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Fernando pessoa e seus heterômio

Por:   •  20/1/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.063 Palavras (5 Páginas)  •  176 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO-UEMA

NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA A EDUCAÇÃO - UEMANET

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Professor (a): Maria José Cardoso Fiquene

Disciplina: Psicologia Geral

Acadêmica: Eliane Miranda Barbosa

Fernando Pessoa e seus heterônimos

Nascido em 13 de junho de 1888, em Lisboa, Fernando António Nogueira Pessoa era filho de modesto funcionário, porém inteligente e culto que morreu tuberculoso de 189 deixando o filho com cinco anos e a mulher. A mãe, natural de família açoriana, tinha um nível de educação rebuscado, casou novamente em fins de 1895 com o cônsul português na África do Sul. Educado em inglês numa rígida escola britânica em meio à cultura negras da África do Sul. Retornou a Lisboa, onde liderou o movimento modernista em Portugal, cujos ideais vieram a torna na revista Orpheu.

Fernando Pessoa foi um extraordinário poeta, uma das personalidades mais complexas e emblemáticas da literatura europeia do séc. XX. Dotado de uma grande densidade psicológica, talentoso e rico culturamente, criava várias personagens, completamente diferentes, com bibliografia, estilo de vidas diferentes, ideias próprias, personalidades diferentes, níveis de experiência de vida e modo de escrever, os heterônimos. São muitos os heterônimos criados por Pessoa, os mais marcantes foram Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

Concebidos com individualidades diferentes da do autor, Pessoa criou-lhes biografias nos mínimos detalhes como, por exemplo, horóscopos próprios. Ligados a alguns aspectos centrais da sua obra: a unidade ou pluralidade do eu, a sinceridade, a noção da realidade e uma seção de não pertencimento do mundo. A consciência da fragmentação do eu, diminuindo o eu “real” de Pessoa a um lugar menos visível que os de seus heterônimos na vida literária do poeta. Os heterônimos são a mentalização de suas emoções e perspectiva, a sua representação critica de si mesmo, da sociedade, das suas dores, frustrações e alegrias.

Através dos seus heterônimos, Pessoa mostrava sue vasto potencial artístico, como ele mesmo, tinha um forte traço nacionalista, gosto épico e fazia retomada às Grandes Navegações, voltando para temas tradicionais, e percebemos traços saudosistas. Entre muitos heterônimos podemos citar os três mais importantes que são:

  Alberto Caeiro (O pastor amoroso)

Era o mestre de todos os outros heterônimos, além de ser mestre do próprio Fernando Pessoa. Nascido em 16 de abril de 1889, Caeiro era órfão de pai e mãe e viveu no campo com sua tia.

Fruto de uma paisagem bucólica, Caeiro defensor da simplicidade da vida e seus pensamentos são extraídos do contato com a natureza. Ele tenta ver o real e como a realidade se configura de maneira simples.

Para ele os pensamentos do poeta, as sensações, eram obtidos por meio dos sentidos do ser humano, sem a interferência do pensamento. As coisas “eram como eram”, não havia necessidade de pensar.

Caeiro faleceu em 1915, de tuberculose.

Ricardo Reis (clássico)

Nascido em 19 de novembro 1887, em Porto, tinha formação em medicina, exilou-se no Brasil por discordar da proclamação da República Portuguesa. Ligado ao clássico, à cultura Greco-latina.

Reis valorizava a vida no campo e a simplicidade das coisas, mas ao contrário de Caeiro, ele não se sentia feliz e integrado à natureza, mas fruto de uma sociedade decadente, que caminhava para a destruição. Para ele, o destino de todos já havia sido traçado e restava aproveitar a vida ao máximo, baseado na filosofia do “Carpe Diem”, diante da brevidade da vida e da necessidade de aproveitar o momento.

Anjos ou Deuses 

Anjos ou deuses, sempre nós tivemos,
A visão perturbada de que acima
De nos e compelindo-nos
Agem outras presenças.
Como acima dos gados que há nos campos
O nosso esforço, que eles não compreendem,
Os coage e obriga
E eles não nos percebem,
Nossa vontade e o nosso pensamento
São as mãos pelas quais outros nos guiam
Para onde eles querem E nós não desejamos.

Álvaro de Campos

Essa fase foi a mais influenciada pelo modernismo e ao futurismo. Nascido em 15 de outubro de 1980, em Távira, engenheiro formado em Glasgow, mas não exerceu a profissão, por não gostar de sentir-se preso num escritório.

Campos era o heterônimo futurista de Pessoa, expressão de uma angústia intensa, na fase amargurada, o poeta escreveu longos poemas que externava desencanto existencial.

É um homem voltado para o presente e sua poesia buscava transmitir o espírito do mundo moderno. Teve três fases: decadentista, futurista e pessoal. Na fase decadentista há uma ligação com o simbolismo, um descontentamento, o tédio em relação ao mundo presente; na fase futurista vemos a ligação com o moderno e o tempo presente, que passava por modernização; na fase pessoal, questionando sobre si próprio, descontentamentos e certo abatimento.

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