ANÁLISE DO FILME “O MUNDO SECRETO DE CORALINE” SEGUNDO TEORIA DE MELANIE KLEIN
Por: Ana Paula Carminati • 13/4/2021 • Trabalho acadêmico • 5.871 Palavras (24 Páginas) • 1.451 Visualizações
UNIVERSIDADE PAULISTA – CAMPUS JUNDIAÍ
PSICOLOGIA
Amanda Lino França de Sousa | 8366411 |
Amanda Maria Lima Góes | D530267 |
Ana Paula Lopes Carminati | T6176F4 |
Tiago Marcolino Pereira | D398350 |
ANÁLISE DO FILME “O MUNDO SECRETO DE CORALINE” SEGUNDO TEORIA DE MELANIE KLEIN
SÃO PAULO
2020
Amanda Lino França de Sousa | 8366411 |
Amanda Maria Lima Góes | D530267 |
Ana Paula Lopes Carminati | T6176F4 |
Tiago Marcolino Pereira | D398350 |
ANÁLISE DO FILME “O MUNDO SECRETO DE CORALINE” SEGUNDO TEORIA DE MELANIE KLEIN
Trabalho apresentado ao curso de graduação em Psicologia, da Universidade Paulista – UNIP sob orientação da Prof.º Rita Cireoni.
SÃO PAULO
2020
Sumário
1. INTRODUÇÃO 4
1.1 Vida Emocional e Mundo Interno 4
1.2 Fantasia 4
1.3 Cisão 4
1.4 Projeção 4
1.5 Introjeção 4
1.6 Identificação Projetiva 5
1.7 Posição Esquizoparanóide 5
1.8 Posição Depressiva 5
1.9 Reparação 5
2. Discussão 5
2.1 O filme 5
2.2 Análise 5
3. REFERÊNCIAS 5
APRESENTAÇÃO
O presente trabalho consiste em reflexões à luz da teoria psicanalítica de Melanie Klein, a partir de produções artísticas. Será analisado o filme “O mundo secreto de Coraline”, de 2009.
INTRODUÇÃO
1.1 Vida Emocional e Mundo Interno
Melanie Klein observa que o conflito de Édipo ocorre antes do que o preconizado por Freud. O conflito edipiano se inicia da frustação da criança ao ser forçada a deixar o seio da mãe, no desmame, vindo a se manifestar por volta do primeiro e segundo ano de vida. Há ainda outro elemento que influencia os processos mentais que é a diferença entre os sexos. (Klein, 1929).
O menino tem sua posição libidinal alterada ao ter que trocar a posição oral e anal pela genital, onde passa ter a posse do pênis. Além disse seu objetivo também se alterna permite a permanência do objeto amoroso. A menina muda a posição libidinal e o objetivo, logo ela se volta para o pai e a receptividade do pênis do mesmo. Os desejos edipianos ficam associados ao medo da castração e da culpa. O sentimento de culpa, associada à fixação genital é resultado direto do conflito edipiano. (Klein, 1929).
A culpa nada mais é que a introjeção de objetos amorosos edipianos, logo é produto da formação do Superego. A estrutura do Superego é constituída a partir de identificações, cujo caráter é contraditório: bondade excessiva pode conviver com severidade desmedida, o que explica o rigor do Superego, que pode ser observado de forma clara em crianças. Aqui pode-se constatar que não parece factível que aos 4 anos a criança crie uma imagem de pais que devoram, cortam e mordam. No entanto numa criança por volta de um ano, quando do início do conflito edipiano, a ansiedade dela se transmuta em forma de medo de ser devorada e destruída. Desta forma a criança tem o desejo de devorar e destruir o objeto de seu medo. Isso gera ansiedade, visto que, esse início do conflito edipiano é acompanhado pela introjeção do objeto. (Klein, 1929).
Há uma conexão entre a formação do Superego e as fases pré genitais do desenvolvimento, e ela se dá de duas formas:
- A culpa se prende às fases sádico anal e sádico oral, que nesse momento ainda predominam; (Klein, 1929).
- A formação do Superego se dá quando essas fases ainda estão em ascendência, logo explica seu rigor sádico. (Klein, 1929).
Diante disso pode-se tirar duas conclusões: há a existência de Ego muito frágil que só consegue se defender quando sob uma forte repressão e as fixações predominantes serão resultado do grau de repressão que ocorre nesse estágio inicial. (Klein, 1929).
Devido a conexão direta entre a fase pré genital e o sentimento de culpa, formam o protótipo de todas as frustações posteriores para o resto da vida, além de significarem também punição e que originam a ansiedade. Desta forma a frustação é sentida de forma mais intensa. (Klein, 1929).
Um dos maiores sofrimentos do inconsciente é devido ao Ego estar pouco desenvolvido no início do complexo de édipo e ao mesmo tempo em meio a um turbilhão de problemas e questionamentos (inconsciente ou parcialmente consciente) que não podem ser colocados em palavras, visto que, ainda não se tem o conhecimento delas. Dessa forma, as primeiras grandes perguntas de uma criança estão em um momento em que ela não compreende a fala. Todo esse sofrimento provoca um sentimento de ódio na criança, sendo posteriormente causa (sozinho ou em conjunto) de incapacidade de aprender línguas estrangeiras (impulso epistemofílico) e ódio daqueles que as falam, além de distúrbios de fala etc. A curiosidade que se observa na criança aos 4 ou cinco anos é o ápice e o encerramento dessa fase de desenvolvimento. (Klein, 1929).
A situação edipiana é resultado da sensação inicial de não saber associada a sensação de incapacidade e impotência. O complexo de castração, para ambos os sexos é intensificado pela sensação de ignorância. (Klein, 1929).
O impulso epistemofílico e o sadismo tem grande importância para o desenvolvimento mental, visto que, essa pulsão volta-se inicialmente para o corpo da mãe (palco de todos os processos e desenvolvimentos sexuais). Nesse ponto a criança está na posição libidinal sádico anal, onde é impelida a se apropriar do conteúdo do corpo, tendo grande curiosidade por ele, sua aparência etc. Desta forma a pulsão epistemofílica e o desejo de se ter o objeto estão diretamente relacionados desde muito cedo. Além disso está associado a isso o sentimento de culpa criado pelo conflito edipiano. Isso dá início a uma identificação muito inicial com a mãe. (Klein, 1929).
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