DISSERTAÇÃO DO FILME “MEU FILHO MEU MUNDO”
Por: codig • 13/5/2015 • Dissertação • 668 Palavras (3 Páginas) • 5.004 Visualizações
Patrícia A Ribeiro Codignole.
DISSERTAÇÃO DO FILME “MEU FILHO MEU MUNDO”
O filme relata a história de um casal (Barry e Suzie Kaufman ), que após terem duas filhas, descobrem que estão esperando outro filho. Um menino, Raun, ao nascer, o médico diz que ser uma criança perfeita, porém com o passar do tempo, ele começou ser um bebê inquieto, chorava muito, seus pais começam a observar que há alguma coisa estranha com ele, pois faziam de tudo para acalmá-lo e nada resolvia, resolveram levá-lo ao medico e receberam o diagnóstico, de que ele estava desidratado e seus tímpanos estavam furados, que poderia estar surdo. Posteriormente foram feitos testes, diagnosticando surdes, porém seus pais discordam, e procuram por mais informações. Até que um dia o inesperado, ele é diagnosticado autista e não surdo. Mas isso não diminuiu a luta dos pais, pelo contrario, deu mais força, eles acreditavam que com o amor que tinham por ele, conseguiriam achar uma saída, que ele não estava numa prisão, sentiam que Raun, vivia em seu mundo, como se fosse um reflexo, mas impossível de ser tocado. Eles não queriam um milagre e sim um começo, mas como o alcançariam sem quebrar o espelho? Só teria um jeito, amá-lo e respeitá-lo, deixando-o livre, em seu mundo, até o momento em que quisesse atravessá-lo.
Depois de visitar clinicas e conhecer os tratamentos disponíveis, inaceitáveis, desumanos, tratamento a base de choques, médicos que afirmaram que ele, aprenderia o mínimo na melhor das hipóteses, que talvez nunca falasse, e que esperar mais que isso seria uma fantasia destrutiva, é impossível um médico, um especialista desistir antes de tentar um tratamento. Foi quando o casal decidiu penetrar no mundo dele, tentar alcançá-lo de alguma forma, enquanto enfrentavam as dificuldades sociais e pior a culpa, pois Suzie achava que ele era assim porque em suas orações ela pedia apenas um menino, não que isso fosse a realidade. Então desenvolveram um sistema para o tratamento, montaram um quarto para que isso acontecesse, Suzie ficava com ele o tempo todo, e respeitava seus limites, afinal Raun não gostava de ser tocado, mas isso não diminuía a quantidade de vezes em ouvir o quanto era amado e que não fariam nada que ele não quisesse, utilizaram musica, comida, evoluindo para jogos e quebra-cabeças. A partir da décima quinta semana, gradativamente, ele vai desenvolvendo habilidades, na fala, mostrando seus desejos, seus anseios, e que era capaz de amar, de ser diferente não incapaz. Mesmo o tratamento sendo gravado por um médico, e o casal certificar que estavam o acompanhando por três meses, e registrado todos seus avanços, ele não consegue entrar no programa de tratamento da faculdade, alegando que o que faziam ao imitar seus movimentos só serviria para reforçar o comportamento inadequado dele. O filme é antigo, mas a realidade não mudou; sempre questões como essa são tratadas em terceiro plano, sendo prorrogados os diagnósticos, se um dia poderá fazer muita diferença, imagine um ano.
Quando a família já estava se acostumando com seu pregresso, ele tem uma recaída, e fecha as portas do seu mundo, mas isso não foi motivo para desistirem, cada obstáculo, dava lhes mais força. E recomeçaram tudo, do primeiro estágio, e com muito trabalho um total de 9700 horas, conseguiram abrir a porta novamente. E os dois mundos, se reencontram. Essa é a prova que a perseverança, a luta com amor em tudo que fazemos e acreditamos sempre terão os melhores resultados, e que nunca podemos desistir daquilo que acreditamos. Ao assistir o final do filme, fico imaginando, que aquele garoto que está sentado num banco, num jardim, o qual uma freira diz que, ele não fala, porque não nasceu “normal”, como Raun, seria não um reflexo como seus pais o viam, e sim uma realidade que eles puderam mudar com seu amor e sua crença e o quão foi negado a esse garoto, o direito de ser compreendido, respeitado, em suas diferenças, tempos e limites, o direito de ser criança, de estar vivo.
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