O Essencial Memória
Por: luisreis7 • 19/6/2022 • Trabalho acadêmico • 453 Palavras (2 Páginas) • 67 Visualizações
Essencial memória.
A memória valorizada é peça fundamental para o desenvolvimento de relações familiares, ela fornece em momentos inesperáveis, lembranças da vivência obtida em vínculos criados no grupo doméstico.
O cenário da infância se inicia no sítio do Mimoso, infância humilde e tímida, mas muito divertida, onde os amigos eram os animais, tendo papel importante no aprendizado da construção de relações familiares.
Papai era muito ocupado, cuidava do sítio, era responsável e dedicado, levantava pela madrugada para a elaboração e organização das tarefas do dia, convivia mais com os animais e com as plantas do que com a própria família, gostava de ficar sozinho conversando consigo mesmo sobre os afazeres, não gostava de ser interrompido, caso fosse sua face se fechava como pedra.
Mamãe era mais pacata, ficava com os afazeres da casa, passava praticamente o dia todo em frente ao fogão de lenha, fazendo aquele doce de leite inigualável, cozinhava como ninguém, me pedia logo de manhã para que eu fosse até ao pomar do sítio colher frutas, para que ela pudesse idealizar suas receitas.
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Meu dia-dia era calmo, passava boa parte do dia em frente â televisão, na qual só sintonizava-se a histórica TV Cultura, o que para mim era oportuno, desenhos exibidos traziam lições e vida, que acredite ou não, trago essas lições aprendidas até hoje.
Aos sete anos a separação inesperada de meus pais, fez com que eu viesse a ter uma nova forma de vida, a “vida urbana”.
Já com a nova vida na cidade, passei a ter cuidados de minha avó materna, minha Maria, era uma avó calma e preocupada. Chegava da escola e lá estava aquele banquete preparado com tanto carinho me esperando para degustar aquelas delícias. Passávamos todas as tardes comendo pipoca e bolinho de chuva assistindo as novelas clássicas brasileiras, lembro-me bem do sabor daquele cafezinho doce passado no fim da tarde pela minha velhinha.
Na vizinhança criávamos laços, que não tínhamos dentro do grupo familiar sanguíneo, em vez da convivência com tios e tias, primos e primas, substituíamos por vizinhos, esses que nos dava o apoio necessário e carinhoso para as experiências de vida.
Lembro-me que nos reuníamos na casa da Senhora Meire para fazer a tradicional pamonha, enquanto nós adolescentes brincávamos de salada mista escondidos dos pais no forro da casa, já os adultos faziam a receita no quintal com um fogão improvisado em cima de tijolos com madeira.
A noite toda a criançada se reunia em frente a minha casa para brincarmos de atuação, passávamos a noite fazendo versões de novelas famosas.
O tempo passou, modificações de vínculos ocasionou distanciamentos, mas a companheira memória estará sempre arquivada, disposta a qualquer momento em nos trazer sentimentos e reflexões, além de um filme de memória. Memória a base da compreensão das relações.
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