PERSONAGENS NEGRAS DE PORTO FELIZ
Por: vaniasouza • 8/5/2015 • Seminário • 1.927 Palavras (8 Páginas) • 390 Visualizações
FACULDADE PORTO DAS MONÇÕES
ALUNAS DO 4º SEMESTRE
ELAINE CRISTINA DE C. PROVASI
KARINA ALVES LEITE
SUELEN CORREIA
THAÍS APª DA SILVA
VÂNIA HIDALGO SOUZA
PERSONALIDADES NEGRAS DE PORTO FELIZ
Porto Feliz/SP
2014
ELAINE CRISTINA DE C. PROVASI
KARINA ALVES LEITE
SUELEN CORREIA
THAÍS APª DA SILVA
VÂNIA HIDALGO SOUZA
PERSONALIDADES NEGRAS DE PORTO FELIZ
Trabalho apresentado ao curso de Pedagogia para obtenção de nota na disciplina de Planejamento e Avaliação Educacional. Professora: Kátia Bíscaro.
Porto Feliz/SP
2014
Personalidades Negras de Porto Feliz
O presente titulo, se reporta a algumas biografias de personalidades negras da cidade de Porto Feliz.
Mas qual o objetivo de se identificar, dentro da História, as personalidades negras da nossa cidade? Acaso há alguma diferença no valor de seus atos a tonalidade da pele? Obviamente que não. Ao menos a princípio. No entanto, é fato que dentro de um processo histórico de exclusão é importante para a autoestima e para a formação da identidade o reconhecimento de seus semelhantes como sujeitos históricos.
Entretanto, a proposta deste trabalho foi evidenciar a História da população negra de Porto Feliz. Elegemos então esse pequeno grupo de cinco pessoas a fim de trazer a tona a sua participação na construção da memória e da História portofelicense.
Começaremos nossa lista com o professor Roque Plínio de Carvalho.
Ele nasceu em 10 de dezembro de 1884 em São Paulo. No início do século XX, já como professor, instalou-se em Porto Feliz. Na ata de instalação da Santa Casa de Misericórdia de Porto Feliz, datada de 12 de julho de 1908, o nome de Roque de Carvalho aparece como um dos sócios fundadores. Na mesma época, Roque Plínio de Carvalho foi professor do recém-fundado Grupo Escolar (hoje EMEF. Coronel Esmédio), cujo diretor era Amadeu Mendes. Foi professor substituto, sendo nomeado, por decreto de 9 de março de 1909, professor adjunto. Em julho de 1908 teve seu nome rejeitado para ocupar a direção do referido Grupo Escolar por ser negro. Diz-se que foi comentado na época: “Como querem nomear um mulato! Isto é uma vergonha para os professores brancos...”. Ocorre que o professor era um intelectual de alta qualidade. Num feriado de 13 de Maio, no ano de 1919, numa reunião que ocorreu no sítio do prefeito Eugênio Mota, com a presença de duas dezenas de pessoas da elite portofelicense, o professor Roque Plínio recitou poesias em italiano, um dos idiomas que dominava. Colaborou em diversos jornais da cidade, tendo fundado o “Imparcial”. Foi também redator do jornal “O Novo Porto Feliz” até 1920. Nessa época, Roque Plínio já residia em Porto Feliz, na rua Dr. Altino Arantes, nº 57. Ainda em 1919, o professor Roque foi segundo secretário do Club Recreativo Progresso – do qual fora um dos fundadores – quando da anexação do Grêmio Dramático a esse Clube. A partir daí passou-se a chamar “Grêmio Dramático do Club Recreativo Progresso”. Curiosamente, esse clube se converterá no Clube Recreativo Familiar que ficará famoso por impedir a entrada de negros em seus bailes.
Roque Plínio de Carvalho fundou um externato em 1909, instalado na Rua José Bonifácio. Era uma escola particular, noturna primária e secundária, e que tinha por objetivo, “preparar os jovens que pretendiam ingressar em Faculdades ou Escolas Normais”. O externato foi batizado de “João Francisco Monteiro” e pelo que sabe atendia a estudantes de todos as matizes e etnias. Faleceu em Itu, entre as décadas de 1930 a 1940. Em 6 de janeiro de 1967, por meio da Lei 9613, o Grupo Escolar da Fazenda Capoava recebeu o nome de “Roque Plínio de Carvalho”, em homenagem a esse eminente professor. A iniciativa partiu do deputado estadual Galileu Bicudo. A Tribuna das Monções assim se manifestou sobre a promulgação da Lei de denominação da Escola da Capoava.
Nota publicada pelo jornal A Tribuna das Monções:
“O Prof. Roque Plínio de Carvalho, insigne educador e saudoso jornalista, durante mais de 20 anos de profícua atividade, exerceu, com brilho e dedicação, o magistério primário no Grupo Escolar de Porto Feliz, único estabelecimento de ensino da cidade, na época. Mas não se dedicou apenas ao ensino primário. Fundou o Externato João Francisco Monteiro, educandário de nível secundário.
Além de emérito educador, foi também fino e brilhante jornalista, tendo fundado, nesta cidade, o jornal “O Novo Porto”, semanário muito bem redigido e que exerceu, naquela época, grande influência, auxiliando o progresso desta Terra.
Foi também um dos fundadores do “Clube Recreativo Progresso”, atualmente “Clube Recreativo Familiar”, tendo doado à novel entidade muitos de seus pertences, como mesa de ping-pong, cadeiras e mesas de vime, relógio e outros materiais para auxiliar a instalação rápida do clube”
Roque Plínio de Carvalho empresta seu nome para uma Rua em Porto Feliz.
O segundo a ser citado será o maestro Romário Antonio Barbosa, nasceu em 29 de maio de 1913 em Capivari.
Descendente de escravos, antes de seguir sua vocação musical trabalhou como lavrador, cozinheiro e operário. Aos 20 anos de idade, Romário despertou seu interesse pela música, quando comprou um livro que ensinava a tocar violão. Aos 25 anos, em parceria com seu irmão Tate, João Xará, Borrachinha, Cidico e Benedito Cristalino, formou um grupo musical que se apresentava em festas e bailes da região. Após os 40 anos de idade, firmou-se em sua carreira musical e, já aposentado, decidiu repassar seus conhecimentos gratuitamente e formou mais de 1.500 músicos, muitos dos quais se tornaram profissionais.
No antigo barracão do Michetti ou em sua casa, na Vila Cruzeiro, dia após dia, Seo Romário cumpria sua missão de formar novos músicos para a Banda Bandeirantes. Ele mesmo sendo autodidata, escrevia na hora, com toda a destreza de um verdadeiro mestre, as lições dos alunos com uma caneta de bico-de-pena. Filho de Luiz Antonio Barbosa e de Benedita Rosalina de Melo Barbosa, Romário tornou-se um dos mais respeitados músicos da cidade, emprestando o seu nome para a Escola Municipal de Música. Pertenceu à Banda Bandeirantes e foi um dos mais atuantes professores de música da cidade. Foi casado com Lucila Alves de Oliveira, de cujo casamento nasceram três filhos: Marilena, Carlos e Tânia.
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