Os Desafios Da Alfabetização Na Educação De Jovens E Adultos
Por: Gaby Silva • 31/5/2023 • Artigo • 2.154 Palavras (9 Páginas) • 93 Visualizações
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Gabriela Pereira da Silva Sales
Mara Santos do Nascimento
Tainá da Silva Alves
Uilma Fabiana Oliveira de Andrade
Leidiane das Graças de Magalhães
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo identificar e solucionar problemas existentes no EJA, tendo em vista que é uma modalidade na educação que visa o ensino de pessoas que tiveram seus estudos interrompidos quando mais jovens e, em sua maioria, por motivo de trabalho. Esse alunado, em sua grande maioria, inicia a vida acadêmica sem nenhum traço de alfabetização. A falta da rotina escolar é um grande desafio e tem como principal justificativa o cansaço decorrente do trabalho. A inserção do letramento e da escrita na vida do ser humano é essencial, pois através desse processo o discente estará preparado para a aprendizagem de todas as dificuldades.
Palavras-chave: EJA. Letramento. Alfabetização. Ensino.
1. INTRODUÇÃO
A alfabetização caracteriza-se por ser o início da vida acadêmica do aluno, na Educação de Jovens e Adultos tem como fator negativo a idade, pois o aluno chega à escola com mais experiência de vida, porém mais desmotivado e, muitas vezes, desacreditando de sua capacidade de aprendizagem.
O educador alfabetizador é peça chave na vida do educando, figurando-se assim como base de conhecimento. Neste aspecto não tem papel apenas educativo, já que ensino, compreensão, empatia, amizade e solidariedade do educador caminhão sempre juntos. Ou seja, saber educar vai além de repassar conteúdo didático, esta ligada também a compreender as vivências cotidianas, buscando o crescimento profissional, pessoal e humano, tanto do educando quanto do educador.
"...ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria produção ou a sua construção" (FREIRE, 2003, p. 47)
As dificuldades encontradas pelos idosos são maiores, principalmente no que se refere à assimilação da leitura e escrita. Muitos deles compreendem o que está escrito, mas não conseguem ler e interpretar.
Paulo Freire foi o grande pioneiro do EJA em nosso país. Para ele a inclusão dessas pessoas no meio educacional sempre foi primordial, por este motivo criou o Projeto Paulo Freire, onde tinha por objetivo alfabetizar jovens e adultos que se encontravam fora da escola. Foi através desse projeto que milhares de pessoas, principalmente da área rural, foram alfabetizadas.
A educação de jovens e adultos vem se adequando a passos lentos e as dificuldades são inúmeras por diversos fatores: carência de material de apoio, condições físicas e mentais dos estudantes e principalmente por falta de incentivo por parte administrativa e equipe pedagógica.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O analfabetismo é uma grande preocupação por meio da área da educação, pois o jovem e os adultos encontram dificuldades em conciliar trabalho e estudo. Assim iniciasse a contradição: da mesma forma que o setor trabalhista existe um nível de escolaridade superior, também é responsável pela evasão escolar, onde na maioria das vezes o educando ver-se obrigado a escolher entre seus sonhos futuros e em levar o seu sustento para sua casa.
Ao longo de toda história do Brasil é notória as dificuldades encontradas por esta modalidade de ensino desde quando os jesuítas eram os responsáveis pelo o ensino ate os dias atuais.
Por estarem fora da faixa etária de ensino padrão, os educando que compõem o EJA sofrem bastante preconceito dos demais integrantes da sociedade, seja ele núcleo familiar ou círculos de amizades. Os comentários maldosos, como por exemplo: “para que aprender ler e escrever se já está velho?”, “cachorro velho não se aprende novos truques”, são desestimulantes e constrangedores para quem ainda tem interesse em conhecer o mundo da leitura e da escrita.
A diversidade de características dos educandos, que muitas vezes é vista como um obstáculo ao processo de ensino-aprendizagem deve ser encarado como uma oportunidade para que o educador enfrente com o grupo os preconceitos e discriminações sociais, desenvolvendo valores e atitudes de solidariedade e tolerância perante as diferenças de gênero, geração, etnia e estilo de vida. (RIBEIRO, 1997, p.174)
Essa modalidade de ensino, normalmente, tem seus olhares voltados para uma classe economicamente baixa. Ou seja, pessoas que se evadiram muito cedo da sala de aula por motivos de trabalho, pois precisavam se sustentar e levar o sustento para sua família. São jovens e adultos que possuem uma experiência de vida muito grande, pessoas que em sua maioria, saíram do interior, da zona rural para tentar a vida na cidade grande, e que são excluídas pela sociedade por sua baixa escolaridade e por acreditarem que suas experiências de vida de nada servem.
Oliveira nos mostra que:
O adulto no âmbito da educação de jovens e adultos, não é o estudante universitário, o profissional qualificado que frequenta cursos de formação continuada ou de especialização. Ele é geralmente o migrante que chega as grandes metrópoles provenientes das áreas rurais empobrecidas, filhos de trabalhadores rurais não qualificados e com baixo nível de instrução escolar (muito frequentemente analfabetos), ele próprio uma passagem curta e não sistemática pela escola e trabalhando em ocupações urbanas não qualificadas, após experiência no trabalho rural na infância e na adolescência, que busca a escola tardiamente para alfabetizar-se ou cursar algumas series do ensino supletivo. (1999 p. 59)
A falta de conhecimento quanto à realidade dos educando por parte dos educadores é outro grande desafio, pois esta realidade não é levada em consideração no processo de ensino aprendizagem. Muitas vezes os educadores atentam-se apenas aos conteúdos metodológicos programados e acabam esquecendo-se do lado humano necessário durante este processo. A realidade de vida e experiências cotidianas deve fazer parte de todo o desenvolvimento educacional, levando assim esses educandos a conquistar sua autonomia como fala a Freire (2002, p. 121): “autonomia enquanto amadurecimento do ser para si, é processo, é vir a ser, não ocorre em data marcada, é neste sentido que uma pedagogia da autonomia tem de estar centrado em experiências respeitosas da liberdade”.
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