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GESTÃO ESCOLAR: ORGANIZAÇÃO, COMPETÊNCIAS, PRÁTICAS E LIMITES

Por:   •  9/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  5.779 Palavras (24 Páginas)  •  511 Visualizações

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GESTÃO ESCOLAR: ORGANIZAÇÃO, COMPETÊNCIAS, PRÁTICAS E LIMITES

Paula Gonçalves da Silva[1]

Pablo Rodrigo Bes Oliveira[2]

INTRODUÇÃO

Muitas mudanças ocorreram no mundo, novos paradigmas econômicos, políticos, avanços na ciência e tecnologia, mudanças nos conhecimentos e forma de pensar das pessoas. Essas mudanças proferem uma predisposição nas seguintes afirmações: Novos momentos pressupõem uma qualidade de ensino distinta, resultando em mudanças na gestão educacional e afetando diretamente as organizações de uma maneira geral e consequentemente a organização dos sistemas de ensino.

Toda e qualquer proposta de trabalho, pressupõe uma organização e no contexto escolar não seria diferente. Organizar exprime discorrer de maneira sistemática. Traçar uma obra e providenciar a realização desta. Nesse sentido a escola é uma organização social com um papel revolucionário, não somente de depositar conteúdos, mas de dar oportunidade de interação de pessoas e de culturas, contribuindo também para o desenvolvimento emocional dos indivíduos de maneira que eles se descubram e permitam mostrar-se como cidadãos plenos que são.

Pensar gestão escolar, é pensar também nos componentes da educação como num todo, abrangendo de uma só vez a todos os agentes envolvidos na educação com o principal intuito de garantir uma educação de qualidade. E já que o foco é qualidade de ensino, a competência desses agentes é valorizada seja no conceito de administração defendida por alguns autores, ou na concepção de gestão escolar. É indispensável que a equipe gestora seja competente a fim de que os métodos, técnicas e conceitos funcionem efetivamente.

Mas o quem vem ser organização escolar? Dentro da esfera escolar, o termo administração é muito usado no que se refere ao planejamento e justificação de recursos materiais, e ainda na orientação, coordenação e supervisão do trabalho de agentes envolvidos na educação. Alguns autores aplicam tanto o termo organização como o termo administração com o mesmo significado em sua aplicação, outros atribuem maior abrangência a um do que a outro.  Estaremos interpelando esse e outros questionamentos acerca de tal tema, além de trazer a luz experiências reais, nesse ensaio que vem propor um estudo sobre a organização, competências e abordagens nas atividades educativas, afim de realizar uma análise sobre uma prática da gestão com o objetivo de que está se torne cada vez mais coesa e efetiva.

O assunto será abordado a partir da ótica de alguns autores entre eles: José Carlos Libâneo, Heloísa Lück e Vitor Henrique Paro. Ademais, será levado em consideração vivências enquanto educanda do curso de Pedagogia EAD, juntamente com experiências vividas anteriormente ao longo de dez anos como secretária escolar, justificando a decisão para o tema exposto.

1.GESTÃO ESCOLAR – POR QUE E PARA QUE?

Mudar é uma certeza na vida dos seres humanos. Desde o início da história, tudo muda, tudo se transforma. Seja na área que for, a mudança é necessária e natural para que aconteça evolução e para se encerrar um ciclo e começar outro. Ninguém é o mesmo para sempre, nem fisicamente e nem psicologicamente. Já escreveu o poeta Fernando Pessoa: ” Tudo quanto vive, vive porque muda”. Atualmente o maior desafio encontrado nas instituições é acompanhar tantas mudanças, tantos avanços tecnológicos, e administrá-las com as metodologias de gestão ou administração. Libâneo retrata bem no texto a seguir, como as mudanças no mundo atingem os sistemas de ensino:

Essas mudanças atingem o sistema educacional, exigindo-se dele a adequação aos interesses do mercado e investimentos na formação de profissionais mais preparados para as modificações no processo de produção.Com efeito tais modificações afetam a organização do trabalho nas empresas e o perfil de trabalhador necessário para novas formas de produção. Em consequência, os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias à qualificação profissional. (LIBÂNEO, 2013, p.46)

Dentro dessa perspectiva, mudaram também as perspectivas do trabalho do administrador/gestor, suas competências e posicionamentos diante da organização. Habilidades técnicas, humanas e conceituais são fundamentais para um líder eficaz.

Todas essas mudanças são essenciais já que a cada dia, espera-se mais da instituição escolar. Escola agora, não é mais um lugar onde as pessoas vão unicamente para receber conteúdo. É nessa organização que o indivíduo se descobre como cidadão, e se torna consciente de suas potencialidades para acompanhar o mundo globalizado em que vive.

 Vejamos o que diz Libâneo e Toshi (2007) sobre globalização e o impacto dela na escola:

Como instituição social educativa, a escola vem sendo questionada acerca de seu papel ante as transformações econômicas, políticas, sociais e culturais do mundo contemporâneo. Elas decorrem, sobretudo, dos avanços tecnológicos, da reestruturação do sistema de produção e desenvolvimento, da compreensão do papel do Estado, das modificações nele operadas e das mudanças no sistema financeiro, na organização do trabalho e nos hábitos de consumo. Esse conjunto de transformações está sendo chamado, em geral, de globalização.

Globalização, portanto, designa uma gama de fatores econômicos, sociais, políticos e culturais que expressam o espírito da época e a etapa de desenvolvimento do capitalismo em que o mundo se encontra atualmente. (LIBÂNEO, OLIVEIRA e TOSHI, 2007, p. 51)

Nunca se ouviu tanto falar em globalização. Nessa linha de pensamento, a procura por formação e conhecimento tem aumentado dentro das empresas, visto que o mundo se torna cada vez mais competitivo. Na escola não tem sido diferente. Conduzir uma instituição de ensino vem se tornando um desafio, onde alcançam o sucesso, que vem a ser a excelência no ensino, as instituições que apresentam profissionais treinados e com competências refinadas para atuar como equipe. Um gestor eficiente, vem a ser aquele que domina e opera com maestria a “máquina escolar”, aquele que faz a diferença. Ele conhece o que está fazendo e tem habilidades de relacionar-se tanto com os professores quanto com os alunos. Ele é visionário e sabe que gestão é muito além de uma simples função, como diz Mario Sérgio Cortella (2011): “A ideia [sic] de trabalho como castigo precisa ser substituída pelo conceito de realizar uma obra. ” (CORTELLA, 2011, p.21).

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