HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL
Por: rosemereleandro • 24/8/2017 • Trabalho acadêmico • 7.002 Palavras (29 Páginas) • 300 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
EDUCAÇÃO ESPECIAL:
INCLUSÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES
ESPECIAIS X FORMAÇÃO DE PROFESSORES
VÂNIA PEREIRA CAMILO
Rio de Janeiro
Junho /2005
SUMÁRIO
RESUMO
CAPÍTULO I – HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL
- – De Filhos do Pecado à Portadores de
Necessidades Especiais
1.2 – Educação Especial no Texto da Lei
CAPÍTULO II – EDUCAÇÃO E EDUCAÇÃO INCLUSIVA
2.1 – A Diferenciação dos Termos Integração
e Inclusão e seus Conceitos
2.2 – Preparação do Professor para a Educação Inclusiva
CAPÍTULO III – CONCLUSÃO
Capítulo I
1. Histórico da Educação Especial no Brasil.
Muito tem se falado sobre o histórico da Educação Especial no Brasil e seu percurso por vários caminhos de fracasso e sucesso.
Considerando os estudos de MANTOAN (1997), o desenvolvimento histórico da Educação Especial no Brasil teve início no século XIX tendo como inspiração as experiências norte-americanas e européia. Essas experiências foram trazidas por alguns brasileiros que se dispuseram a organizar serviços de atendimentos a cegos, surdos, deficientes físicos e mentais. Nesse percurso todas as iniciativas referentes as experiências, precisou o passar do século XIX para o século XX para que a Educação Especial fosse considerada um componente do Sistema Educacional no Brasil. Durante esse tempo o atendimento à portadores de necessidades educacionais especiais era chamado: Pedagogia teratológica (ligada ao ramo biológico onde se tratava do desenvolvimento de monstros); Pedagogia de anormais (pois estes havia fugido a regra); Pedagogia curativa (terapêutica); Pedagogia da assistência social e outras. Em um percurso assim caracterizado: de 1854 a 1956 (iniciativa de caráter privado), de 1957 a 1993 (definidos por ações oficiais de âmbito nacionais) e a partir de 1993 visto como (movimento em favor da inclusão escolar). Em seu primeiro período ou seja de 1854 a 1956, a Educação Especial teve referência ao atendimento clínico e nele se incluía a educação escolar abrindo caminho com o Instituto dos Meninos Cegos no Rio de Janeiro em 1854. Apesar da evolução ainda manteve-se segregada priorizando o assistencialismo onde jovens e crianças deficientes continuavam em um mundo a parte. Em 1957 o poder público assumiu a Educação Especial surgindo dessa forma algumas campanhas com destino ao atendimento a pessoas surdas e mais adiante a outras deficiências. Gallagher (1972), apresentou no MEC uma proposta para estruturar a Educação Especial brasileira, e esta foi nomeada de CENESP (Centro Nacional de Educação Especiais), conhecida hoje como SEESP (Secretaria de Educação Especial). Nesse mesmo ano o Conselho Federal de Educação com seu parecer de 10-08-72 reconheceu a Educação Especial como educação escolar, que aos poucos foi evoluindo. Com essa evolução os deficientes metais tiveram suas histórias mais discriminadas do que os outros, pois os seus problemas eram mais visíveis e marcantes pela sociedade. Enquanto os portadores de deficiência física, cegos e surdos também excluídos, tinham um pouco mais de atendimento com assistência mais organizada dentro de procedimentos didáticos. Assim o Brasil deixa sua marca nas propostas de Educação Inclusiva, fazendo com que os alunos portadores de necessidades educacionais especiais tenham igualdade de oportunidade. Somando ao quadro da Educação Especial no Brasil muitos estudiosos contribuíram; promulgando leis (anexo I) para a continuação da história e consequentemente o sucesso deste progresso. Vimos então que, a evolução da Educação Especial no Brasil passou por várias mudanças mas ainda insuficientes para atender a todos os portadores de necessidades educacionais especiais na sociedade e nas escolas. Atulamente percebemos que a inclusão e a integração destes alunos especiais em escolas “ditas normais”, está protegida e respaudada por lei, mas entendemos que acima disto, deveria estar o sentimento de humanidade porque muitas vezes a inclusão tem seu sentido distorcido e até polêmico em relação a seus segmentos e na consciência política do cidadão, visto que seu objetivo não satisfaz a todos, causando desta forma falta de aceitação e resistência da sociedade.
A Educação Especial sempre foi vista como um caminho excluente, mas atualmente tem se lutado mais pela inclusão tanto na escola quanto na sociedade. Atualmente quando os direitos e deveres e a diversidade parecem estar em alta, a Educação Especial respaudada pelas leis, tenta exaltar a cada dia a conscientização social, fazendo com que estes estratos da sociedade não sejam mais vistos como degeneração da raça humana, mas como pessoas tão dignas quanto aqueles ditos pela sociedade: “normais”.
1.1. De Filhos do Pecado à Portadores de Necessidades Especiais
Ao longo do tempo o deficiente era visto de uma forma degradante perante a sociedade, mais com o passar do tempo a visão em sua relação foi sendo modificada e para melhor.
Considerando os estudos de Glat (1998), na antigüidade as pessoas portadoras de deficiências eram consideradas aberrações e no afã de melhorar a raça, os deficientes eram abandonados no esgoto e eliminados por causar tanto incomodo familiar ou social pois o atendimento a estas pessoas, era realizado de natureza custodial e assistencialista. As pessoas se afastavam pois achavam que a convivência poderia levá-los a contrair a deficiência. Com a chegada da Idade Média, a igreja com suas filosofias fez com que os diferentes fossem vistos como alguém que merecesse caridades e eram chamados de “filhos do pecado”. A igreja também preconceituosa considerava os deficientes como seus guardiões especiais e até mesmo como “bobos da corte”. Assim asilos e hospitais foram fundados para segregar esses grupos. Na Idade Moderna surgiram as primeiras observações onde se estudavam as experiências com as pessoas deficientes que eram vistas no enfoque patológico. Com o desenvolvimento da Psicologia emergiram propostas educacionais mostrando que o deficiente podia aprender, evidenciando assim a Educação Especial que no Brasil se fez como política pública em 1973. A partir deste enfoque e ao longo de quase toda essa história, a criança portadora de alguma deficiência era vista como alguém que deveria ser ensinada separada dos demais. Então a família e a sociedade aos poucos foram trabalhando para acabar com a exclusão, conceitos e pré-conceitos que vivíamos ao longo da história da civilização.
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