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Entre a Ciência e Sapiência

Por:   •  22/4/2015  •  Resenha  •  1.281 Palavras (6 Páginas)  •  541 Visualizações

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Resenha elaborada por Geiziane Oliveira, Rosineia Silva, Telma Amorim e Terezinha Lima.

ALVES, Rubem Azevedo. Entre a ciência e a sapiência: O dilema da educação. 13 ed. São Paulo: Edições Loyola, 2005. 148p.

Rubem Azevedo AlvesSeminário Teológico de Princeton é Bacharel e Mestre em Teologia, Doutor em Filosofia (Ph.D.) pelo (EUA) e psicanalista. Lecionou no Instituto Presbiteriano Gammon, na cidade de Lavras, Minas Gerais, no Seminário Presbiteriano de Campinas, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro e na UNICAMP, onde recebeu o título de Professor Emérito. Tem um grande número de publicações, tais como crônicas, ensaios e contos, além de ser ele mesmo o tema de diversas teses, dissertações e monografias. Muitos de seus livros foram publicados em outros idiomas, como inglês, francês, italiano, espanhol, alemão e romeno.

Com formação eclética, transita pelas áreas de teologia, psicanálise, sociologia, filosofia e educação. Após ter lecionado em universidades, hoje tem um restaurante (a culinária é uma de suas paixões e tema de alguns de seus textos), vive em Campinas, onde mantém um grupo, chamado Canoeiros, que encontra-se semanalmente para leitura de poesias.

"Ensinar" é descrito por Alves como um ato de alegria, um ofício que deve ser exercido com paixão e arte. É como a vida de um palhaço que entra no picadeiro todos os dias com a missão renovada de divertir. Ensinar é fazer aquele momento único e especial. Ridendo dicere severum: rindo, dizer coisas sérias. Mostrando que esta, na verdade é a forma mais eficaz e verdadeira de transmitir conhecimento. Agindo como um mago e não como um mágico. Não como alguém que ilude e sim como quem acredita e faz crer, que deve fazer acontecer.

O livro Entre a ciência e a sapiência é uma coletânea de artigos escritos para jornais pelo educador, escritor e psicanalista Rubem Alves. O livro é dividido em quatro partes e traz diversos assuntos tendo como eixo central a educação. O autor acredita que a educação e a construção do saber podem ser lúdicas, rebatendo diversos mitos acerca do tema.

Na primeira parte, tendo como titulo: Cartas aos que mandam na educação, o autor expõem sua opinião para aqueles que administram a cultura e a educação. Rubem, direciona suas cartas à Roberto Marinho, presidente da Rede Globo de televisão, ao ministro da educação, na época Paulo Renato e aos mestres. Nas cartas dirigidas ao presidente da globo e ao ministro da educação, entende-se que ao autor acredita na forte influência dessas pessoas devido a importância dos cargos por eles ocupados. Ele considera que estes são capazes de mudar conceitos existenciais de alienação. No caso da televisão como objeto de transformação através do que é mostrado nas telas, como propagandas que nos influenciam pela beleza, mas não pelo que é real. Em sua obra, Rubem cita a propaganda do cigarro Marlboro, em que aparecem belas imagens com campos verdes, águas cristalinas, que quem ver deseja estar naquele lugar e em seguida aparece a mensagem do ministério da saúde advertindo que o fumo pode causar câncer. Ele faz uma analogia perfeita: para os viciados em cigarro a beleza e a liberdade que a maioria das propagandas de cigarro mostra parece fazer extinguir todo o mal que ele provoca, ou seja, a beleza da imagem tem o poder de persuasão. A televisão através de suas imagens tem o poder de instigar o homem fazendo-o sonhar e modificando-o. Já o ministério da educação não deveria ser visto apenas como um gerenciador de escolas, mas sim deveria está realizando uma vocação política de criar um povo.

Aos mestres o autor dedica uma parábola que conta sobre um rei, amante das ciências que comovido com a fome de seu povo contrata especialistas em nutrição e estabelece um cardápio básico para garantir a alimentação dos súditos. Porem a comida preparada por eles provocava perturbações digestivas àquelas pessoas, portanto de nada adiantava todas as teorias utilizadas pelos cozinheiros-cientistas para o preparo da comida, uma vez que a mesma não fazia bem àquele povo. Rubem, finaliza dizendo que dedica esta parábola aos que ensinam porque ensinar é igualzinho a cozinhar. O professor é um “chef” que prepara e serve refeições de palavras a seus alunos e se os alunos refugam diante da comida e a mesma não os faz bem, não significa que os “processos digestivos” dos alunos estejam doentes. Significa que o cozinheiro-professor desconhece os segredos do sabor. De nada adianta o professor querer determinar o conteúdo a ser aprendido, sem fazer com que o aluno se apaixone por aquilo que está sendo ensinado.

A segunda parte tem como titulo: Sobre livros e leitura. O autor é bem critico e não acredita na quantidade que se lê, mas na qualidade

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