O MUTISMO SELETIVO
Por: anpghalila • 5/1/2023 • Artigo • 3.611 Palavras (15 Páginas) • 66 Visualizações
RESUMO
O mutismo seletivo é uma disfunção na qual a criança não consegue se comunicar verbalmente em ambientes que não lhe sejam familiares e seguro, sendo que muitas vezes só consegue se comunicar no seio familiar. Quando chega na idade escolar a criança com mutismo seletivo sofre com o despreparo dos professores e da escola como um todo, que inicialmente acreditam que esse aluno é tímido e retraído e muitas vezes o deixam de lado. Quando são obrigadas a falar a criança com mutismo seletivo passa a sofrer ainda mais e a dificuldade de comunicação verbal se acentua. A escola muitas vezes se configura para as crianças como um espaço alheio, obscuro, pois não se aproxima da realidade do aluno, respeitando suas particularidades e potencialidades, ficando bitolada a transmissão de conhecimentos, que o aluno com mutismo seletivo, muitas vezes não consegue absorver. Como ainda existe pouco estudo sobre o mutismo seletivo, as escolas acabam também não tendo muito conhecimento sobre o assunto e por isso enfrentam dificuldades principalmente no diagnóstico dos alunos com esse problema, e esse despreparo pode ocasionar que o aluno não tenha a atuação e a metodologia adequada que auxilie no processo de ensino/aprendizagem, ficando alheios a construção do conhecimento. Esse trabalho teve como objetivo destacar a importância da capacitação dos professores por meio de um estudo de caso e também desmistificar o mutismo seletivo. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso. Percebeu-se que o mutismo seletivo ainda é uma incógnita no ambiente escolar, a escola não está preparada para o diagnóstico e para o trabalho com esse aluno efetivamente que acaba sendo por isso um grande desafio a ser ultrapassado.
Palavras-chave: Mutismo Seletivo. Educação. Aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO
O mutismo seletivo ainda é um distúrbio a ser desmistificado e um dos problemas mais difíceis da infância e que se não diagnosticado e trabalhado corretamente leva a consequências que o indivíduo carregara por toda a sua vida. O aluno com mutismo seletivo em geral não apresenta dificuldade de aprendizagem, entretanto não consegue se comunicar verbalmente em ambientes externos ao da sua família, o que traz grandes prejuízos para a criança.
A escola muitas vezes se configura para as crianças como um espaço alheio, obscuro, pois não se aproxima da realidade do aluno, respeitando suas particularidades e potencialidades, ficando bitolada a transmissão de conhecimentos, que o aluno com mutismo seletivo, muitas vezes não consegue absorver.
Como ainda existe pouco estudo sobre o mutismo seletivo, as escolas acabam também não tendo muito conhecimento sobre o assunto e por isso enfrentam dificuldades principalmente no diagnóstico dos alunos com esse problema, e esse despreparo pode ocasionar que o aluno não tenha a atuação e a metodologia adequada que auxilie no processo de ensino/aprendizagem, ficando alheios a construção do conhecimento.
Esse trabalho teve como objetivo destacar a importância da capacitação dos professores por meio de um estudo de caso e também desmistificar o mutismo seletivo. A escolha do tema se deu a partir de inquietações profissionais e de observação que alguns alunos têm muita dificuldade de comunicação e não se configura apenas como uma timidez excessiva, dessa forma para atender o objetivo proposto utilizou-se como metodologia foi a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso.
2 CARACTERIZANDO O MUTISMO SELETIVO
O mutismo seletivo é um transtorno de que aparece em crianças e que leva essas a não conseguir falar em determinados locais, principalmente em público com pessoas “estranhas” a sua convivência e em situações mais graves até com pessoas da própria família.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais o Mutismo Seletivo
É um transtorno psicológico caracterizado pela recusa em falar em determinadas situações, mas em que o indivíduo consegue falar em outras. Geralmente envolve crianças tímidas, introvertidas e ansiosas que falam apenas com algum ou ambos ou com outras crianças e animais, mas não falam com adultos (como professores, médicos, dentistas, ou outros familiares e desconhecidos). A frequência não varia muito com o gênero, mas é mais comum em meninas. (DSM-IV-TR, 2002, p. 148)
As crianças que apresentam mutismo seletivo, conseguem entender a linguagem e se expressam oralmente, ou seja, falam em ambiente em que se sintam seguros, acolhidos, como por exemplo na família. Nos ambientes externos dificilmente se comunicam oralmente, apresentam um comportamento bastante tímido e com certo grau de ansiedade, quando se comunicam é apenas por gestos não conseguem estabelecer nenhuma conversa.
Mutismo Seletivo é descrito como a falta na produção da fala sem anormalidades estruturais. Isto significa, que nos quadros de mutismo seletivo, geralmente, não há comprometimento de outras estruturas fisiológicas do ser humano. Observamos que a criança mutista pode apresentar outras comorbidades, mas até onde sabemos o mutismo seletivo não está relacionado com dificuldades efetivas de voz. (VIERA, 2015, p.01)
O portador do mutismo seletivo, não busca chamar a atenção para si mas realmente não conseguem se expressar e falar, apresentam dificuldade de brincar com os colegas, de fazer o lanche junto com os demais colegas. A não expressão verbal não pode ser considerada como uma forma da criança chamar atenção, de sendo ignorada por isso, só piorando a falta de comunicação.
O mutismo seletivo (MS) é considerado um distúrbio, no entanto ainda é pouco investigado e compreendido como uma deficiência, sobretudo em ambientes em que o silêncio, em muitos momentos, é considerado uma qualidade e não necessariamente uma possível deficiência. Isso porque as pessoas que apresentam MS geralmente têm sua capacidade linguística preservada, compreendem o idioma falado e são capazes de falar normalmente em outros ambientes, como, no meio familiar onde são crianças que se comunicam normalmente com os pais, irmãos ou com pessoas que ela considera próximas de seu convívio. (ARAGÃO, S/D, p.1)
O mutismo seletivo pode ter como causas principais
(1) herança genética, a maioria das crianças que sofrem do mutismo apresentam uma predisposição genética a experimentar sintomas de ansiedade que é exacerbada por condições estressantes ou hostis; (2) traços de temperamento, como: vergonha, timidez, preocupações excessivas, evitação social, medo, apego e negativismo e (3) interações familiares, existe um consenso de que o mutismo é mantido na presença de características familiares, tais como: relação simbiótica, dependente e controladora entre mãe e filho, mães deprimidas e passivas. (CAMPOS, 2015, p.2)
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