NUNCA SE SABE COMO ALGUÉM APRENDE
Por: Josue Sandri • 14/5/2018 • Resenha • 1.632 Palavras (7 Páginas) • 367 Visualizações
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Curso: Segunda Graduação em Pedagogia | |
Semestre: 2º | |
Disciplina: ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL I (1º AO 5º ANO) | |
Prof.ª | |
Nome: | RGM: |
NORMAS GERAIS:
Fonte: Arial, tamanho 12, sem recuo na primeira linha, espaçamento entre linhas 1,5.
1 Referência Bibliográfica
ROOS, A. P. Nunca se sabe quando alguém aprende. In: II Colóquio Franco-brasileiro de Filosofia da Educação – O Devir-mestre: entre Deleuze e a Educação, 2004, Rio de Janeiro. Anais, 2004. v. único.
2 Breve síntese da obra
Apresentar de forma geral os conteúdos/temas que são discutidos no texto.
NUNCA SE SABE COMO ALGUÉM APRENDE...
Ana Paula ROOS
RESUMO
Mobilizadas pelas afirmações deleuzeanas, em Proust e os Signos, de que nunca se sabe como alguém aprende, e, de que o aprendizado está completamente relacionado aos signos. O desafio é exercitar um pensamento educacional preocupado com o tornar-se sensível ao movimento dos signos num caminho de aprendizado. Esse aprender ocorre de maneira transversal, é imprevisível, é transposição de barreiras e limites, é movimento que impede uma simples explicação, uma comunicação, uma reflexão, um reconhecimento do já conhecido, do já dito ou do já vivido.
Educação, que identidade se têm almejado? Que subjetivações se têm efetivado? Que consensos se têm formulado? Será que só essas perguntas podem ser feitas? Será que tudo já foi visto e dito e deve assim ser? Isso me faz pensar em devir, em Deleuze (& Guattari), cuja filosofia é um esforço de luta contra a opinião, doxa essa que generaliza, fixa e estratifica, que responde muito rápido às questões, pré-ocupada com a soluções, ávida por soluções, as vezes mais do que pelas problematizações.
O que é filosofia? Para passar um pouco de música, um pouco de caos, enquanto sobram aqueles cuja preocupação é cuidar para que o “guarda sol,” a capa protetora, esteja sempre intacta, para que suas opiniões e entendimentos permaneçam tendo vez e voz.
Plano de possibilidades de aprendizado, pensar em currículo com a imagem do rizoma, oferecida por Deleuze & Guattari em Mil platôs (1995), é pensar caminhos de pensamento e ação em educação.
Um rizoma é multiplicidade, é feito por linhas interconectáveis de conexão não estáveis, o rizoma em oposição a uma estrutura, definida por um conjunto de pontos e posições, formado por linhas, de segmentaridade, de estratificação, dão dimensão e estabelecem algo, linhas de fuga, de vazamento, de desestratificação, que possibilitam alterações, modificações e transformações.
Aumentar a potência de vida de um pensamento educacional e aumentar a potência educacional na vida, ou seja, por vida, entender se a dinâmica de vir a ser, o jogo de auto - superação ou alteração, quer dizer, vir a ser outro, que marca transformação ou transfiguração, o movimento vida, se define como criação, pois toda a criação se dá, no plano movente do real, da imanência vida.
Pode haver diferentes tipos de aprendizado, implicados com vários sentidos, e aprender, no plano deste texto, está diretamente ligado com uma plenitude de sentido, com um puro acontecimento.
Deleuze escreve sobre as “transversais” a partir da Recherche du temps perdu de Marcel Proust, não como meio de mediação na relação partes-todo, mas como proposta de saltos entre as multiplicidades, com a ideia de transversal que se esta sempre percorrendo e não como elemento unificador, forma de comunicação ou argumento para a reunião das partes. Parece possível estabelecer uma semelhança entre a transversal, desenvolvida em Proust e os signos, em o anti-Édipo e no platô 11 de Mil Platôs e o elemento paradoxal, articulador das séries, em Lógica do sentido.
O aprender esta no meio do saber e do não saber. Para aprender tem que se mover entre um e outro, sem ficar parado em nenhum dos dois. Uma cultura do pensamento, que percorre inteiramente todo o individuo, o que o atravessa e o arrasa em suas certezas, constitui-se em um movimento: “o movimento de aprender, a aventura do involuntário”.
Esse tempo que é a transversal de todos os espaços, um tempo não cronológico, não unificador ou totalizador, de unidades fragmentadas, um continuar sem início ou fim.
Onde ou quando onde pode haver aprendizado? Quando acontece o aprender? Esse aprender que é imprevisível, é transposição de barreiras e limites, é um movimento que impede uma simples explicação, uma comunicação, uma reflexão ou um reconhecimento do já conhecido, do já sabido.
Os signos não são todos iguais e não atordoam da mesma maneira. Há diferentes signos e intensidades da diferença pura, potencia de criação. Deleuze diferencia entre seus tipos de signo relativos ao mundo da Recherche de Marcel Proust, os signos da vida e os signos da arte, ou, os signos materiais e imateriais. Ele desenvolve em Proust e os signos toda argumentação - demonstração de que há uma hierarquia entre os signos materiais, de acordo com o desenvolvimento ou a explicação do sentido ou a atualização da diferença que propiciam. Os primeiros signos, foram nomeados de “signos mundanos”, cujo sentido é vazio e a interpretação parece estar explícita no próprio objeto, gestos, cheiro, pessoa. Os segundos são os “signos amorosos” que envolve o sentido de modo mais misterioso. Os “signos sensíveis” são os do terceiro tipo, com uma implicação de sentido maior do que a dos dois anteriores, que aciona uma memória involuntária.
O interessante é experiênciar uma interpretação plena em um pensamento involuntário, em uma explicação de um sentido, de uma diferença, também chamada essência, em Proust e os signos, ideia, em Diferença e Repetição e, novamente sentido, porém de modo, mais desenvolvido, em Lógica do Sentido. Mesmo que bem marcados, os dois grupos de signos não tem uma repartição estanque em Proust e os signos, “todos os signos converte para a arte”.
A arte aqui é tomada como possibilidade da expressão e afirmação da diferença. Em consonância com o que é desenvolvido em Proust e os signos, é possível afirmar que só através dos signos imateriais é que o aprendizado ocorre plenamente, acontece a interpretação plena, o acontecimento aprender ou a revelação final.
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