O Que é Educação - Carlos Rodrigues Brandão
Por: TerezaGoes16 • 7/6/2016 • Resenha • 2.131 Palavras (9 Páginas) • 2.087 Visualizações
O QUE É EDUCAÇÃO?
INTRODUÇÃO
O livro O que é educação? De Carlos Rodrigues Brandão possui uma linguagem simples e certa ordem cronológica em seus capítulos ao tratar do tema da educação, o autor inicia o seu livro destacando que a Educação pode ser encontrada em todos os lugares e que não há uma única forma de educação, ele informa que essa educação está presente no dia a dia, na convivência, em casa, na rua e na igreja; ele diz que para algumas sociedades - como tribos, nômades, caçadores e até países desenvolvidos- a educação faz parte da manutenção de sua cultura e é a forma de repassar para as futuras gerações o saber comum, suas tradições e crenças. Essa educação difusa dá lugar a uma educação formal, ou seja, surge a escola. Brandão passa a analisar algumas civilizações que deram inicio a educação como conhecemos hoje, Atenas e Roma, onde surge a escola (de caráter público e particular) e a pedagogia e uma educação elitista e desigual, a educação passou a servir os interesses políticos e econômicos. A partir desse momento o autor passa a tentar compreender a educação atual brasileira, com citações de autores, trechos de leis, significado no dicionário, que falam sobre a educação, mas essas definições são divergentes e a grande maioria das vezes utópicas e não aplicadas. Para o autor a educação é essencial e fundamental, pois é uma pratica social, que visa formar sujeitos com saberes de sua cultura, consciente do seu contexto social e pronto para viver em sociedade. O autor critica a educação da sociedade capitalista por promover a desigualdade social, onde existem escolas diferentes para grupos diferentes, assim, as classes privilegiadas que ganham com essa desigualdade muitas vezes controlam o ensino e não permitem mudanças significativas, a educação passa a ser uma forma de domínio sobre a sociedade por parte do poder politico e econômico. Brandão finaliza o seu livro ressaltando que apesar das desigualdades em relação a educação ele deixa uma esperança em acreditar no trabalho do pedagogo em reinventar essa educação, pode ser através de grupos sociais ,sindicatos ou movimentos dos professores, que se unem para o bem maior, para a preservação do saber e da educação.
DESENVOLVIMENTO
Os índios como sabemos foram os primeiros a chegar ao nosso país, sua cultura, crenças, rituais são parte de sua sobrevivência. No Brasil há varias tribos indígenas espalhadas, em São Paulo, por exemplo, existe a tribo Guarani, situada em Boracéia, próximo a Bertioga, são em média 27 mil índios dessa tribo pelo país, eles foram os primeiros a se aproximarem dos portugueses. Nas tribos, os chefes ou caciques são os responsáveis pelo aprendizado dos membros, no entanto, as crianças indígenas também aprendem muita coisa com seus pais e parentes mais próximos, com os irmãos e os avós,as formas de aprender são passadas sucessivamente do mais velho para o mais jovem, suas danças e rituais são formas divertidas de passar experiência para as crianças e perpetuar sua cultura.
Para melhor exemplificar esse aprendizado podemos analisar o que as crianças aprendem na tribo dos Matsés ou Mayoruna que são um grupo indígena que habita a região de fronteira Brasil-Peru, uma das atividades muito comuns entre os índios é a caça e a pesca, os homens, mulheres e crianças Matsés pescam nos rios próximos às aldeias nos dias em que não há caça. As famílias realizam ainda pescarias coletivas com veneno (antinte), que dissolvem na água de lagos e igarapés, principalmente na época das secas. Também são comuns as expedições de caça e pesca em que passam vários dias em acampamentos na floresta. Chamam esse movimento de capuec, caminhar, e apreciam muito o tempo em que ficam na mata, durante esse período os meninos aprendem a caça e a pesca com os mais velhos e tiram muito proveito do convívio aprendendo a cultura nas conversas.
As meninas por observar as mais velhas aprendem a colher alimentos e preparar delícias como o beiju, que é um tipo de panqueca de mandioca, a fazer panelas, a tecer, a manipular os alimentos, a socar pilão e outras atividades destinadas as mulheres. Aprendem muito andando com os mais velhos se atentando a tudo o que eles fazem e falam, acompanham a confecção de potes, cestas, comidas e a se portar perante aos outros da tribo, e suas tradições. Através da imitação as meninas que acompanham as mães aprendem brincando a arrancar as batatas da terra para a fabricação do beiju, as meninas mais velhas ajudam as mães a cuidar de seus irmãos mais novos.Fabricação do beiju. As meninas através da observação de suas mães, tias, avós aprendem a colher a matéria prima e a prepará-la. Observando todo o processo desde a colheita ate o preparo da iguaria, aprende como executá-la desde o ralar ate o cozer.Outra atividade que podemos destacar é a fabricação de potes, com a extração do barro e observação da manipulação do mesmo para dar forma de potes e tigelas, que muitas vezes era aproveitada a sobra de barro não cozido para confeccionar brinquedos em forma de corpos e animais, mas as meninas não tinham muito tempo para o lúdico, pois sempre estava acompanhando suas mães nas diversas tarefas cotidianas como buscar água e lenha, ralar mandioca, preparar a farinha para cozer as tortas de mandioca e, até nas horas livres, imitar suas mães fazendo pequenas tecelagens.
Algumas brincadeiras também são muito comuns no cotidiano dos índios e servem também de aprendizado para os mesmos, algumas delas são:
-Brincadeira do gavião: Essa brincadeira acontece na beira de uma lagoa ou de um rio. Quem propõe a brincadeira assume o papel de um gavião e será o “dono" da brincadeira. O "gavião" desenha na areia uma grande árvore, cheia de galhos, e as outras crianças fingem ser passarinhos. Cada "passarinho" escolhe um galho, monta o seu ninho e senta-se lá. O gavião sai à caça dos passarinhos, que saem dos seus ninhos e se reúnem num local bem próximo à “árvore”, batendo os pés no chão e provocando o gavião com uma graciosa cantoria.
O gavião avança lentamente na direção dos passarinhos. Já bem perto do grupo, dá um pulo e tenta pegar os passarinhos que começam a correr em todas as direções, fazendo muitas manobras para distrair o gavião. Para descansar, protegem-se nos seus ninhos. O gavião, quando consegue apanhar um dos passarinhos, prende-o no seu refúgio, que fica próximo ao pé da árvore. O último passarinho que conseguir escapar e não ser "caçado" pelo gavião, se transforma no novo “gavião” e "dono" da brincadeira, que recomeça.
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