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O Ensino Religioso

Por:   •  16/7/2017  •  Artigo  •  1.489 Palavras (6 Páginas)  •  261 Visualizações

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Diversidade religiosa na escola

                                                                                                                        Fabíola Pires da Gama[1]

RESUMO

A religião faz parte da humanidade desde os primórdios, entretanto é um processo que se forma culturalmente nas diversas sociedades, por tanto o fato ter ou não uma religião depende de cada um, tanto quanto o fato de escolher determinada religião. O presente artigo tem como objetivo destacar a importância da Educação para Diversidade Religiosa como contribuição para promoção do respeito e da tolerância entre os indivíduos de diversas religiões. Nesse contexto destacaremos o papel da escola através da educação religiosa buscar desenvolver em seus educandos valores para a educação em direitos humanos e assim diante da diversidade cultural religiosa do nosso país celebrar a comunhão entre povos.

Palavras-chave: Religião, diversidade e educação

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento da humanidade sempre foi permeada por diversos acontecimentos entre eles a busca pelo transcendental que se caracteriza por explicações entre o mundo espiritual e material. Nesse contexto sabemos o quanto é importante para alguns vivenciar determinada experiências com o sagrado. Segundo Silveira:

Na raiz da finitude humana está, portanto, a transcendência; é na busca e na descoberta de respostas que transcendem os seus próprios limites, que o humano (re)orienta seu sentido sobre a vida, deparando-se também com algo maior, indescritível e indefinível: o mistério/sagrado. (SILVEIRA, p.2)

          Sabemos assim, que as religiões fazem parte da memória cultural e do desenvolvimento histórico de todas as sociedades.  Dessa forma o ensino de religiões e não apenas de uma religião no currículo escolar não deve ser feito para defesa de uma delas, em detrimento de outras, mas discutindo princípios, valores,  diferenças e  tendo em vista a compreensão do outro com base e foco fundamental para o trabalho voltado para a diversidade, tão presente em nosso país.

RELIGIÃO UM PROCESSO SOCIO-CULTURAL

Desde os primórdios os homens procuram buscar significados para a existência da vida na terra e que um dia vamos morrer. Diante da busca incessante pelo o conhecimento o ser humano desenvolveu formas de se comunicar aprimorando cada vez mais a linguagem. Sendo assim, a sociedade se caracteriza como um produto dos processos históricos e se organiza conforme as ideologias que os homens, como agentes dessa história as formulam.

Ao longo do tempo os homens juntamente com a sociedade desenvolveram-se e buscaram aprimorar diversos tipos de conhecimento incluindo o da religião.

A religiosidade, independentemente de qual religião pertença, faz parte do contexto e da cultura do ser humano. Observamos assim, que todas as religiões possuem algo em comum: a busca pelo transcendental.

Esta relação com o transcendente, pode ocorrer de maneira individual ou grupal. Na maioria das experiências esta relação tem um cunho mais grupal, de comunhão entre os indivíduos, do que individual, inclusive com postura de hierarquias- isso para a maioria das religiões. (PIMENTEL, 2012, p.3)

        Mas, infelizmente em muitos lugares a religião tem sido fonte de intolerância e discriminação, principalmente as religiões que são praticadas pelas minorias a exemplo: religiões de matriz africana ou indígenas. Nesse cenário existem tantos conflitos de grandes proporções em nome da defesa de um credo religioso como de pequenas proporções na qual observamos diariamente e que afeta a dignidade da pessoa humana como também fere um direito inviolável: “A liberdade de consciência e de crença”. (Constituição brasileira, art. V).

        Vivemos em uma sociedade laica, onde as pessoas possuem o direito de escolher ou não uma religião. Por tanto a questão da intolerância religiosa deve ser combatida, não podemos aceitar a imposição religiosa, pois a cada um de nós é garantida a liberdade religiosa. Se Deus é amor, onipotente e onisciente porque muitas vezes pregamos o desafeto, a intolerância e a violência, por acreditarmos que só existe uma verdade, um culto, uma religião?

         

A DIVERSIDADE RELIGIOSA NO ESPAÇO ESCOLAR

Foi a partir dos anos cinquenta através dos movimentos culturais e sociais que os estudos sobre religião ultrapassou os murros dos seminários bíblicos e teológicos. A busca pela igualdade de direitos, o respeito à diferença, um novo olhar sobre as questões multiculturais e a defesa pela liberdade de escolha seja nos aspectos religiosos, sexuais e econômicos contribuíram para os estudos sobre religião e diversidade religiosa.

 A promoção da igualdade e do respeito frente aos direitos básicos universais passa também pela questão do respeito à diversidade religiosa. O Brasil segundo a Constituição Federal é um país laico, assim diz no capítulo I, artigo VI: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias”.

Juntamente com a Constituição Federal que garante o ensino religioso nas instituições de ensino no Brasil no art. 210. 1º: “O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental” a LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação através de um projeto de lei alterou o art. 33 de “O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental (...)” para “O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo”. Sendo um direito dos estudantes e obrigação do Estado o autor Cury, destaca a importância do educador estar preparado para trabalhar a disciplina buscando o respeito, a liberdade e a tolerância. A escola portanto, se configura como um local privilegiado para o trabalho com a diversidade cultural e religiosa.

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