O lúdico na educação
Por: Amandla Sousa • 3/6/2015 • Monografia • 8.293 Palavras (34 Páginas) • 265 Visualizações
INTRODUÇÃO
A escola deveria ser um local de alegrias para os alunos e também para os professores. (Snyders apud Liblik e Petraitis 2011, p.30).
Ao ler esta frase compreendi o verdadeiro sentido de ensinar, pois ensinar não se resume em simplesmente elaborar uma aula e aplica lá, mas o ato em si deve ou pelo menos deveria ser feito por amor. Amor pela vontade de transmitir o conhecimento adquirido, a alegria de ver o educando com “sede de aprender”, fazendo com que esta busca se torne prazerosa, não só para o educando, mas para o educador também.
As atuais perspectivas sobre a Educação Infantil têm ganhado a cada dia mais espaço e um novo olhar sobre as metodologias utilizadas no ensino aprendizado tornado se assim necessárias uma busca por novas perspectivas que tornem do ato de ensinar também um meio de obter novas respostas.
Estudiosos da ludicidade apontam a como instrumento de grande valor significativo para o desenvolvimento das crianças, principalmente as que se encontram na educação infantil, pois o ato de brincar possibilita a construção de novos conhecimentos sem deixar de lado a necessidade do brincar nesta faixa etária, fazendo com que esta, encontre respostas enquanto interage com o meio de forma natural.
O presente trabalho de conclusão de curso foi organizado pensando nas possibilidades de se utilizar e enfatizar a ludicidade como metodologia de ensino na Educação Infantil, fazendo do ato de ensinar e apreender mais prazeroso.
Para tanto forma realizados alguns questionamentos sobre o cumprimento dos direitos das crianças. Pois será que as novas diretrizes estão sendo aplicadas e compreendidas corretamente pelos profissionais da educação. E qual a importância da ludicidade na formação destes pequenos cidadãos de direito?
Seria possível pré alfabetizar os mesmos sem afetar o seu desenvolvimento e suas necessidades de ser criança, respeitando o direito de brincar e seu desenvolvimento natural?
Foi analisado um pouco da história das leis que abordam a Educação Infantil no Brasil e suas modificações ao longo dos anos, comparando as praticas das instituições publicas e privadas e levando em consideração a experiência adquirida em sala expandindo para a escola que pude questionar a realidade do que os documentos falam.
CAPÍTULO I - O LÚDICO COMO METODOLOGIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL.
A Educação Infantil consiste na educação de crianças de 0 a 6 anos de idade, onde estas são estimuladas através de atividades lúdicas e jogos que venham a auxiliar no desenvolvimento e nas especificidades destas pequenas cidadoas de direito. Mas nem sempre foi assim.
Durante muito tempo a educação infantil visava somente o “cuidar” o popularmente, “passar o olho” nas crianças para que suas mães viessem a vir trabalhar mais tranquilas.
Com o tempo foi surgindo à necessidade de se fazer um trabalho pedagógico voltado ao desenvolvimento e visando respeitar as especificidades e forma de aprendizado desta faixa etária. Não se pode trabalhar com uma criança da educação infantil com a mesma metodologia utilizada para desempenhar um trabalho pedagógico com crianças do ensino fundamental por exemplo.
A criança explora o meio através da fantasia, da brincadeira e de jogos, que a mesma assimila e acomoda na sua vivencia como afirma Piaget saindo do imaginário para a vida real. Pois de acordo com Marcelino, Nelson.C.(1996.p.38) apud Danielly:
É fundamental que se assegure à criança o tempo e os espaços para que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capaz de formar a base sólida para a criatividade e a participação cultural e, sobretudo para o exercício do prazer de viver, e viver, como diz a canção... “como se fora brincadeira de roda...” E que se leve a sério o lúdico como recurso pedagógico e da maneira adequada.
O trabalho lúdico além de “divertir” a criança, pode ser utilizado como metodologia para ensinar, estimular não só a lateralidade e a socialização, mas se usada de maneira adequada e com objetividade pode ser uma ferramenta para auxiliar também no desenvolvimento intelectual de um cidadão critico e de direito, como afirma Piaget (1978).
Certamente não é apenas o desenvolvimento social que é enriquecido durante uma brincadeira. Podemos pensar na criança envolvida numa atividade que exige certo raciocínio necessitando levantar hipóteses e solucionar problemas; ou ainda numa brincadeira qualquer na qual ela tenha possibilidade de construir conhecimentos e enriquecer o desenvolvimento intelectual.
É entre 0 e 5 anos que a criança necessita mais de cuidados, pois é nesta fase que a mesma aprende através da observação do que está no meio a sua volta. Mas tende focar no que lhe chama mais atenção.
Um dos grandes desafios é chamar a atenção da criança para o que se pretende que ela aprenda, o lúdico permite ao pedagogo que através da brincadeira a criança conheça regras e aprenda a respeitá-las, explore a imaginação e assimile informações que da forma tradicional passariam despercebidas.
1.1. UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A EDUCAÇÃO INFANTIL
Segundo Krefta (2011) nos primórdios a criança tinha status nulo, na Grécia, por exemplo, o pai tinha total controle sobre a vida do mesmo, tendo o direito de decidir por sua vida e até mesma de tira - lá se este fosse rejeitado. O que só começou a mudar coma ascensão do cristianismo e mesmo assim lentamente, mas baseada no ensino tradicionalista.
O próprio aparecimento da pré-escola no Brasil se deu sob as bases da herança dos precursores europeus que inauguraram uma tradição na forma de pensar e apresentar proposições para a educação da criança nos jardins de infância, diferenciadas das proposições dos modelos escolares. O modelo minuciosamente proposto por Froebel (1782-1852) orientou muitas das experiências pioneiras no Brasil, a exemplo do Jardim de Infância Caetano de Campos. Sendo ele considerado o Pedagogo da Infância, pelo seu grande interesse em conhecer a realidade da criança, seus interesses, suas condições e necessidades a fim de adequar a educação as instituições educativas na garantia do que ele chamava de afloramento desses seres. Segundo Froebel (1782-1852), a criança, ao nascer já traz consigo um potencial a ser desenvolvido, como uma planta que em sua semente traz dentro de si tudo aquilo que poderá vir a ser.
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