PROJETO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

UNIVERSIDADE DE UBERABA

ROGÉRIA MARIA LUCIANO

PROJETO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CARATINGA-MG

2019

ROGÉRIA MARIA LUCIANO

PROJETO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Projeto de Pesquisa apresentado ao curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade de Uberaba como requisito para aprovação na disciplina Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso.

Orientador (a): Lúcia Helena Nunes Junqueira

CARATINGA-MG

2019

AS CAUSAS DA EVASÃO DOS ALUNOS DE EJA

JUSTIFICATIVA E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

A educação de jovens e adultos no Brasil tem sido um importante mecanismo para reduzir os índices de analfabetismo em nossa sociedade, também um instrumento de inclusão de pessoas antes taxadas como “incapazes” por muitos anos em nossa cultura, pois aqueles que não sabiam ler e escrever eram vistos como inúteis e eram excluídos da sociedade.

Mais do que aprender a ler e escrever essas pessoas precisam ser reconhecidas como formadoras e detentoras de cultura, assim como afirma Paulo Freire. Em sua maioria são pessoas que já viveram diversas experiências na vida, trabalham, tem família, vida social e possuem muitos saberes gerados através dessas experiências.

Hoje o ensino de EJA precisa respeitar esses saberes que os alunos trazem consigo e utilizá-los a favor da aprendizagem, talvez assim haja uma redução da evasão por parte dos alunos, pois não se pode trabalhar com alunos da EJA como se os mesmos fossem “gavetas vazias” esperando para se encherem de conhecimento. Antes de analisar os motivos que levam um aluno a deixar de cursar a EJA, é preciso conhecer os motivos que o fizeram voltar a estudar, entender o que o motivou a voltar para escola.

Através de uma pesquisa bibliográfica será possível verificar os principais motivos da evasão escolar, não só motivos pessoais dos alunos, mas principalmente motivos relacionados às técnicas usadas para aprendizagem dos alunos. Demostrando uma necessidade urgente de capacitação constante dos docentes em EJA.

A escolha do tema tem um foco na mudança que a alfabetização pode gerar na vida dos cidadãos brasileiros, não apenas no lado financeiro, mas também na autoestima e na autonomia de cada um.

Analisar os motivos que levam esses alunos a abandonar seus estudos é o foco deste projeto, principalmente o que se refere às causas internas nas escolas: como uso de técnicas ultrapassadas de ensino, precariedade das escolas, falta de material de apoio.

Analisar também como a prática pedagógica em sala de aula pode impedir ou ocasionar a evasão dos alunos de EJA? Pois o trabalho com EJA vai muito além de ensinar a ler e escrever, deve haver uma motivação constante por parte dos professores, além dos motivos externos que atrapalham muito a rotina estudantil dos discentes.

Um dos principais problemas enfrentados pelos estudantes, principalmente de EJA é a evasão, por vários motivos os alunos abandonam seus cursos e voltam para o mesmo lugar onde estavam na sociedade, não podendo ser agentes transformadores de sua própria realidade, pois a sociedade não dá oportunidades melhores a quem não estudou e se qualificou para o mercado de trabalho.

OBJETIVOS

Geral

• Apresentar de que forma os métodos usados pelos professores podem reduzir a evasão dos alunos de EJA, garantindo ainda um aprendizado significativo.

Específicos

• Analisar as principais causas da evasão dos alunos da EJA.
• Identificar quais as técnicas de ensino que mais motivam os alunos da EJA a permanecer na escola.
• Demostrar a importância da capacitação dos professores de jovens e adultos.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96), em seu artigo 37º § 1º diz:

Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.

Mas voltar a escola pode ser mais fácil do que permanecer nela, pois os jovens e adultos possuem uma rotina diferente das crianças, muitos trabalham, já tem filhos e responsabilidades com suas famílias e não são obrigados a estudar.

O adulto não é obrigado a estudar como a criança; não existe uma lei que o obrigue a frequentar a escola, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Portanto, percebe-se a importância de uma gestão do cuidado que, ao escutar o aluno, ao estar aberta, e propiciar espaços de dialogo, cria instrumentos de acolhimento. (CORRÊA, 2009, p. 32).

Assim, cabe à escola e seus funcionários terem uma atenção ao lidar com os jovens e adultos, o ensino para eles não pode ser como se fosse para crianças, precisa respeitar os conhecimentos que eles possuem. Despertar neles o interesse em aprender, em participar das aulas, em estar na escola.

Podemos dizer que eles trazem uma noção de mundo mais relacionada ao ver e ao fazer, uma visão de mundo apoiada numa adesão espontânea e imediata às coisas que vê. Ao escolher o caminho da escola, a interrogação passa a acompanhar o ver desse aluno, deixando-o preparado para olhar. Aberto à aprendizagem, eles vêm para a sala de aula com um olhar que é, por um lado, um olhar receptivo, sensível, e, por outro, é um olhar ativo: olhar curioso, explorador, olhar que investiga e olhar que pensa. (ALVARES; BARRETO; COSTA, 2006, p. 5).

Deve haver uma parceria entre a escola e os alunos, levando em consideração as caraterísticas pessoais de cada aluno, o professor deve procurar conhece-lo e ouvi-lo para criar um vinculo com ele. A partir disso será possível criar estratégias de ensino voltadas para as reais necessidades desse aluno.

É fundamental que os professores e professoras dos sistemas públicos de ensino saibam trabalhar com esses alunos, utilizando metodologias e práticas pedagógicas capazes de respeitar e valorizar suas especificidades. Esse olhar voltado para o aluno como o sujeito de sua própria aprendizagem, que traz para a escola um conhecimento vasto e diferenciado contribui, efetivamente, para sua permanência na escola e uma aprendizagem com qualidade. (HENRIQUES, 2006, p.1).