O BNCC E AS AVALIAÇÕES: COMO ADAPTAR AS ROTINAS?
Por: JOCENIR MESQUITA CLARO NAZARETH • 27/8/2021 • Resenha • 10.427 Palavras (42 Páginas) • 105 Visualizações
BNCC E AS AVALIAÇÕES: COMO ADAPTAR AS ROTINAS?
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A Base Nacional Comum Curricular pretende equilibrar o ensino nas diferentes escolas brasileiras. Apesar de nem sempre ser o foco das discussões, as avaliações na BNCC também mudam de maneira significativa — e sua instituição de ensino precisa estar preparada.
No cenário atual, a avaliação serve como instrumento para verificação da aprendizagem. Por meio dela, é possível saber se a turma assimilou os conhecimentos e apresentou bons resultados, se é necessário fazer algum trabalho individual e até se as estratégias de ensino precisam ser modificadas.
No futuro, haverá uma matriz comum para todos. Com isso, habilidades e competências terão um foco diferenciado. Afinal, a ideia é desenvolver o estudante em suas mais diversas dimensões, como física, intelectual, cultural e emocional.
Para chegar a esse patamar, é necessário modificar as rotinas educacionais e as práticas exercidas em sala de aula. Somente dessa forma será possível incorporar as modificações exigidas pela BNCC nos mais diferentes âmbitos escolares.
Como aliar todos esses aspectos?
A BNCC faz parte de um projeto completo e complexo, cuja principal responsabilidade é determinar as diretrizes para a elaboração de currículos escolares. O propósito é acabar com as disparidades existentes no País e regulamentar as aprendizagens essenciais a serem trabalhadas em sala de aula.
A partir de sua implementação, a ideia é que tanto escolas públicas quanto privadas tenham o mesmo currículo a ser repassado para os educandos em seus diferentes níveis de ensino. Assim, o objetivo é igualar a construção do conhecimento para gerar objetivos de aprendizagem comuns a todos.
Por isso, a BNCC nasce com objetivos já determinados. Cada um deles passa por etapas, que permitirão avaliá-los e rastreá-los a nível nacional a partir de avaliações censitárias, a exemplo da Prova Brasil.
Para efetivar essa ideia, os objetivos são primeiro transformados em descritores. A partir disso, são elaborados itens com diferentes graus de dificuldades, para pré-aprovação. Aqueles que forem autorizados seguem para um banco de itens para escolha posterior, quando for necessário formar a avaliação.
Com o código específico e os dados de aplicação, será possível identificar as respostas dos estudantes. Além disso, as avaliações terão validade comparativa, porque as provas serão utilizadas no ano seguinte para equalizar a performance dos estudantes.
Esse processo também é passível de aplicação na sua instituição de ensino. Basta colocar em prática a mesma ideia a partir das diretrizes da BNCC e utilizar diferentes modelos de avaliação. Junto a isso, é importante adotar ferramentas de tecnologia capazes de monitorar o desempenho dos alunos e gerar relatórios com dados da educação.
É o caso de utilizar, portanto, softwares de gestão de provas. Eles ajudam a elaborar provas que realmente contribuem para a aprendizagem e ainda utilizam técnicas de Big Data e machine learning, por exemplo, para sinalizar quais são as melhores práticas pedagógicas. O resultado é a inserção da transformação digital na educação.
O que muda nas rotinas das avaliações formativas?
A BNCC muda as avaliações formativas, também chamadas de contínuas. Elas consistem em propostas avaliativas capazes de melhorar o processo de ensino a partir dos dados coletados na aplicação de provas e outros instrumentos. O objetivo é identificar dificuldades de aprendizagem para a correção rápida.
No âmbito nacional, as avaliações da BNCC ajudarão a definir um projeto educacional comum, com intenções e expectativas a serem cumpridas por todas as instituições de ensino do País. Assim, deixa de haver um estreitamento dos objetivos de aprendizagem, como ocorre hoje, o que provoca uma revisão completa das matrizes e dos descritores adotados.
A ideia é mudar o contexto, muitas vezes, aplicado hoje, ou seja, os conteúdos a serem ensinados em sala de aula devem ser determinados a partir do currículo nacional.
A inversão dessa ordem permite obter melhorias educacionais. É claro que, para isso, é preciso atentar ao fato de que a BNCC não tem o propósito de intervir na metodologia de ensino, atividades e sequências didáticas desenvolvidas e definição de projetos.
Ainda assim, várias são as rotinas a serem modificadas para o docente, que precisa se tornar cada vez mais um professor atualizado. Entre as principais alterações estão:
Intensificação do protagonismo do aluno
O estudante como centro do ensino-aprendizagem e as metodologias que favorecem a personalização é o foco atual. Esse modelo é uma ruptura de paradigma, já que, até alguns poucos anos atrás, o professor era o único detentor do conhecimento.
Agora, a ideia é a atuação do docente como orientador, dentro do contexto de aprendizagem adaptativa. Uma metodologia viável é o Team Based Learning (TBL), que favorece a avaliação dos alunos no contexto de uma estratégia em grupos e colaborativa, ao mesmo tempo que verifica a atuação individual.
Inserção da tecnologia
A BNCC propicia o aumento da inserção da tecnologia na sala de aula, a fim de aumentar a construção do conhecimento por meio dessas ferramentas. A proposta está determinada na Competência 5 do documento, que sinaliza:
“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”.
Com essa medida, é possível facilitar a elaboração de provas e ter estudantes mais engajados e capazes de analisar diferentes situações. Isso contribui para a melhoria do processo decisório e desenvolvimento de habilidades.
Mudanças na perspectiva do planejamento escolar e do PPP
O Projeto Político Pedagógico da escola precisa mudar, com novos pontos de vista aplicados pela gestão. A proposta é fazer uma atualização constante, com construção coletiva para entender e contemplar a realidade dos alunos.
Modificação no formato de avaliação
A prova pela BNCC tem o objetivo de fazer uma análise global e integral do estudante. É aí que entra a avaliação formativa, que deve considerar “os contextos e as condições de aprendizagem, tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da escola, dos professores e dos alunos”, destaca o documento.
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