Neuropsicologia : As bases biológicas do comportamento
Por: Márcia Roldão • 18/4/2016 • Resenha • 1.939 Palavras (8 Páginas) • 715 Visualizações
INEPE
Pós-graduação em Neuropsicopedagogia e Educação Especial/EAD
Módulo 4
Neuropsicologia : As bases biológicas do comportamento
Márcia Adriana Roldão
Data de envio :11/09/2015
A neurociência comportamental estuda as bases biológicas neurohumanas do comportamento. Certos ramos da neurociência, como a neurobiologia das doenças mentais e as ciências cognitivas, não teriam chegado ao estágio de desenvolvimento atual se não tivessem por base os conhecimentos existentes das bases biológicas do comportamento. A maioria dos termos usados para denominar estruturas específicas do sistema nervoso é originada do grego ou latim, ou então de nomes dos cientistas que primeiro descreveram-nas, portanto a aprendizagem da neuroanatomia sugere o aprendizado de uma nova língua. O SNC é constituído pelo encéfalo e medula espinhal e está coberto por três meninges: dura-máter, aracnoide e pia-máter. Anatomicamente, ele está organizado ao longo dos eixos rostrocaudal e dorsoventral. A forma de apresentação do SNC deve-se a uma organização particular de suas células, segundo a disposição dos corpos celulares (soma) e dos prolongamentos (axônios), dos neurônios, surgem diversas estruturas neurais características do SNC. Do ponto de vista anatômico, o SNC é constituído pelos sistemas nervoso central e periférico, sendo a central (encéfalo, medula espinhal, cérebro, tronco encefálico, cerebelo, telencéfalo, diencéfalo, mesencéfalo, ponte e bulbo), o periférico (nervos, gânglios cranianos, espinais, autonômicos e sensitivos).
O sistema ventricular é o resultado da persistência da natureza tubular do tubo neural, da fase embrionária, durante a fase adulta. O sistema ventricular consiste de dois ventrículos laterais (localizados no telencéfalo), um terceiro ventrículo (no diencéfalo) e um quarto ventrículo (localizado dorsalmente à ponte e ao bulbo). A irrigação do SNC é realizada pelo sistema carotídeo e vertebro-basilar. Ele funciona como um dispositivo capaz de perceber variações energéticas do meio externo ou interno no organismo, analisar as variações quanto á sua qualidade, intensidade e localização para, finalmente, organizar comportamentos que constituem uma resposta adequada ao estímulo que foi apresentado ao indivíduo. As células nervosas são uni ou multipolares, dependendo do número de prolongamento citoplasmático que elas possuem. No caso mais simples, o corpo celular tem apenas um prolongamento (axônio). A grande maioria das células nervosas, entretanto, são células multipolares, embora estas possuam somente um axônio, que funciona como condutor eferente a sua principal característica e está relacionada à existência e ao tamanho do campo receptivo do neurônio, os dendritos ou árvore dendrítica.
Um importante elemento na manutenção da integridade do neurônio está localizado externamente a ele, este é a lia ou neuroglia. As células glias distribuem-se amplamente pelo SNC e diferenciam-se dos neurônios por serem menores e não gerarem sinais elétricos. As células nervosas diferenciam-se das demais células do organismo por apresentarem duas propriedades especiais: 1) são capazes de conduzir sinais bioelétricos por longas distâncias, sempre que haja enfraquecimento do impulso ao longo de seu percurso; 2) por apresentarem conexões com células musculares (lisas e estriadas) glandulares e outras células nervosas. Estas conexões produzem respostas no músculo cardíaco liso e esquelético, glândulas exócrinas e neurônios pós-sinápticos, através da liberação de substâncias químicas específicas, denominadas neurotransmissores ou neuromodulares. Acontece, portanto a sinapse, as quais são zonas ativas de contato entre uma terminação nervosa e outra célula nervos, ou uma célula muscular, ou ainda uma célula glandular. O controle nervoso da postura e do movimento é uma das funções mais importantes do sistema nervoso central. Com isso, o cerebelo exerce a função de: a) armazenamento de informações motoras essenciais na manutenção do equilíbrio do corpo, através das conexões do lobo flóculo-nodular (arquicerebelo), com os núcleos vestibulares e neurônios motores inferiores; b) de monitorar o grau de contração dos músculos, graças às conexões do paleocerebelo-lobo anterior, pirâmide e úvula, com os fusos neuromusculares e órgãos neurotendíneos, que permite realizar movimentos mais elaborados; c) de coordenar movimentos delicados, assimétricos e complexos, em função das amplas conexões do neocerebelo (lobo posterior, exceto a pirâmide e a úvula), com os neurônios do córtex motor, que nos permite, por exemplo, tocar um instrumento musical.
Em relação ao comportamento reprodutivo, bem como vários outros processos fisiológicos básicos, estão sob controle dos hormônios secretados pela adenoipófise, os chamados hormônios gonadotróficos hipofisários. Existem no mínimo quatro fatores críticos que atuam em diferente estágio do desenvolvimento para determinar o comportamento sexual que o indivíduo irá manifestar na idade adulta: o meio hormonal perinatal, a socialização pré-puberal, os hormônios puberais e os parceiros sexuais disponíveis. Na fase perinatal, as secreções gonadais ativam circuitos no SNC envolvidos na programação e organização de comportamentos sexuais dimórficos.
No comportamento alimentar, o hipotálamo atua na regulação do apetite e se assemelha a um transdutor. O comportamento alimentar, também utiliza alguns sistemas de controle que não tem valores pré-estabelecidos fixos ou formais, mas o sistema funciona como se eles não existissem. Aparentemente, quanto mais gordura é armazenada nas células adiposas, menor é a conversão de nutrientes em gordura. Indivíduos obesos prestam pouca atenção aos sinalizadores fisiológicos internos (níveis endógenos de glicose, por exemplo) que indicam a necessidade ou não da procura do alimento. Ao invés disso, seu comportamento alimentar é ativado por sinalizadores externos como aspecto, odor e sabor dos alimentos.
Em relação à aprendizagem e a memória, três fatores básicos são a aquisição, o armazenamento ou retenção e a evocação de informações. Hoje se admite que a aprendizagem e a memória recrutam processos neurais múltiplos originários do cérebro, mas que certas estruturas estão mais envolvidas, que outras, pois esses processos são inferidos a partir de relações comportamentais antes que medidas diretamente. A aprendizagem corresponde à aquisição de novos conhecimentos do meio e como resultado desta experiência ocorre à modificação do comportamento, enquanto a memória que é a retenção deste conhecimento.
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