PROCESSOS DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: PERSPECTIVAS E IMPLICAÇÕES
Por: Roberto Caetano • 13/12/2020 • Artigo • 4.669 Palavras (19 Páginas) • 198 Visualizações
UNISA
UNIVERSIDADE SANTO AMARO
ROBERTO DE ANDRADE CAETANO
PROCESSOS DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: PERSPECTIVAS E IMPLICAÇÕES
SÃO PAULO
2020
ROBERTO DE ANDRADE CAETANO
PROCESSOS DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: PERSPECTIVAS E IMPLICAÇÕES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Santo Amaro – Unisa, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciado em Pedagogia.
Orientadora: Profª Vera L. O Ponciano
PROCESSOS DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: PERSPECTIVAS E IMPLICAÇÕES
Roberto de Andrade Caetano[1]
RESUMO
Este trabalho nasceu da expectativa e do desconforto frente a questões relacionadas à realidade das pessoas, que chegaram à fase adulta sem a oportunidade de acesso à educação no período convencional, carregando sentimentos de fracasso pessoal em relação aos estudos e a vida.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Professor, Educação.
INTRODUÇÃO
A desigualdade social que existe no Brasil, é uma das causas que levam à evasão escolar. A temática em questão trata de um problema recorrente no cenário educacional brasileiro e com mais ênfase nas escolas que oferecem a modalidade de EJA. É preciso considerar que a evasão escolar na EJA, ocorre por uma série de fatores, conforme discutiremos ao longo deste trabalho. Torna-se necessário encontrar instrumentos eficazes de prevenção e contenção da desigualdade social que existe no país, tentando reduzir os números de desistentes na EJA e beneficiando assim, toda a sociedade, na medida em que, um número cada vez maior de estudantes dessa modalidade de ensino, possa atingir a escolaridade.
É preciso viabilizar nos meios de comunicação de massa, discussões sobre a educação de jovens e adultos, pois o mundo contemporâneo nos coloca frente a um desafio, nesse sentido, que é o de construir uma educação ideal e formar cidadãos críticos e conscientes de seus direitos e deveres perante a sociedade.
Outros desafios são o de manter esses alunos na escola, promovendo a formação moral e ética, adotando a metodologia que mais se adequar e for mais condizente com essa modalidade de ensino, politizando os jovens e os adultos, tornando-os cidadãos.
É preciso atender de fato, às reais necessidades desses estudantes, considerar que a eles não foram oportunizadas situações de aprendizagem, por diversos motivos como a necessidade de trabalho, a baixa qualidade de ensino que acaba por desestimular o aluno a frequentar as aulas.
As necessidades pelas quais se devem atentar são as condições nas quais a aprendizagem pode ocorrer e as condições materiais e culturais de vida. Com relação à aprendizagem, conforme Vygotsky (1987) aprender é um processo complexo que envolve estruturas complexas. Os jovens e adultos diferentemente da criança, tem a maior parte das suas estruturas complexas amadurecidas, contudo só isso não garante os processos de aprendizagem. A condição cognitiva, definida pelo autor como “funções mentais”; pensamento, memória e atenção, biologicamente, podem ser alterados no processo de envelhecimento humano.
A educação de jovens e adultos não vem para mostrar a questão da idade, mas também, a questão cultural que muitas das vezes vem contribuir para que haja certa discriminação na sociedade.
Observa-se que jovens e adultos não podem ser tratados basicamente como crianças, no processo de ensino-aprendizagem, os quais devem ser tratados sem desprezo, até porque os mesmos, muitas vezes, já trazem consigo uma história de vida carregada de conflitos e dificuldades.
Freire (1996) diz que a educação, ao invés de oprimir, treinar e alienar o educando, deve ser capaz de libertá-lo, fazê-lo perceber-se inserido no mundo. E são muitos esses saberes.
Conforme nos aponta Freire (1975) parece difícil para o professor de EJA, oferecer aos jovens e adultos uma educação que favoreça a sua ascensão da condição de oprimido, se ele mesmo se encontra amarrado no processo de educação bancária, tornando-se incapaz de se libertar de sua condição de oprimido.
Outra questão fundamental, nesse sentido, é banir com a exclusão social vivenciada por uma camada considerável e significativa da população brasileira, que certamente permeia o universo e o percurso da maioria das pessoas jovens e adultas não alfabetizadas na idade prevista na Educação Básica. A educação de jovens e adultos teve seus momentos de grandes fracassos e críticas quanto à busca de um ensino de qualidade, onde os alunos pudessem ter direito a uma vida mais digna, com perspectiva de construir um Brasil de mudanças positivas.
METODOLOGIA
O método de pesquisa utilizado é o de revisão bibliográfica, onde foram estudados os aspectos mais relevantes em torno do tema da Educação de Jovens e Adultos - EJA, onde foi utilizado a coleta de dados em livros que versam sobre o tema. A pesquisa não buscou enumerar ou medir eventos. Ela serviu para obter dados descritivos que expressam os sentidos dos fenômenos.
A pesquisa foi desenvolvida a partir de: 1. Pesquisa bibliográfica - os conceitos analisados foram: história da educação, família e seu papel na educação, leis e bases da educação nacional, saberes necessários a prática pedagógica, processo de individuação e formação do professor, pedagogia do conflito, exclusão social na relação educativa de jovens e adultos, currículo escolar e seu papel na educação, pensamento e ação do professor, tecnologias e seus usos na educação, formação social da mente.
Os principais autores que contribuíram com o trabalho foram: ALARCÃO (2010); ARANHA (1996); BARRETO (1998); BARTHOLO (2010); CUNHA (1999); FREIRE (1975, 1996, 1997); FURLANETTO (2003); GADOTTI (2005); GIOVANETTI (2003); LIMA (2012); NETO (2005); OUTEIRAL (2005); PACHECO (1995); SARTI (1999); SUZUKI (2009); VYGOTSKY (1987).
BREVE HISTÓRICO DA EJA
Para termos uma ideia de como a Educação de Jovens e Adultos aconteceu no Brasil, se faz necessário um retrospecto histórico, mais precisamente, das últimas quatro décadas da ação do Estado em relação a esta modalidade de ensino. De acordo com (SUZUKI, 2009, p. 16) os principais períodos são: “Fundação Mobral (1967-1985), da Fundação Nacional para Educação de Jovens e Adultos – Fundação Educar (1986-1990) e do Programa Brasil Alfabetizado (2003-atual)”.
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