O espaço educativo
Por: Bia Costa • 21/4/2015 • Trabalho acadêmico • 2.407 Palavras (10 Páginas) • 337 Visualizações
[pic 1]SUMÁRIO
- INTRODUÇÃO
Nosso subconsciente, ou no senso comum, existe a tendência de definir a palavra “espaço” como algo quantificável, mensurável, em um “lugar físico” talvez. Isso restringe a concepção de espaço, principalmente se pensarmos o conceito de espaço escolar. Na realidade, usamos todos os nossos sentidos para compreender esse conceito, ou seja, ao sentir o cheiro de comida, perceber que se está próximo de alguém cozinhando, ao ouvir o barulho de um trator e ter a sensação de estar próximo a ele, e assim com todas as outras situações. Nossos sentidos sempre nos situam.
Portanto, ao pensar em “espaço escolar”, tal percepção também é necessária, além do entendimento das especificidades que compõem o espaço escolar, para além do lugar onde se situa a escola ou suas dependências.
O ambiente escolar - como espaço público no qual grande parte de nossas crianças e jovens passam seu tempo – é um dos lugares que permitem exercitar um convívio, democrático ou não, vivo ou não, educativo ou não, formador ou não. Não só pelos nossos sentidos, mas também até pelo que é invisível num espaço escolar absorvemos ou percebemos a necessidade ou não de mudanças, de se criar ou adequar o que for necessário, para que os objetivos educacionais sejam atingidos.
Uma escola bonita não deve ser apenas um prédio limpo e bem planejado, mas um espaço no qual se intervém de maneira a favorecer sempre o aprendizado, fazendo com que as pessoas possam se sentir confortáveis e consigam reconhecê-lo como um lugar que lhes pertence. O sentimento de pertença é muito importante para aqueles que atuam no espaço escolar.
Dadas as condições de espaço, o processo de ensino e aprendizagem deve ser compreendido da seguinte forma: o ser humano é o ser pensante, uma pessoa única e muito importante neste espaço que é reconhecido n formalmente como a parte física dessa relação.
Cada pessoa dentro do espaço escolar desenvolve suas atividades e, ainda que diferentes, todas voltadas à formação do ser humano, nos seus aspectos físicos, intelectuais, emocionais. Ao aluno são desenvolvidas atividades educativas intencionalmente planejadas, ainda que recreativas, visando sua formação integral. Depois da família, responsável pela primeira educação, é no espaço escolar, portanto, que o aluno deve receber um atendimento que o capacite interagir com o mundo que vivemos.
Com vistas a compreender e realizar uma pequena reflexão sobre a relevância do espaço escolar no processo ensino-aprendizagem é que apresentamos um relato elaborado pelos pesquisadores, sobre a dinâmica de uso de espaços na E.E. Dona Izabel Silveira Mello Soares (Dona Sinhá), localizada no município de Brotas, SP.
- DESENVOLVIMENTO
A escola é conhecida como um dos agentes primordiais na formação do ser humano social e intelectualmente. Anísio Teixeira diz que “a finalidade da educação se confunde com a finalidade da vida”, e, dessa forma, ao internalizar experiências, vivências significativas e enriquecedoras no ambiente escolar, o aluno estará ampliando seu universo sócio-educativo e cultural e, portanto, expandindo sua própria vida.
Para ter uma compreensão sobre tal verdade, escolhemos para realizar as visitas, fazer as entrevistas e observar tanto o espaço físico e recursos didáticos e pedagógicos, como também a metodologia de ensino a EE Dona Izabel Silveira Mello Soares (Dona Sinhá), localizada na cidade de Brotas, estado de São Paulo. A “Escola Sinhá” é estadual, pública e gratuita, sendo assim uma instituição social à qual foram atribuídas competências para realizar educação formal.
A clientela atendida por essa Unidade Escolar se estende desde o 6º ano do Ensino Fundamental até a 3ª Série do Ensino Médio, contemplando aproximadamente 900 alunos, provenientes de várias camadas sociais, oriundos do centro, bairros e zona rural do município, nos períodos da manhã, tarde e noite.
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EE DONA IZABEL SILVEIRA MELLO SOARES
No dia da visita, a professora Margarete Montanari de Paula Sá, através de uma pequena entrevista, nos proporcionou informações que foram relevantes para a formação desse trabalho. Com magistério e licenciatura em Letras, ela atua como professora há 19 anos na rede estadual, e nessa unidade há 5 anos. Leciona para todas as turmas e atua também como Professora de Apoio à Aprendizagem no período noturno.
A professora Margarete considera a rotina fundamental para que o bom funcionamento das atividades escolares ocorra com eficiência, pois é através dela que será estabelecida uma situação de ensino e aprendizagem. Para estabelecer uma rotina, é necessário o planejamento, estudo, organização do espaço escolar, e uma equipe gestora presente e participava. Segundo ela, “é imprescindível considerar o todo para implementar uma boa rotina”.
Parte da comunidade atendida pela escola é muito carente, por isso o ambiente escolar para esses alunos torna-se a base para todas as escolhas da vida, uma grande parte deles tem que “crescer” sozinho, sem o auxílio da família e até mesmo da sociedade.
Dessa forma, o espaço escolar deixa de ser um lugar apenas físico, tornando-se espaço de crescimento e experiências de vida e emoção, de sensações que são partilhadas, tanto pelos gestores e professores, como também dos educandos entre seus pares.
A escola Sinhá se torna um organismo vivo na comunidade, com responsabilidades de ensino e como um polo disseminador de cultura. O espaço escolar ganha vida e forma pelo misto de sentimentos, ocorrências e experiências vivenciadas o tempo todo, se torna real as ações promovidas no seu espaço físico, tornando praticável a transferência do conhecimento.
Quando a professora Margarete foi questionada sobre o que ela gostaria que fosse diferente no espaço da Escola Sinhá, ela mencionou que como a escola coopera para a formação do individuo, torna-se de extrema relevância que seja trabalhado com os educandos sua formação moral e sentimental, principalmente pela ausência disso dentro de suas casas. A professora coloca que dessa forma o cenário possa ser mudado, e “ consigamos construir pessoas para um futuro com menos vandalismo e mais cultura.”
Segundo suas colocações, tem-se a compreensão que o papel da escola se amplia dentro da vida desses alunos, ao procurar criar condições para dar a todos e a cada um, igualmente, oportunidades para o desenvolvimento de suas aptidões e talentos.
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