Exemplo Plano de Aula
Por: Camila Barbosa • 2/8/2021 • Resenha • 1.388 Palavras (6 Páginas) • 177 Visualizações
O currículo se apresenta como norteador para os docentes, ordenando os conhecimentos, mas ele também se apresenta de modo completamente rígido dominando a criatividade dos docentes, criando uma relação tensa no relacionamento entre ambos. A rigidez do currículo o torna de certo modo sagrado. Seu engessamento e centralização em avaliações imposto às escolas impede que os docentes sejam autores do seu trabalho, limitando o exercício da criatividade dos docentes. Além disso, “A priorização imposta de apenas determinados conteúdos para avaliação reforça hierarquias de conhecimentos e consequentemente de coletivos docentes”.
Em todo o sistema de educação-ensino sempre permaneceu o controle dos profissionais, é um sistema padronizado. Entretanto, nas últimas décadas tiveram diversas manifestações de resistência ao controle, o que gerou a formação de um profissional mais autônomo e produtivo do seu trabalho, buscando a defesa da gestão democrática, criação de colegiados, elaboração de projetos políticos pedagógicos, entre outros.
Com a enfatização da sociologia critica do currículo, houve uma melhora e autonomia em relação aos projetos políticos pedagógicos, melhores orientações sobre a diversidade de infâncias, adolescências e diferentes formas de afirmar os direitos dos educandos e educadores.
Toda a criatividade nos projetos, autonomia, engenhosidade em sala de aula merece visibilidade em dias de estudo e oficinas.
É importante destacar que o movimento docente auxilia para a autonomia da categoria politica e o movimento pedagógico nas salas de aula, auxilia para os docentes se tornarem mais autores, senhores de seu trabalho como profissionais do conhecimento.
Graças a esses movimentos, os docentes têm alcançado nos cursos de pedagogia o direito de avaliar diversas análises de projetos, iniciativas e propostas nascidas em sala de aula, criações autorais pelos docentes e escolas.
Para garantir este direito pode-se estruturar e avaliar a abundância de iniciativas que ocorrem nas áreas de conhecimento e seus significados transformadores.
Uma destas iniciativas que merecem destaque seria que os currículos de educação básica fossem mais abertos a questionamentos e indagações que vem do real, das vivências dos educandos e educadores, pois o campo do conhecimento sempre foi dinâmico, aberto a revisão, e novas teorias.
Com os currículos permanecendo fechados a essa grande dinâmica do campo de conhecimento, toda a concepção fica presa a ideias passadas, de validade e quando se abrem as vivências da dinâmica social se revigoram.
Mesmo os coletivos docentes se mantendo atentos para manter essa dinâmica social, seus esforços são limitados pela inflexibilidade da base comum nacional, componentes curriculares obrigatórios e disciplinas preservadas.
Tais iniciativas demandam determinação, para com o que se impõem aos educandos e as escolas sobre os currículos, avaliações e principalmente sobre a inovação e autoria docente.
Nesse equilíbrio entre o que é estabelecido pelo currículo e a liberdade, autonomia e criatividade docente, é necessário manter o profissionalismo e a ética. Os conhecimentos gerados por ambos os lados, precisam ser relevantes para os projetos de sociedade, ou seja, trazer resultados relevantes e evolutivos e não antiquados, imutáveis e segregadores. Incentivar que o currículo seja político e que o sujeito, seja constantemente motivado a ser pensante e crítico. Esses seres críticos e pensantes, podem trazer um movimento de reação ao caráter controlador e gerar diretrizes curriculares inovadoras e libertadoras de tantos conhecimentos impostos.
Ousadia deve ser uma palavra de ordem quando se diz respeito a criatividade, desmistificação e superação do currículo estabelecido. Professores e educandos podem e devem se movimentar nas escolas nesse caminho de libertação. A sala de aula é lugar para os coletivos sociais se expressarem e devem dar espaço para inovações criativas desenvolvidas em práticas e projetos. Práticas e projetos estas, dignas, indagadoras, criativas e cheias de conhecimentos e significados vivos, instigantes para a docência. Escolas que trazem fortemente esse convívio com alunos populares, devem ter em seus docentes uma sensibilidade de instigar ousadias criativas, que ajudem de fato seus estudantes a entender-se e entender os determinantes de seu viver, de sua história, da vida, da justiça e da dignidade. Vidas precarizadas naturalmente contestam e criticam esse currículo engessado, de visão sagrada que poda e aprisiona. Esses sujeitos instigam novas disputas de conhecimentos e racionalidade, buscando emancipação e exploração das potencialidades libertadoras do conhecimento.
Nota-se, nos últimos tempos, um crescimento das lutas pela inovação, pela dignidade dos educandos e pela liberdade e criatividade responsável dos docentes.
Quando se fala do confronto entre mestres e alunos, de disputas no território do currículo e da docência, diz-se, na verdade, de um confronto de éticas. Da ética da liberdade, em confronto com a sujeição fiel às diretrizes.
Nessa luta ética pelo direito de pensar, criar, escolher o que ensinar e como, o que aprender, o currículo aparece como o território de disputa. É ético garantir o direito à diversidade de conhecimentos e questionar esse território onde o conhecimento acumulado é tido como único e legítimo.
É ético resistir a processos que julgam, condenam e segregam pessoas por não aprenderem a racionalidade e o saber imposto, no tempo imposto e através de rituais impostos.
Aprendemos que quando um conhecimento se institui como único, outros modos de pensar são sacrificados. O conhecimento curricular não é o conhecimento nem
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