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O CAMPO INVESTIGATIVO DA PEDAGOGIA E DA DIDÁTICA NO BRASIL

Por:   •  10/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.660 Palavras (11 Páginas)  •  251 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Na atualidade existem diversos entendimentos sobre o campo da Pedagogia, alguns estudiosos a entendem como a arte de ensinar, voltando somente para os aspectos didáticos referentes ao processo de ensino e de aprendizagem. Outros pesquisadores possuem uma visão mais ampla e definem a Pedagogia como o estudo de todo o processo educativo, um desses estudiosos é Libâneo que nos mostra sua visão sobre a Pedagogia enquanto ciência da educação.

Pedagogia é, então, o campo do conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da educação - do ato educativo, da prática educativa como componente integrante da atividade humana, como fato da vida social, inerente ao conjunto dos processos sociais. Não há sociedade sem práticas educativas (LIBÂNEO, 2001, p. 06).

De acordo com essa perspectiva o pedagogo é um profissional especializado em estudos e ações sobre a ciência da educação, que estuda o fenômeno educativo em todas as suas dimensões. Diante disso, ele pode desenvolver suas atividades em diversas instâncias da prática educativa, tendo sempre como objetivo a promoção da formação humana.

Por se tratar de uma formação muito abrangente e com objetivos diversos é necessário identificar quais as características necessárias ao profissional pedagogo para atuação nos diferentes níveis de ensino. Em cada uma das etapas da escolarização o trabalho pedagógico assume diferentes nuances, o pedagogo precisa compreender as especificidades dessas etapas educativas para que possa desenvolver um trabalho de qualidade.

2 CAMPO DO CONHECIMENTO PEDAGÓGICO

Compreendemos a pedagogia como uma ciência que tem como objetivo a normatização de um conjunto de saberes que faz parte da vida de cada cidadão. Desse modo a pedagogia deve ser mantida sempre atualizada e pronta para ser usada, a fim de que seu desenvolvimento traga melhorias na realização do trabalho.

A Pedagogia se ocupa, de fato, com a formação escolar de crianças, com processos educativos, métodos, maneiras de ensinar, mas, antes disso, ela tem um significado bem mais amplo, bem mais globalizante. Ela é um campo de conhecimentos sobre a problemática educativa na sua totalidade e historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa (LIBÂNEO, 2001, p. 06).

Existe uma concepção do senso comum, inclusive por parte de muitos pedagogos de que a Pedagogia estaria associada exclusivamente ao ensino infantil, ou seja, uma maneira de ensinar crianças. Em outras palavras o trabalho pedagógico se restringiria somente ao aspecto metodológico, ao modo de fazer, ao modo de ensinar a matéria, seria o trabalho de ensinar as crianças no início do processo de escolarização.

O papel do pedagogo está sempre atrelado às exigências do contexto educacional vigente, muito embora os cursos de formação não acompanhem fielmente as mudanças impostas nas inúmeras resoluções editadas ao longo dos tempos. Atualmente, a proposta aprovada na Resolução CNE/CP n° 01/2006:

Art. 4º. - O curso de pedagogia destina-se à formação de professores para séries iniciais e ensino fundamental, porém as atividades docentes também compreendem participação na organização e gestão de sistemas de ensino, englobando educação escolar e não-escolar e produção e difusão de conhecimento (BRASIL, 2006).

Assim, o curso de pedagogia tem como objetivo formar profissionais para atuar tanto no espaço escolar como em outros espaços sociais, sendo que o trabalho desenvolvido na escola tem um papel característico, uma conotação das práticas educativas.

A esse respeito Libâneo (2002, p. 45) afirma que “o curso de pedagogia é o que forma o pedagogo stricto sensu, um profissional não diretamente docente que lida com fatos, estruturas [...], situações referentes à prática educativa em suas várias modalidades e manifestações”.

Contudo, os currículos dos cursos superiores de pedagogia não tiveram uma alteração significativa diante das tentativas de reformulação no sentido de dar ao pedagogo uma nova identidade profissional, que não seria a tão discutida formação de professores para atuar nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental, diante desse cenário, ainda hoje o pedagogo não possui uma identidade definida com relação à prática profissional.

Pimenta (2006, p. 76) define como pedagogo especialista aquele profissional que atua nos “sistemas escolares, movimentos sociais, organizações comunitárias, empresas, sindicatos, áreas de saúde, instituições culturais.” Enquanto que o pedagogo escolar é aquele que atua diretamente na docência frente a ações prática da sala de aula e demais seguimentos escolares como gestão, supervisão, orientação e coordenação.

É notório que o objetivo do curso de pedagogia tenha sido a formação de professores, ignorando muitas vezes as atribuições que o pedagogo especialista deve desenvolver no espaço escolar e sua importância para a organização da instituição de ensino, descaracterizando assim a atuação do profissional pedagogo.

A atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos professores no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula [...] na analise e compreensão das situações de ensino com base nos conhecimentos teóricos [...] na vinculação entre as áreas de conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula [...] considerando – se a variedade de níveis de atuação do profissional pedagogo, a que se convir que os problemas, os modos de atuação e os requisitos de exercício profissional nesses níveis não são necessariamente da mesma natureza, ainda que todos sejam modalidades de práticas pedagógicas (LIBÂNEO, 2002, p. 61).

Partindo da citação podemos concluir que a figura do pedagogo especialista também é de fundamental importância, sendo que, para que aja uma atuação significativa, positiva e de qualidade se faz necessário uma formação voltada para tal segmento a fim de habilitar esse profissional.

Tendo em vista a situação histórica a que estes profissionais já foram sujeitos (sua atividade profissional foi descaracterizada e até mesmo substituída); e a educação ficou relegada ao segundo plano durante muito tempo. Podemos ver; mesmo que pequenas; mais algumas tentativas de modificar esse quadro através de leis e reformas especialmente a partir da Constituição Federal de 1988. Mas as mudanças foram poucas diante da real necessidade dos pedagogos para a realização de sua atividade.

O pedagogo tem como compromisso contribuir para a mudança

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