Karl Marx e Max Weber
Por: KaremCrystina • 30/9/2016 • Trabalho acadêmico • 1.922 Palavras (8 Páginas) • 580 Visualizações
KARL MARX
Karl Marx era alemão e viveu de 1818 a 1883, no século XIX, período em que o capitalismo industrial estava se consolidando na Europa. Ele identificava no capitalismo uma força capaz de destruir a sociedade naquilo que ela tinha de mais complexo, as suas classes sociais. E essa destruição estaria muito ligada ao conceito de exploração da mão de obra do proletariado.
A história de toda sociedade existente até hoje tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, o opressor e o oprimido permaneceram em constante oposição um ao outro, levada a efeito numa guerra ininterrupta, ora disfarçada, ora aberta, que terminou, cada vez, ou pela reconstituição revolucionária de toda a sociedade ou pela destruição de classes em conflito.
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A sociedade moderna burguesa, surgida das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes. Apenas estabeleceu novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta em lugar das velhas.
No entanto, a nossa época, a época da burguesia, possui uma característica: simplificou os antagonismos de classes. A sociedade global divide-se cada vez mais em dois campos hostis, em duas grandes classes que se defrontam – a burguesia e o proletariado. (MARX; ENGELS, 2003, p.26).
Ao se debruçar sobre o sistema capitalista, ele previa a existência de um conflito entre: a burguesia, que eram os proprietários dos meios de produção; e o proletariado, aqueles que colocavam no mercado a sua força de trabalho. E essa relação conflitiva, entre esses dois atores sociais, seria responsável pelo movimentar do motor da história.
Para analisar a perspectiva marxista sobre a educação, não podemos perder de vista esses conceitos que ele tanto valoriza: conceito de trabalho, ideologia, alienação, classes sociais. Marx considera o trabalho como a atividade pelo qual o homem se mostra e consegue criar, mas, o trabalho do sistema capitalista anula essa criatividade do homem, porque retira dele a possibilidade de se reconhecer naquilo que ele está produzindo, e a isso ele dá o nome de alienação. Numa sociedade dividida em classes, o trabalhador troca sua força de trabalho pelo salário, que é suficiente para ele e sua família se manterem vivos. O trabalhador se preocupa com outras coisas: consumo, moradia e condições sociais de existência, desse modo, ele não conseguirá identificar que aquela atividade exercida, é uma atividade dotada de potencial criativo. Em outras palavras, o homem concebe o espaço do trabalho como o reino da necessidade. Marx argumenta que nós deveríamos caminhar para chegar até o reino da liberdade e isso só seria possível através da redução da jornada de trabalho. Numa sociedade capitalista, o bem-estar coletivo é secundário, e se preocupa com o acúmulo de lucros, que é o símbolo maior de poder, de prestígio e status social.
Nós, os trabalhadores de Dunkirk, declaramos que é demasiadamente longa a jornada de trabalho exigida no presente sistema e que, longe de deixar ao trabalhador tempo para repouso e educação, o reduz à condição de servo, apenas ligeiramente melhor que a de escravo. Por isso, resolvemos que 8 horas bastam para uma jornada de trabalho e devem ser legalmente reconhecidas como suficientes. (Marx, Engels apud Marx, 1984, p.343)
O capital não se importa com a duração de vida da força de trabalho. O que interessa a ele, pura e simplesmente, é um maximum de força de trabalho que em uma jornada de trabalho poderá ser feito fluir. (MARX; 1983, p.211-2).
A partir do momento em que os operários percebem que trabalham muito e estão cada vez mais miseráveis, aparecem, então, os conflitos entre eles e os capitalistas. Marx já presenciava algumas reações do proletariado contra o sistema capitalista, que apareceram em forma de greves e motins, manifestadas na forma de uma insatisfação em relação as suas condições sociais de existência.
Marx argumenta que apesar da alienação e da ideologia, que faz com que o sistema capitalista tenha a sua força já propagada há tanto tempo, todo o trabalho potencialmente também pode ser uma atividade consciente e criadora. Ele cria o conceito de práxis, para mostrar que ela é toda escolha consciente, e que está disponível a todos os trabalhadores. Sendo assim, para Marx, falta ao trabalhador à consciência de classe para superar a ideologia dominante do capitalista e assim finalmente realizar a revolução, para se chegar ao socialismo. Basicamente, ele diz que o individuo isolado não pode nada, mas o individuo em classe social pode fazer muito. E é exatamente esse potencial de união que ele tenta descrever na sua teoria.
Com base nessa visão, a educação é um objeto de pesquisa que está inserida numa sociedade com luta de classes. Antes de tudo, é importante destacar que “A educação não foi o tema central de Marx, mas aparece nas suas preocupações sobre a construção do homem plenamente desenvolvido em suas potencialidades físicas e espirituais, não subjugado ao domínio do capital. (FERREIRA Jr; BITTAR, 2008, s/p)”. No entanto, sua obra nos legou alguns princípios importantes que devem ser considerados, quando quisermos estabelecer uma prática educacional transformadora, até mesmo, porque podemos considerar que o educador também é um trabalhador e exerce uma atividade criadora, podendo gerar uma série de transformações.
Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; mas o que importa é transformá-lo (MARX; 1845, p.14).
Marx critica uma postura contemplativa da filosofia, que apenas observava e nunca intervinha na realidade. A concepção marxista de educação traz uma proposta educacional radicalmente humanista. Sendo assim, o marxismo opera com o princípio de que tanto o corpo como a espiritualidade do homem tem que se desenvolver de forma harmoniosa e também reflexiva. Nós nascemos biologicamente seres humanos, mas nós nos construímos humanos ao longo do nosso processo de vivência na sociedade. A educação fundamentada no pensamento marxista instrumentaliza o sujeito, para que, na prática social, o homem se torne efetivamente humano, no sentido pleno de humanidade.
MAX WEBER
Max Weber (1864-1920), diferente de Marx e Durkheim, se preocupa em compreender a autonomia do indivíduo e com o grau de liberdade que cada um tem ao agir. A sociedade seria um sistema de poder, que perpassa todos os níveis de sociedade, desde as relações de classe a governados e governantes, como nas relações cotidianas na família ou na empresa. A sociedade se constitui nas relações. Ele não desconsidera a importância das bases econômicas e nem que esse indivíduo é influenciado pelas instituições sociais, mas acredita que apesar desse jogo de influências, cabe a cada um de nós certas liberdades, que são explicadas pelo conceito de ação social.
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