O Conhecimento Científico

“Ao encontro da Ciência” – comunicação científica

Desde cedo as crianças são confrontadas com situações reais que estão relacionadas com as ciências. Assim, torna-se crucial que desde tenra idade estas desenvolvam o conhecimento das ciências de forma a entenderem tais situações de acordo com a idade e o nível de aprendizagem em que se encontram pois, “o ensino das ciências constitui um elemento fundamental da educação geral de todos os cidadãos” (Gonçalves et al., 2015, p.695). Segundo Gonçalves et al. (2015), os alunos devem estar “em contacto com alguns elementos básicos da Ciência desde os primeiros anos de escolaridade, para que, desta forma, esta se possa refletir na construção dos seus primeiros esquemas de compreensão e atuação sobre o meio natural e social” (p. 697).

Deste modo, o ensino experimental, através da realização de experiências e de aulas práticas, é essencial, uma vez que permite que os alunos experimentem e tirem eles próprios as conclusões. Assim, tornam-se capazes de desenvolver conhecimentos científicos sendo participantes ativos, ao invés de meros ouvintes ou assistentes, uma vez que os alunos aprendem melhor ao experimentar e praticar, até porque “(…) o envolvimento teórico nem sempre é suficiente, pelo que é importante recorrer à experimentação pois permite o envolvimento ativo do aluno na construção de saberes” (Vieira & Quinta e Costa, 2016, p. 44).

Assim sendo, o ensino experimental torna-se um elemento fundamental que proporciona um maior envolvimento dos alunos na construção de saberes através de aulas mais motivadoras. Além disso, salienta-se o potencial da realização de experiências em sala de aula como um elemento de diferenciação pedagógica, onde podem facilmente ser criados grupos de acordo com a estratégia do professor para o grupo de alunos em questão, ou até nomeados cargos ou funções para cada aluno na realização da experiência, por exemplo, de acordo com as suas qualidades que demonstram em sala de aula.

        Por outro lado, a existência de estereótipos entre as crianças relativamente ao ensino das ciências, apesar de bastante comum, não deve ser ignorada. Por isso, além de perceber que estão presentes, deve procurar-se contornar essas questões, esclarecendo as dúvidas dos alunos e apresentando figuras e situações reais. Portanto, é importante familiarizar os alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico com a ciência, trabalhando conceitos e desenvolvendo o espírito de curiosidade sobre o meio que os rodeia, de forma que reconheçam a utilidade do conhecimento científico para entender as situações do quotidiano.

Posto isto, o conhecimento científico deve ser construído com base numa comunicação científica sólida, isto é, rigorosa, criteriosa, responsável, informada e concreta. Para isso, é importante o professor partir dos conhecimentos prévios dos alunos, das suas curiosidades e dúvidas, estimulando-os e incentivando-os continuamente, a fim de que estes construam “uma representação pessoal do conteúdo objeto de aprendizagem” (Varela & Martins, 2013, p. 99). Esta abordagem irá exigir um maior envolvimento afetivo e cognitivo do aluno nas tarefas de aprendizagem.

        Como tal, no ensino da ciência, o professor deve adotar as estratégias e os recursos adequados, com destaque para a prática experimental, como referido anteriormente. Ou seja, o professor nas experiências que realiza, deve apresentar vários materiais e fontes de informação aos alunos e, a partir deles, realizar perguntas abertas para perceber as conceções que têm e como explicam os resultados.

        Assim sendo, revela-se fundamental promover estas práticas através do empoderamento dos professores desde a sua formação, valorizando-se e promovendo-se cada vez mais o Ensino Experimental, de forma que os futuros professores se sintam capazes de o incluir na sua prática docente e despoletar nos seus alunos o gosto pela ciência.