O Esforço Reflexivo de Fazer da Vida Uma História
Por: 19721303 • 4/4/2015 • Trabalho acadêmico • 753 Palavras (4 Páginas) • 1.189 Visualizações
RESUMO:
O Esforço Reflexivo de Fazer da Vida Uma História (Antonio Bolívar)
Para Antonio Bolívar, as histórias de vida, acontecimentos, aprendizagens e experiências, contribuem para a construção de um novo projeto do docente.
As relações sociais e a forma como o docente viveu, conseguem garantir a identidade de cada um e se refletir nas novas histórias que serão vivenciadas.
Toda trajetória pessoal e profissional, desafios, pontos positivos e negativos da história de vida do docente são bases importantes para sua trajetória profissional atual.
As pessoas constroem sua identidade individual através de relatos que recriam o seu passado, tentando dar sentido ou inventando seu novo eu. Segundo Antonio Bolivar, narrar sua história ou a de outros é uma estratégia de identidade que pode dar sentido ao seu trabalho, oferecendo novos modos de abordagem e aprendizagem.
FAZER DA VIDA UMA HISTÓRIA
Cada profissional da educação tem uma história de vida, uma série de acontecimentos que, ligados à sua vida pessoal, formam uma vida profissional singular. Mas há diferença entre viver a vida e fazer dela uma história. De acordo com Ricoeur, é necessário esforço para entrelaçar vários acontecimentos e experiências vividas e relatá-los.
Ao narrar os fatos já vividos o docente recorre ao passado, ao presente e aos projetos que têm para o futuro. É necessária uma conexão muito bem entrelaçada entre as experiências e os acontecimentos da vida para se desenvolver uma história de vida.
Interpretar a própria vida permite entendê-la e dar significado a ela. Além disso, uma história de vida é construída pela soma de tudo aquilo que o indivíduo considera importante para descrever a sua situação presente e por aquilo que ele projeta para o futuro.
Mas vale lembrar que a história de vida não é um apanhado de fatos passados, mas sim uma reconstrução feita a partir do presente, com vistas naquilo que se deseja em relação ao futuro. O relato de vida é de extrema importância para a identidade do indivíduo, porque é por meio da narração que sua vida pode ser representada.
HISTÓRIAS DE VIDA E FORMAÇÃO
Segundo Gaston Pinhau e Pierre Dominicé, levar os adultos a narrar os conhecimentos que acumularam ao longo da vida, bem como suas experiências e apreensões, é um mecanismo significativo de auto-formação, pois fornece a eles uma lógica para a sua vida e identidade. Antes de transmitirem currículos, os professores são fruto de um curso de vida, isto é, a vida de cada um deles é formada pelas experiências e por tudo aquilo que aprenderam ao longo da vida e que os levaram a se tornar aquilo que são no presente. Quando um professor relata sua história de vida, ele dá a conhecer tudo aquilo que o trouxe ao lugar em que ele se encontra hoje. A narração de sua história de vida o leva a entender o que o levou a se tornar um professor, e isto pode levá-lo a mudar a maneira como o ensino é transmitido.
Diante disso, vale ressaltar que embora cada um de nós conheça mais do que ninguém a sua própria vida, também a desconhece. Então, quando narramos a nossa história e refletimos sobre ela, reconhecemos aquilo que realmente sabemos e somos, e assim somos levados a transformar aquilo que consideramos relevante. Tomar os dados de que nos demos conta a partir da nossa narrativa de vida, e os organizar, é a principal base da formação.
IDENTIDADE PROFISSIONAL
A identidade é fundamental para os professores, tendo em vista que é a partir dela que eles desenvolvem suas atividades do dia-a-dia relacionadas à sua profissão. Quando narramos a nossa vida, interpretamos aquilo que realmente somos, e aquilo que somos é formado por aquilo que narramos a respeito de nossa própria vida.
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