Jogos e Recreação - Reaprender a brincar
Por: Mestrepedagogo • 11/6/2017 • Projeto de pesquisa • 1.571 Palavras (7 Páginas) • 307 Visualizações
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CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
JOGOS E RECREAÇÂO
SOURE/PA
2017
José António Gonçalves das Neves
JOGOS E RECREAÇÂO
Trabalho apresentado à disciplina de Jogos e Recreação lecionada pelo docente Mônica Guedes, apresentado na Faculdade FAÍSA-PROINSO-Soure, como requisito de avaliação para o curso de Pedagogia.
SOURE/PA
2017
APRESENTAÇÃO
"A criança joga e brinca dentro da mais perfeita seriedade,
que a justo título podemos considerar sagrada.
Mas sabe perfeitamente que o que está fazendo é um jogo."
J. Huizinga
Independentemente de época, cultura e classe social, os jogos e brinquedos fazem parte da vida de crianças saudáveis, pois elas vivem em um mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos onde a realidade e o faz-de-conta confundem-se.
A utilização de brincadeiras e jogos no processo pedagógico faz despertar o gosto pela vida e leva as crianças a enfrentarem os desafios que lhe surgirem. Este trabalho serve para mostrar o quanto o lúdico pode ser um instrumento indispensável na aprendizagem, no desenvolvimento e na vida das crianças, salientar que os professores e futuros professores devem e precisam tomar consciência disso, repassar para os professores atuantes o conhecimento de alguns conceitos, como o “lúdico” e a “brinquedoteca” e algumas outras questões sobre a relação do brincar com a aprendizagem e o desenvolvimento da criança.
Vários pesquisadores mostram preocupação em compreender este fenômeno buscando, principalmente, responder questões como: a função que estas atividades exercem sobre o desenvolvimento infantil; motivos pelos quais a criança deve brincar e o que a brincadeira proporciona à criança no que diz respeito à aprendizagem.
Vários autores têm caracterizado a brincadeira como a atividade ou ação própria da criança, voluntária, espontânea, delimitada no tempo e no espaço, prazerosa, constituída por reforçadores positivos intrínsecos, com um fim em si mesmos e tendo uma relação íntima com a criança (Bomtempo, 1987; Brougère, 1997; De Rose e Gil, 1998; Kishimoto, 1997; Piaget, 1978; Santos, 1998; Wajskop, 1995). A partir destas informações, é importante ressaltar que o brincar faz parte da infância, porém, em várias ocasiões, é a propria infância que é tirada de uma criança, e então a brincadeira torna-se um prazer distante e acaba não produzindo seus efeitos dentro das condições de pobreza extrema que enfrentam muitas famílias.
É certo que a brincadeira assume um papel fundamental na infância; numa concepção sociocultural, a brincadeira mostra como a criança interpreta e assimila o mundo, os objetos, a cultura, as relações e os afetos das pessoas, sendo um espaço característico da infância. Quando situações adversas modificam as brincadeiras infantis e as tornam extensões, ou mesmo reflexos do ambiente em que muitas crianças vivem, o reaprender e o ressignificar são passos importantes a serem seguidos
JUSTIFICATIVA
A criança desde pequena está acostumada a brincar e aprender com experimentos e imitações do cotidiano. O uso de jogos educativos possibilita desenvolver o abstrato, o lúdico e a imaginação da criança. É pelo lúdico e com o lúdico que o sujeito vai se construindo e se apropriando da realidade, tecendo suas relações sociais e exercitando-se de corpo inteiro. Na vivência lúdica experimenta situações novas, desafios, aventuras. No espaço lúdico ele também vai formando seus conhecimentos, somando aquisições de valores, aprendendo limites, trabalhando a auto-estima, além de superar seus medos e adquirir autoconfiança.
Segundo meu entendimento, a recreação é toda atividade espontânea, divertida e criadora que as pessoas buscam para promover sua participação individual e coletiva em ações que melhorem a qualidade de vida e para satisfazer sua necessidade de ordem física, psíquica ou mental e cuja realização lhe proporciona prazer.
Ao longo dos anos educadores tem notado que muitas brincadeiras sofreram alterações significativas em seus conceitos. Nos meios de crianças que vivem em situação de pobreza e violência extrema, foi observado que as brincadeiras caracterização conforme a influência dentro das comunidades. Neste âmbito, a escola experimenta brincadeiras violentas, voltadas para humilhações, com objetivo de inflingir dor. Reflexos reais da sociedade atual. Então, qual o posicionamento da escola diante deste conflito.
Esse projeto justifica-se por trazer uma melhor compreensão sobre a importancia das brincadeiras na infância para uma melhor qualidade de vida, e a necessidade urgente do "Reaprender a brincar", do reestimular os reforçadores positivos intrínsecos que muitas vezes são silenciados pelos movimentos contrários à ele no convívio desta criança no meio onde vive.
OBJETIVOS
Geral
Melhorar a relação das crianças de comunidades carentes e violentas com as brincadeiras, reaprendendo a brincar, ressocializando e melhorando a qualidade de vida.
Específicos
1) Definir a brincadeira como fonte de reeducação e ressocialização na primeira infância de crianças de comunidades carentes;
2) Estimular os jogos como meio de reeducação para a vida em sociedade e para melhorar a qualidade de vida.
METODOLOGIA
De acordo com Piaget “quando brinca, a criança assimila o mundo à sua maneira, sem compromisso com a realidade, pois sua intenção com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que a criança lhe atribui” (PIAGET, 1971, p. 97).
A partir deste pensamento, Piaget coloca o meio assimilado pela criança como ponto de partida para definição de suas brincadeiras, o que é feito à sua maneira. Em meio saudável, a criança possui um mundo de encantamentos que pode se dissociado da realidade de acordo com a função atribuida. Em meio turbulento, a brincadeira pode tornar-se um monólogo tímido, ou recriação dos atos presenciados.
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