Diversidade Dentro e Fora da Sala de Aula
Por: Rita De Cássia Soares • 22/4/2019 • Ensaio • 1.456 Palavras (6 Páginas) • 231 Visualizações
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Rita de Cássia Soares da Silva
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Portfólio Ciclo 2
Atualidades em Educação
e Diversidade
Trabalho apresentado ao Centro Universitário Claretiano para a disciplina de Atualidades em Educação e Diversidade, como requisito parcial para obtenção de avaliação, ministrado pela professora: Ana Maria Tassinari
São Paulo
2019
Atividade Proposta
Objetivo
∙ Refletir sobre o papel que a educação deve representar nos processos de inclusão de alunos das comunidades indígenas.
Descrição da atividade: leia o texto: "Educação Intercultural" e avalie como as diferenças culturais são trabalhadas na escola e na sala de aula.
Educação Intercultural
Atualmente a sociedade, tem passado por muitas mudanças que refletem no aparecimento de novas realidades educativas, que por consequência leva ao aumento das exigências feitas aos professores e à própria escola. A globalização, as mídias sociais e a crise financeira recente, entre outros, têm levado a novos desafios e a novos paradigmas e reflexões sobre como trabalhar os mais diversos temas, como por exemplo a educação intercultural.
A formação de uma cultura de respeito à dignidade humana através da promoção e da vivência dos valores da liberdade, da justiça, da igualdade, da solidariedade, da cooperação, da tolerância e da paz. Isso significa criar, influenciar, compartilhar e consolidar mentalidades, costumes, atitudes, hábitos e comportamentos que decorrem, todos, daqueles valores essenciais citados – os quais devem se transformar em práticas. Ser a favor de uma educação significa a formação de uma cultura de respeito à dignidade da pessoa humana, significa querer uma mudança cultural, que se dará através de um processo educativo. (BENEVIDES, 2000, p.1)
Neste contexto, a discussão sobre educação intercultural é de grande valor para a sociedade pois apresenta um caráter multicultural, onde os diferentes grupos socioculturais ocupam cada vez mais os cenários públicos, incluindo também nesta dimensão, as escolas. Trata-se de uma questão complexa, mas mesmo que de forma tímida e insuficiente, as discussões acerca de questões étnicas, raciais e de gênero, já estão presentes no universo escolar.
Essa discussão tem como objetivo influenciar o dia a dia nas escolas, no trabalho e na sociedade como um todo; seguem em busca de uma contribuição para o entendimento dos desafios e para a construção de uma escola direcionada por princípios de igualdade e respeitos pelo que é diferente. Vale ressaltar que esse processo perpassa pela formação do professor que na maioria das vezes considera o diferente, como “algo a ser resolvido”, logo percebemos que são grandes os desafios para que a escola possa realizar de fato uma educação intercultural cumprindo seu papel em busca de uma sociedade mais justa e solidária. (CANDAU, 2008).
De acordo com Mendonça (2009), a interculturalidade, pode ser reconhecida pelo conjunto de ações que propõe a convivência de forma democrática entre diferentes culturas, visando integrar sem anular a diversidade.
As sociedades indígenas possuem suas próprias concepções do mundo, são valores, conhecimentos, modo de vida e tradições passadas de geração a geração. Integrar essas comunidades à escola é uma maneira de proporcionar a continuidade da cultura e da própria etnia. No entanto, sabemos que ao longo do tempo o índio tem sofrido com todas as formas de discriminação e preconceitos e somente no momento em que descontruirmos a oposição entre diferença e igualdade, poderemos compreender que a igualdade se encontra no direito à diferença. Uma vez que todo ser humano é único, a diferença é o princípio da individualidade e o papel da escola não pode ser apenas o de transmitir os conhecimentos e sim o de se comprometer com as atitudes que possam favorecer a produção e o (re) significado dos saberes nos diferentes grupos sociais, buscando melhores condições de vida para todos de forma indistinta. Esse deve ser o eixo norteador da educação intercultural (SILVA; REBOLO, 2015).
Collet (2006), em suas pesquisas nos apresenta a questão da cultura folclorizada que rotineiramente fica restrita a alguns traços estereotipados. Logo, o que poderia ser uma vantagem, acaba aumentado o distanciamento entre as culturas. Considerando e relacionando a pesquisa de Collet, com a leitura do texto "Educação Intercultural", podemos mencionar o debate entre os docentes chilenos quando a professora Ana afirma que as “diferenças apresentadas pelas crianças mapuches nas escolas reduzem-se apenas a clichês que não necessariamente representam o verdadeiro sentir de um povo”, exemplificando as danças típicas reproduzida nas escolas que folcloriza, mas não resgata e nem valoriza a cultura mapuche.
Ainda no texto proposto, percebemos que Fresia demonstra uma preocupação quando aponta que os professores necessitam de maior integração e preparo buscando mais engajamento nos programas e metodologias que proporcionem debates e ações positivas nas questões interculturais. Contudo ela também acredita que as ações deveriam estar descritas nas políticas educacionais compromissando assim o Estado e envolvendo os docentes. Afirma ainda que para uma a integração dos mapuches à sociedade é obrigatório um resgate das diferenças e principalmente o conhecimento da própria cultura, proporcionando a participação dos alunos, tanto da cultura indígena, com da cultura nacional, preparando-os então para serem Mapuches Chilenos.
Aqui no Brasil, há quase duas décadas atrás o Referencial Curricular Nacional para as Escolas Indígenas (1998) já listava as características dessas escolas: ser Comunitária, conduzida pela comunidade indígena; Intercultural, reconhecendo e mantendo diversidade cultural e linguística, sem considerar superioridade entre culturas; Bilíngue/Multilíngue, pois as sociedades indígenas se manifestam, na maioria dos casos, usando mais de uma língua; e por último, deve ser Específica e Diferenciada, engendrada e projetada com autonomia e garantindo os anseios específicos dos povos indígenas (1998:24-25). Esse referencial apontava para os problemas de formação e profissionalização do docente indígena que em sua maioria não são formados em magistério de forma convencional com conhecimento insuficiente dos conteúdos, mas em contrapartida com domínio total dos saberes e culturas da comunidade indígena. Já os docentes de fora da comunidade, podem possuir conhecimentos e formação em magistério, mas não conhecem a cultura local. Essa condição provoca na maioria das vezes uma distorção no processo que impede o desenvolvimento da proposta de educação intercultural.
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