PAULO FREIRE E A PRÁTICA DOCENTE RESUMO
Por: Lodemarjh • 14/4/2015 • Artigo • 2.895 Palavras (12 Páginas) • 388 Visualizações
PAULO FREIRE E A PRÁTICA DOCENTE
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo identificar na bibliografia do pedagogo Paulo Freire a visão dele com relação à escola nos seus mais variados aspectos. Para o desenvolvimento do trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas. Percebeu-se que o desenvolvimento da aprendizagem e do conhecimento do aluno torna-se melhor a partir das interações em sala de aula, direcionando o olhar para os aspectos afetivos inerentes nas relações professor-aluno, sendo este um grande desafio.
Palavras-chave: Aprendizado. Autonomia. Transformação.
1 INTRODUÇÃO
Estamos em tempo de mudar a nossa própria concepção de educadores como categoria profissional. Então, a primeira transformação necessária consiste em que os educadores se entendam agindo articuladamente. Com isto será preciso uma redefinição da profissão de educador. Somente a docência não é a profissão do educador. Entende-se a profissão de professor como demais profissões, sem desmerecê-la e nem exaltá-la como relata Paulo Freire nos seus constantes escritos. Tem-se também a preocupação de identificá-lo como sujeito de sua própria história, construtor de seu saber historicamente acumulado, sendo sujeito deste processo educativo.
A prática docente varia no tempo e de acordo com cada acontecimento, no decorrer da história, sendo assim, pode ser compreendida como histórica e cultural. Implica em considerar os resultados de influência dos aspectos amplos, como os processos culturais, econômicos, sociais e políticos, reconhecendo que cada indivíduo contribui de forma diferenciada para a formação deste contexto.
A importância da bibliografia de Paulo Freire apresenta-se como objetivo desse estudo, onde mostra que, no processo de transformação da escola e da realidade, cada indivíduo tem um papel fundamental a desempenhar: professores, equipe de coordenação e direção, alunos, pais, funcionários, supervisores, autoridades, comunidade local. O importante é honrar o compromisso assumido com a transformação e a consequente organização e ação de intervenção na realidade.
2 PAULO FREIRE E A PRÁTICA DOCENTE
Na visão de Paulo Freire, o papel da escola é promover a participação, a elaboração e a (re)elaboração de conhecimentos. Para isto, é fundamental que se favoreçam determinados tipos de interações sociais, o que remete à discussão acerca do papel do professor, da sala de aula, e da concepção que fundamenta a prática educativa, visto que o professor é pessoa importante no desenvolvimento da saúde mental dos seus alunos. Nesse sentido Silva (1998, p. 20) destaca a relevância do papel da escola, ao dizer que ela “é o lugar onde se dá a transmissão cultural e a formação para a convivência social. Ela se encarrega de transmitir a cultura às novas gerações, por isso, valores e hábitos”.
Freire explica em seu livro “Pedagogia da Autonomia” que, mesmo sendo a educação um processo de humanização, que ocorre na sociedade humana, e é realizada em todas as instituições da sociedade, a educação escolar está assentada, fundamentalmente, no trabalho dos professores e dos alunos. Torna-se, por isso, fundamental o papel do professor, de ser mediador do processo ensino-aprendizagem, e de maneira aberta e coerente, desenvolver alunos críticos, responsáveis e preparados para o exercício da cidadania. Ao aluno que pretende realmente aprender e busca sua autonomia, torna-se importante saber participar com empenho das atividades do processo de ensino e aprendizagem, empenho este acompanhado de extrema responsabilidade, pois está ele preparando-se para intervir na sociedade de maneira construtiva e transformadora.
Assim, busca-se uma escola que, conforme Hernandes e Ventura, (1998, p. 43), “valoriza como atitudes básicas a autonomia pessoal, o senso crítico, os valores e o sentido da democracia e da participação,” pois há necessidade de uma educação mais democrática que forneça condições de igualdade aos sujeitos, para que possam exercer sua cidadania. Portanto, a finalidade da escola é possibilitar aos alunos trabalharem os conhecimentos científicos e tecnológicos desenvolvendo habilidades para operá-los, revê-los e reconstruí-los com sabedoria. O que implica analisá-los, confrontá-los e contextualizá-los. Nesse sentido, a educação tem um compromisso inadiável com o processo de transformação da sociedade. Afinal, o conhecimento é a arma que permite ao cidadão escrever a sua própria história. Para tanto, o professor precisa adquirir certas habilidades: necessita desenvolver uma prática educativa participativa, flexível, ativa e investigativa frente à diversidade dos alunos.
2.1 O PROFESSOR SEGUNDO PAULO FREIRE
O professor tem como objetivo socializar as pessoas, ou seja, prepará-las para a vida. Ele alia competências técnicas e humanas, compromissada com as ações que planeja e implementa durante o ato educativo. É capaz de pensar o processo e construir um processo pedagógico próprio. O professor deve ser alguém com referencial teórico prático, com senso crítico desenvolvido, criativo, consciente de seu papel histórico no processo de transformação da sociedade. É mediador entre o sujeito (aluno) e o objeto (conhecimento), em um processo de interação onde professor e aluno aprendem nesse processo.
O professor necessita exercer a liderança. Ele se torna orientador, mediador, desafiador, na medida em que encoraja o grupo a enfrentar e equacionar seus problemas e na medida em que o motiva a pensar, crítica e concretamente nas soluções que poderão ser encontradas tendo em vista mudanças. Precisa ser o centro integrador que promove a participação de todos quantos estejam envolvidos no processo de educar-se. Precisa ser uma pessoa em constante busca, um indivíduo que, explorando positivamente os conflitos e contradições que a realidade apresenta, oriente a todos a crescerem e cresce junto com todos. Conforme Paulo Freire (1998) coloca em seus escritos, o professor precisa:
• conhecer profundamente a realidade com que trabalha;
• comunicar-se autenticamente com os outros, pois sabe que só no pensar junto a vida ganha sentido;
• respeitar as ideias dos outros e acreditar que o homem é sujeito de seu próprio desenvolvimento;
• acreditar profundamente no seu trabalho e no diálogo
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