Escolhendo Tema de Monografia
Por: Thami12 • 14/1/2019 • Trabalho acadêmico • 924 Palavras (4 Páginas) • 211 Visualizações
- A escolha do meu tema de Monografia
O tema da minha monografia se deve a uma inquietação que ocorreu quando eu fazia estágio em dois momentos, um estágio na época em que fiz meu curso normal, de formação de professores, no ensino médio e em meu estágio já na faculdade, ambos os estágios, ocorreram no ensino fundamental 1, o primeiro estágio foi na rede privada e o segundo estágio na rede pública de ensino.
Recordo-me que no meu primeiro estágio do curso normal, no ensino fundamental da rede privada, me deparei em uma sala de aula, do 2º ano, com mais ou menos vinte e cinco alunos, sendo um em regime de inclusão. O menino incluído se chamava Renato, e pelo que me lembro, tinha mais ou menos 10 anos, enquanto que a maioria dos alunos tinha uma faixa de sete anos de idade.
Renato, já estava no segundo ano pela segunda vez, e era notório que ele estava ali apenas por estar, pois, pelo pouco tempo (mais ou menos um mês e meio) que pude acompanhá-lo, ele parecia andar em círculos. Ele não tinha um acompanhamento profissional, existia apenas uma professora na sala para ele e para todos os outros alunos, que convenhamos, também têm suas especificidades e precisam de bastante atenção, necessitando com isso de muito empenho do professor regente.
O máximo que acontecia era, quando havia estagiárias, elas ficavam na sala do Renato e basicamente ficavam como “babás” dele. No meu caso, a função que a professora regente me passou era a de “cuidar” do Renato, acompanhando ele ao banheiro, vigiando para que ele não batesse nos outros colegas que sentavam próximos a ele, pegar na mão dele para que ele cobrisse as vogais ou as consoantes do alfabeto. E ficar apontando no quadro qual seria a próxima sílaba que ele deveria copiar, era esse o “estudo” do Renato todo santo dia. Ele não tinha nem amizade com os demais alunos da turma, ele estava de fato só matriculado e se fazia presente na sala todos os dias.
Nem no recreio nem dentro de sala as outras crianças “normais” eram encorajadas a socializar com ele, pelo contrário, elas nem gostavam, falavam que ele era preguiçoso porque demorava a copiar as atividades dele, outras alegavam que ele era “doentinho”, e a professora tinha apenas uma grande preocupação com a aprendizagem dos alunos “normais”, pois em uma das vezes que a questionei sobre a evolução de aprendizagem do Renato, ela apenas me disse que não adiantava muito se preocupar com ele, pois ele faria cada série em dois anos, e depois passaria de qualquer forma, pois tinha um laudo.
No estágio da faculdade não foi muito diferente. Conheci uma menina chamada Gabriela, diagnosticada como autista desde dois anos de idade, também estava em regime de inclusão em uma escola localizada em São João de Meriti da rede publica. Antes de sua mãe apresentar seu laudo à escola, a menina fez o terceiro ano do ensino fundamental por 3 anos consecutivos, pois as professoras diziam que ela não aprendia de jeito nenhum. Que era uma aluna muito distraída e dispersa.
A família de Gabriela, mesmo sabendo do seu autismo, não se portava como uma família que está disposta a tudo pra que a filha tivesse uma educação de qualidade, pelo contrário, eram pais muito ausentes, que mal apareciam na escola, não a ajudavam em casa, não corriam atrás dos direitos dela, a sensação de quem acompanhava essa história de fora, era de que a Gabriela parecia um peso na vida dos pais, pois tudo que se relacionava a ela era bem difícil ter o apoio da família, pelo menos essa foi a minha visão como estagiaria, que acompanhava não tão de perto a situação.
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