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Igualdades e diferenças culturais

Por:   •  27/10/2015  •  Artigo  •  4.880 Palavras (20 Páginas)  •  288 Visualizações

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IGUALDADE E DIFERENÇAS CULTURAIS:

“O PAPEL DA ESCOLA NA SUPERAÇÃO DO PRECONCEITO RACIAL”

Márcia Pires Barbosa da Silva[1]

Patrícia Medina da Silva Alves[2]

Resumo: O presente artigo tem como temática a diversidade cultural que se materializa nas igualdades e diferenças dos indivíduos nos diversos grupos sociais. Insere-se nessa temática o estudo do papel da escola quando se coloca em discussão as situações nas quais o preconceito racial se faz visível, ou mesmo não o sendo, precisa ser combatido. A pesquisa aqui proposta visa analisar o Projeto Político Pedagógico-PPP de uma escola do município de Israelândia-Go, com o objetivo de observar como o trabalho com a diversidade, mais precisamente, no combate ao preconceito racial é apresentado. Destaca-se que os pressupostos teóricos que norteiam o estudo discorrem sobre o preconceito racial e seus desdobramentos, a legislação que infere o sentido do trabalho com a diversidade e busca estabelecer um parâmetro no qual seja possível compreender de que forma o contexto educativo possa ser organizado de modo que o respeito seja a principal via de convivência e aprendizagem.

Palavras-chave: Escola; Preconceito; Discriminação; Projeto Político Pedagógico; Legislação.

Abstract: 

This article is subject to cultural diversity that is materialized in equalities and differences of individuals in different social groups. It is part of this theme the study of the school paper when it calls into question the situations in which racial prejudice is made visible, or failing that needs to be fought. The proposed research aims to analyze the Pedagogical Political Project for a school in the city of Israelândia-GO, in order to observe how the work with diversity, more precisely, to combat racial prejudice is shown. It is noteworthy that the theoretical assumptions underlying the study discourse on racial prejudice and its consequences, the law that infers the meaning of work with diversity and seeks to establish a parameter on which to understand how the educational context can be organized so that respect is the main way of living and learning.


Keywords: School; Prejudice; Discrimination; Pedagogical Political Project; Legislation.

INTRODUÇÃO

        O cotidiano escolar apresenta-se marcado por práticas discriminatórias que condicionam a percepção negativa das possibilidades intelectuais, profissionais, econômicas e culturais e propicia, ao longo dos anos, a formação de indivíduos, brancos e negros com fortes idéias e comportamentos hierarquicamente racializados e carregados de estereótipos, Cavalleiro (1998). Partindo desta premissa, a educação construída no contexto escolar, exerce papel fundamental na formação da identidade do aluno, é uma agenciadora de mudanças sociais, tendo a missão de acolher, conhecer, e valorizar os indivíduos suas culturas, tornando-os aptos a viver em sociedade.         

Para que o estudo que aqui se propõe possa ser construído, foi considerado como objeto de estudo o Projeto Político Pedagógico- PPP do Colégio Estadual Maria Barreto, que por ser um documento oficial que direciona o trabalho, representa o modo como a comunidade escolar analisa as questões sociais oriundas do preconceito racial e as contempla nos seus direcionamentos pedagógicos.

Libâneo (2004) descreve que, “o Projeto Político Pedagógico é o documento que detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser desenvolvido na escola, expressando a síntese das exigências sociais e legais do sistema de ensino e os propósitos e expectativas da comunidade escolar”. LIBÂNEO,(2004).

O que se pretende, inicialmente, é estabelecer um estudo que tenha como temática as questões raciais e sua relação com a educação. Nesse sentido, seu objetivo principal foi construído a partir da seguinte questão: qual é o papel da escola na superação do preconceito racial? Diante dessa indagação, o objetivo construído é investigar as estratégias utilizadas pela escola em relação ao processo de ensino\aprendizagem com vistas à superação das dicotomias oriundas do não reconhecimento da diversidade. O racismo é vivenciado de modo camuflado, partindo das posturas de falsa aceitação e nesse viés, a escola precisa se posicionar, não apenas como repetidora do sistema, mas em seu papel fundamental de transformadora da sociedade.

O PRECONCEITO RACIAL E SEUS DESDOBRAMENTOS NA ESCOLA

O debate sobre a questão do preconceito racial na escola se faz necessário a partir de uma perspectiva na qual seja possível a reflexão acerca do papel que as instituições de ensino assumem no que diz respeito à diversidade cultural.

A cerca das desigualdades sociais, no contexto educacional é possível a percepção de uma mudança significativa na forma como as relações sociais voltadas para diversidade exigem também um novo posicionamento acerca dos problemas relacionados ao preconceito e como esse afeta o indivíduo.

No percurso histórico da educação brasileira é possível perceber que o início do processo de colonização, pontuado pela escravidão, deixou marcas que se tornaram difíceis de serem apagadas. O domínio da força européia e a consequente desconstrução da identidade, tanto do índio quanto do negro, foram os responsáveis diretos pela inserção de um paradigma no qual o preconceito se fortaleceu.  E por ter sido fortemente difundido no passado, arraigado em diversas culturas e reproduzido de geração em geração, permanece povoando o imaginário popular. (SANTANA In MUNANGA, p. 49).

A respeito da imagem construída acerca do negro MUNANGA destaca que, “Em cima dessa imagem, tenta-se mostrar todos os males do negro por um caminho: a Ciência. O fato de ser o branco foi assumido como condição humana normativa e o de ser negro necessitava de uma explicação científica”. MUNANGA (1988, p.14-15)

De acordo com as considerações de Munanga, a imagem construída do negro o trazia como um branco degenerado, ou seja, um sujeito que, por conta de diversos fatores mostrava desvio à norma. A superioridade branca passou a ser imposta como algo fechado, com o qual o negro deveria se conformar, uma vez, que a natureza era considerada como a primeira a tratá-lo de forma diferente. Com isso o processo de assimilação da denominada “supremacia branca” passou a ser imposto e as situações de preconceito tornaram-se ainda mais cotidianas. ( COQUEIRO,  IN MUNANGA, 2005).

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