O TEMPO E O ESPAÇO DOS SUJEITOS E INSTITUIÇÕES ESCOLARES
Por: lenosanoli • 24/6/2016 • Artigo • 1.458 Palavras (6 Páginas) • 345 Visualizações
O TEMPO E O ESPAÇO DOS SUJEITOS E INSTITUIÇÕES ESCOLARES
Arlene do Socorro Amorim da COSTA
Dileno José Oliveira dos SANTOS
UNINTER
Resumo
O presente trabalho se propõe a estudar o tempo e o espaço dos sujeitos e instituições escolares, com o intuito de averiguar se o espaço consegue prover as necessidades do contexto atual em que está inserido. Para tanto, foi realizada uma entrevista semiestruturada com a Coordenadora Pedagógica da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professor Oliveira Brito, localizada no Município de Capanema, PA, a qual foi analisada através da metodologia denominada Análise de Conteúdo. Os resultados apontam a necessidade de reformulação das práticas educativas cotidianas, para que a escola consiga formar cidadãos capazes de enfrentar os desafios postos pela globalização e Tecnologias da Informação e Comunicação.
Palavras-Chave: Instituições escolares. Necessidades educacionais atuais. Práticas pedagógicas.
O crescente processo de globalização, iniciado no final do século XX, tem ocasionado profundas modificações na sociedade mundial, em especial no que diz respeito ao mercado de trabalho, que se torna cada vez mais exigente em relação à formação/qualificação da força de trabalho, o que representa novos desafios para a área educacional, que precisa se adequar a tais mudanças, para que consiga suprir as novas demandas que se apresentam.
O sistema Capitalista convive com um novo padrão de acumulação, que passa a definir uma nova concepção de educação para os trabalhadores, independentemente da área, das atribuições ou do nível hierárquico em que estejam inseridos, visto que o atual processo de trabalho, resultante de um novo paradigma tecnológico apoiado essencialmente na microeletrônica, apresenta características relacionadas às transformações tecnológicas, à descoberta de novos materiais e às novas formas de organização e gestão do trabalho.
Neste sentido, segundo Goergen (2009, p.05)
Torna-se cada vez mais importante a descoberta mútua, o compartilhamento de experiências e as ressonâncias comuns que se refletem sobre os processos de socialização e aprendizagem. A construção da identidade que tradicionalmente ocorria através da integração num contexto de tradições e valores estáveis e fixos torna-se cada vez mais fragmentária e dispersa. O que antes era uma trajetória natural e direta para o interior de uma tradição, hoje se apresenta como uma encruzilhada de múltiplas alternativas. [...] Poderíamos resumir algumas das principais características da sociedade complexa. Antes de tudo, trata-se de uma sociedade em permanente movimento de transformação seja no plano econômico, cultural ou ético. Resulta daí um cenário de identidades diferenciadas que coabitam lado a lado e precisam entender-se sem parâmetros nem critérios. Uma sociedade dependente da ininterrupta produção do novo no plano do conhecimento, da moda, da informação, da arte e até mesmo dos valores. (GOERGEN, 2009, p. 5)
Desse modo, observa-se a necessidade urgente de reformulação das práticas pedagógicas atualmente adotadas, para que o processo de ensino e aprendizagem se dê de forma integrada, tanto no que diz respeito à transdisciplinaridade, quanto à conexão entre a teoria estudada e a prática cotidiana. Desta forma, a função da escola compreende a formação de cidadãos críticos, capazes de ser protagonistas no meio ao qual estejam inseridos, além da capacidade de inserção e permanência no mundo do trabalho, abrangendo a transformação, e concebendo a educação como uma obra social, voltada para a mudança e o avanço tecnológico.
De acordo com Gadotti (2000, p. 6):
Neste começo de um novo milênio, a educação apresenta-se numa dupla encruzilhada: de um lado, o desempenho do sistema escolar não tem dado conta da universalização da educação básica de qualidade; de outro, as novas matrizes teóricas não apresentam ainda a consistência global necessária para indicar caminhos realmente seguros numa época de profundas e rápidas transformações.
Verifica-se, através de observações realizadas em escolas públicas de educação básica da rede estadual do município de Capanema-PA, além da aplicação de questionário semiestruturado à Coordenação Pedagógica da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professor Oliveira Brito, que as atividades pedagógicas se resumem, basicamente, às aulas expositivas, de maneira que o papel central no processo de ensino se concentra na figura do professor. Além disso, os recursos didáticos predominantemente utilizados continuam sendo o quadro e o giz, visto que a estrutura disponibilizada para a realização de outras atividades que busquem “inovação”, tais como o laboratório de informática, funciona de maneira bastante precária, tendo em vista que alguns equipamentos encontram-se necessitando de manutenção, além da ausência de acesso à internet.
As disciplinas são abordadas de maneira isolada e descontextualizada, e não há integração entre a teoria estudada e sua aplicabilidade na vida cotidiana, o que dificulta o desenvolvimento de algumas habilidades fundamentais para a formação do sujeito.
No Projeto Político Pedagógico (PPP), são previstas algumas atividades que visam a integração da comunidade escolar, quais sejam Festa Junina, Jogos Estudantis e Feira de Ciências, únicos momentos em que há socialização entre as diversas turmas, porém mesmo assim, dificilmente ocorre a integração entre as diversas disciplinas curriculares na realização das atividades.
Há a necessidade da adoção de uma gestão verdadeiramente democrática, na qual todos tenham a oportunidade de participar do processo de planejamento, para a proposta de ações que visem à incorporação e acompanhamento da evolução ocorrida na sociedade global.
Da mesma forma, é preciso integrar o educando na produção do conhecimento, para que este passe a desempenhar um papel ativo na construção de um cidadão plenamente desenvolvido.
Outra questão que merece atenção é a necessidade de valorização e capacitação contínua dos profissionais envolvidos com o processo educativo, para que estes possam incorporar às suas práticas cotidianas, de maneira adequada, os novos recursos pedagógicos que possam auxiliar e expandir as possibilidades de aprendizagem, tais como as tecnologias da informação e comunicação (TIC).
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