação Dorina Nowill para cegos. E finalmente, proporcionar aos profissionais da educação um novo olhar com esses alunos que necessitam de muita atenção, dedicação e metodologias especiais e diferenciadas, para que ao longo dos anos os resultados com a aprendizagem dos mesmos seja cada vez mais satisfatória.
Palavras-chave: Ensino da Matemática; Deficiência Visual; Dificuldades de Aprendizagem;
VISUAL DEFICIENCY AND MATHEMATICS:
PRINICIAL DIFFICULTIES FOUND IN THE TEACHING-LEARNING PROCESS
Abstract
The work presented here had as objective know the main difficulties, related to the teaching of Mathematics, presented by a student with Visual Impairment who attends the third year of high school in the public network of the state of Paraná. For this, interviews were conducted with the girl's parents n the quest to know the causes that led her to own less than five percent of her vision since until the age of eight she had never presented any vision-related problem. Individual work with the student since the 8th year of primary education were fundamental to observe their performance in the discipline and what are the main factors that influence their learning. Besides that, this work aims to provide readers with some basic concepts about visual impairment, having as main theoretical reference the Fundação Dorina Nowill for the blind. And finally, provide education professionals a new look with these students who need a lot of attention, dedication and special and differentiated methodologies, so that over the years learning outcomes are increasingly satisfactory.
Keywords: Mathematics Teaching; Visual impairment; Learning difficulties;
1. INTRODUÇÃO
O trabalho aqui exposto, no qual o título destaca as dificuldades encontradas no processo de Ensino-aprendizagem de Matemática com Deficientes visuais, foi realizado durante o curso de Pós-Graduação sobre Metodologia de ensino de Matemática oferecido pela Mundial Educação em parceria com a Uniasselvi.
Observa-se que muitas são as aflições enfrentadas pelos professores que se deparam na sala de aula com alunos portadores de deficiências, seja intelectual, auditiva, visual entre outras. Estes estão preocupados em proporcionar uma educação de qualidade encontrando maneiras adequadas de trabalhar com esses alunos. Acredita-se que para isso acontecer é necessário escolher as metodologias corretas, tratar o aluno da forma mais adequada possível respeitando sempre as suas limitações, e acima de tudo, entender que eles enfrentam dificuldades e os resultados alcançados podem ser diferentes daqueles atingidos pelos outros alunos.
Entender que eles enfrentam dificuldades parece algo fácil, porém é válido ressaltar que não basta entender, mas sim reconhecer cada dificuldade enfrentada por esses alunos e, buscar diariamente superar cada uma delas. Se o professor conhece seu aluno, suas dificuldades e limitações ele saberá diferenciar os principais obstáculos que cada um enfrenta, e assim, será possível elaborar estratégias de trabalho para melhor atendê-los e direcionar sua metodologia para os resultados desejados, lembrando que cada aluno é diferente mesmo que possam portar de uma mesma deficiência.
Na teoria parece simples, porém na prática sabe-se que trata de algo muito mais complexo. Por isso, o presente trabalho tem como objetivo identificar as principais dificuldades no ensino da Matemática enfrentadas por uma aluna específica que cursa o 3º ano do Ensino Médio, portadora de deficiência visual, na tentativa de ajudar aos educadores a conhecer um pouco sobre essa realidade levando em consideração as características da aluna e seu desenvolvimento no processo ensino-aprendizagem Matemática. Este será realizado através de um estudo de caso que permitiu conhecer seu dia a dia na escola, as adaptações metodológicas utilizadas, seu desempenho na disciplina, sua história relacionada à deficiência, evoluções e outros aspectos que possibilite alcançar o objetivo proposto.
4. O ESTUDO DE CASO
4.1 Caso R.B
R.B. é natural de Astorga-Pr, atualmente está com 18 anos de idade, e regularmente matriculada no 3º ano do Ensino Médio em um colégio da Rede Estadual localizado nesta cidade. R.B. é uma jovem que possui Deficiência Visual usufruindo de menos de cinco por cento de sua visão.
Até os oito anos de idade ela não tinha nenhum problema com visão e levava uma vida normal. Seu desenvolvimento seguiu naturalmente como a maioria das crianças da sua idade e os únicos cuidados especiais que ela necessitava estavam relacionados ao seu problema com asma. Quando o assunto era escola sempre foi uma aluna muito dedicada, caprichosa, esperta e inteligente.
Foi neste período, de oito para nove anos de idade, que sua vida mudou totalmente. Em uma tarde de sol R.B. foi a um passeio no clube para aproveitar a piscina, após algum tempo ela começa a sentir dores fortes e falta de ar, e percebendo que ela estava se sentindo muito mal, os que ali estavam a encaminharam para o hospital imediatamente, pois não sabiam se estava relacionado a algo que ela havia comido, ou estado emocional ou outro fator que a fizesse não se sentir bem.
R.B. teve várias crises convulsivas e seu estado de saúde passou a ser considerado grave, assim eles decidiram encaminhá-la de Astorga para Maringá-Pr. Na esperança que pudesse haver uma melhora no seu estado, os médicos se deparam com R.B. tendo uma parada cardíaca e consequentemente entrando em estado de coma. A luta pela vida da menina passou a ser uma situação delicada e até então não presenciada pelos médicos responsáveis. Estes não conseguiam diagnosticar as causas de tudo o que ela estava passando sendo necessária a mobilização de médicos da região para ajudarem em seu caso, por isso, seus exames foram encaminhados para especialistas de outras cidades para que pudessem entender o que exatamente havia acontecido.
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