Ensaio etnográfico: uma reflexão sobre corpos de trabalhadores na feira municipal de Abaetetuba
Por: JACY20 • 29/11/2022 • Artigo • 4.725 Palavras (19 Páginas) • 101 Visualizações
Ensaio etnográfico: uma reflexão sobre corpos de trabalhadores na feira municipal de Abaetetuba
Jacirene Ferreira Pantoja
Joseana de Vasconcelos Pereira
Sara Silva Pantoja
Resumo: Este artigo apresenta como tema identidade e trabalho, cujo objetivo consiste em refletir sobre os corpos de trabalhadores na feira municipal de Abaetetuba. O problema está organizado a partir da seguinte questão: A proposta é fazer uma análise mediante reflexões sobre sua identidade como trabalhador e a visão desses corpos como feirantes. Metodologia é, uma pesquisa de cunho qualitativa, por meio de uma de uma revisão bibliográfica e etnpgrafica por meio da observação in loco. Os resultados nos apresentam que foi percebido durante a etnografia as conexões estabelecidas entre os feirantes, o papel das famílias, as relações de parentalidade e conterrenealidade, a organização dos pontos/bancas e a forma de obtenção e circulação de mercadorias, bem como as formas ilícitas de permanência dos trabalhadores nos seus locais de trabalho manifestadas nas relações de suborno com as autoridades constituídas. Além disso, foi visualizada a relação com os ‘atravessadores’, pessoas que moram nas ilhas que são fornecedores de mercadorias que vendem os produtos sem o recolhimento dos tributos e que são a ponta de um sistema complexo e subterrâneo de fornecimento de produtos alimentício ( peixes, camarões e açai), refletindo no crescimento em escala geométrica da informalidade como uma estratégia voltada para a garantia do trabalho ao mesmo tempo que o Estado se utiliza destas informações para ocultar a verdade sobre o desemprego e os problemas na criação de políticas públicas de emprego e renda que desemboca na invisibilidade
Palavras-chave: Identidade, Corpo e Cidade, informalidade e visibilidade de exclusão.
Introdução
Referimo-nos aqui aos trabalhadores ambulantes da feira de Abaetetuba, buscamos olhar de maneira crítica as suas expressões e sua relação do ser e sua natureza social de identidade, e, ao mesmo tempo o trabalho coletivo, por meio da relação como cultura, da identificação com os demais grupos exercendo diversos movimentos, seja a passeio ou a trabalho que por lá circulavam.
Na feira de Abaetetuba– como em quase todas as feiras - existe uma grande quantidade de pessoas que fazem das ruas a sua rotina de vida em virtude da baixa oferta de emprego formal, fruto de um processo histórico no qual o Municipio passou por fases de desenvolvimento e nestas, as oportunidades de geração de emprego e renda não atingiram a todos. Hodiernamente, políticas públicas são implementadas pelos poderes estadual e municipal para tentar solucionar o problema da inserção desta grande parcela da população que se encontra desfiliada, mas questiona-se a eficiência e eficácia de tais políticas, uma vez que a população de Abaetetuba em que a maioria vive em condições precárias e insuficientemente de renda adequada.
Diante dos dilemas presentes no mundo do trabalho, as atividades informais passam a funcionar, em nosso entendimento, como uma válvula de escape ao problema do desemprego.
Entretanto, a população com baixa Conceito trabalhado por Robert Castel, extraído da obra Metamorfoses da Questão Social (1998). qualificação para o mercado de trabalho é relegada a empregos menos qualificados ou às atividades de rua, como os camelôs e ambulantes presentes nos espaços de grande circulação da cidade.
A análise partiu da percepção ao momento em que nos deslocamos a feira de Abaetetuba com um objetivo de trabalho avaliativo, que compunhava uma disciplina de antropologia do curso de pedagogia, até a feira de Abaetetuba, mais esse trabalho teve como estrutura a observação dos corpos visto na orla de Abaetetuba localizada as margens da beira do Rio Maratauira, percebemos uma certa exclusão por parte dos órgãos competente, e de como esses trabalhadores que ficam trabalhando na quelas situações de falta de espaço e de higiene com a inserção do contingente nas atividades do mercado de trabalho informal, as relações econômicas presentes neste processo, sua relação entre os demais que por la circulava e como são visto como identidade.
Diante deste conjunto de situações levantadas como questões da pesquisa, fez-se necessária a elaboração de uma investigação que possibilitasse a construção de um conhecimento mais sistemático e, consequentemente, a construção de um estudo sobre a cultura desses corpos e sua identidade como trabalhador com base nos texto teóricos dos estudos antropologicos.
O artigo esta estruturado em seis parte, contendo logo de inicio um pequeno resumo, a segunda parte inicia-se com a introdução relatando o como tema identidade e trabalho, cujo objetivo consiste em refletir sobre os corpos de trabalhadores na feira municipal de Abaetetuba, em terceira parte apresentamos o contexto histórico, Abaetetuba: origem, conceitos do surgimento da feira livre, na quarta partemostraremos os corpos de trabalhadores na feira de Abaetetuba, o conceito de como iniciou essa pesquisa e as principais observações, e na quinta parte a nossa Metodologia e como a pesquisa foi elaborada, na sexta parte temos os contexto literário com os principais tópicos dos texto estudados, e por fim as referências bibliográficas.
A feira de Abaetetuba constitui-se, sem sombra de dúvidas, num importante espaço de produção da vida, do trabalho e da cultura local. Traduz-se como um locus de ricas interações sociais, troca de saberes e reflexões dos principais temas que interferem no cotidiano das sociedades contemporâneas, sobretudo a violência, a educação, a política e a economia. Num espaço comunal, que aglutina, simultaneamente, sujeitos de diferentes origens sociais e identitárias. Nesse contexto, a luta pela sobrevivência, por meio da venda da força de trabalho, vem se transformando e explicitando relações de exploração mais intensas, principalmente, em lugares periféricos onde, por meios institucionais, formaliza-se a invisibilização de uma parcela significativa da classe trabalhadora no setor informal, como é o caso dos camelos de Abaetetuba e dos demais grupos vinculada como feirantes.
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