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O Paper Educação Inclusiva

Por:   •  23/10/2019  •  Trabalho acadêmico  •  5.198 Palavras (21 Páginas)  •  255 Visualizações

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Acadêmica: Viviane Cristina dos Santos Alves- 1413822

Professor-Tutora Externo: Gabriela Araújo Souza Esteves

Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI

Pedagogia

18/11/2018

RESUMO

A proposta da Educação Inclusiva tem despertado interesse de toda a sociedade por ser uma forma eficaz de inclusão social. O presente estudo se justifica já que conhecer as concepções dos vários segmentos da comunidade escolar sobre o processo de Educação Inclusiva é a primeira etapa para se definir os caminhos a serem planejados e trilhados em uma possível intervenção no contexto escolar. Nesse sentido, o objetivo do trabalho foi avaliar e caracterizar as concepções dos diferentes segmentos da comunidade escolar a respeito dos conceitos e impressões sobre inclusão e a escola regular.  Mas, sobretudo, o trabalho, se constituiu como instrumento eficaz de sensibilização e mobilização da toda comunidade acadêmica ao proporcionar uma reflexão mais sistemática sobre o tema.

Palavras-chave: Escola Regular, Educação Inclusiva, Diversidade.

1 INTRODUÇÃO

Sabendo-se que a escola recebe em seu ambiente interno, influência das mudanças ocorridas na sociedade, evidencia-se a necessidade de uma escola capaz de desenvolver múltiplas alternativas de organização, constituindo uma estrutura dinâmica que estimule e facilite responder com eficácia às novas demandas sociais.

Com este artigo, pretende discutir a relação entre a escola regular e a efetivação do paradigma da inclusão, no atual contexto sócio, cultural, político e econômico.

Percebe se que uma instituição comprometida com reais valores democráticos, cujas decisões partem sempre da reunião e cooperação dos envolvidos na comunidade escolar, facilita, de certo, à escola assumir a função definitiva a que veio, ou seja, lutar pela transformação social, a fim de garantir mudanças de atitudes e valores discriminatórios, possibilitando aos indivíduos a construção de uma sociedade inclusiva, que almeja a educação de qualidade para todos.

Para estabelecer esse olhar quanto à questão proposta neste texto, tomou se como base a concepção de Apple e Beane (1997) de escola democrática, no sentido de uma escola para todos, propiciada principalmente por uma administração escolar comprometida com reais valores democráticos e que almeja a transformação social.

2 GESTÃO ESCOLAR PARA INCLUSÃO

A administração geral e escolar, dependendo dos objetivos aos quais é vinculada pelos sujeitos administradores, se constitui num instrumento que pode se articular, tanto com a conservação do status quo, de modo a servir aos grupos dominantes, quanto com a conscientização dos grupos dominados, no sentido de promover uma profunda mudança na estrutura social (PARO, 2001).

A administração nos moldes capitalistas se apresenta no nível estrutural e superestrutural, como mediadora da exploração e do domínio de uma dada classe social sobre as demais, prevalecendo sempre seus dogmas e intuitos. A administração escolar, estruturada nessa lógica, tem o diretor de escola como o representante da lei e da ordem, responsável pela supervisão e pelo controle das atividades nela desenvolvidas, possuindo o poder de dar a última palavra sobre as decisões tomadas. Cabe aos demais participantes da instituição o cumprimento de funções e atribuições, conforme o estabelecido.

Essa postura do diretor acaba atendendo aos interesses de alguns em detrimento dos interesses da maioria, colocando a escola contra os reais interesses da sociedade, uma vez que não distribui igualmente o saber historicamente acumulado, privilegiando em suas ações a classe dominante, revelando-se ineficiente no seu papel de educar a todos. Consequentemente desse modelo de administração, no interior das escolas, predomina o excesso de normas e regulamentos burocráticos desvinculados da realidade prejudicando todo o processo educacional.

Tratando-se de uma escola pública, o diretor encontra-se dividido entre as duas funções que precisa exercer na unidade escolar: de educador, buscando objetivos educacionais da escola; e de “gerente e responsável último pela instituição escolar, tendo que fazer cumprir as determinações emanadas dos órgãos superiores do sistema de ensino que, em grande parte, acabam por concorrer para a frustração de tais objetivos” (PARO,2001, p. 133).

Além dos múltiplos problemas que surgem no dia-a-dia, como a falta de recursos financeiros e humanos, a precariedade do prédio e de equipamento escolar, constantemente, os órgãos superiores bombardeiam a escola com enorme número de leis, pareceres, resoluções que acabam ocupando grande parte do tempo do diretor no atendimento de formalidades burocráticas, restando-lhe pouco tempo para ser dedicado às atividades ligadas diretamente às questões pedagógicas.

Diante disso, como aponta paro (1987, p. 52), nota-se que “infelizmente a escola que aí está é sim reprodutora de uma certa ideologia dominante... é sim negadora dos valores dominados e mera chancelada a da injustiça social, na medida em que recoloca as pessoas nos lugares reservados pelas relações que se dão no nível da estrutura econômica”.

Contraponto a esse modelo de administração, com base na administração capitalista e tradicional, surge um processo de discussão em torno de uma escola democrática, propiciada, principalmente, por uma administração comprometida com reais valores democráticos.

Nesse novo modelo de administração, a organização hierárquica cede lugar à horizontalidade do poder e das competências, a visão integral da escola e dos objetivos a realizar substitui a percepção fragmentada da realidade, a ação solidária e a cooperação em direção ao alcance dos objetivos definidos coletivamente toma o lugar da divisão rígida do trabalho.

As incertezas, as ambigüidades, as contradições e tensões são percebidas como fatores a serem superados no espaço de negociações com vista à construção de consensos capazes de contemplar os interesses coletivos.

Seu principal objetivo é contribuir efetivamente para a transformação social, entendida como “a própria superação da maneira como se encontra a sociedade organizada. Não, portanto, a mera atenuação ou escamoteação do antagonismo, mas a eliminação de suas causas, ou seja, a superação das classes sociais” (PARO, 2001, p. 82).

Sendo capaz de rever a concepção de educação que vigora em suas práticas e atitudes, a fim de reafirmar valores e objetivos com o intuito de retomar um de seus verdadeiros compromissos: conscientizar os educandos a agirem nas esferas ideológicas, políticas e econômicas da sociedade, no intuito de modificá-las em favor de todos.

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