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PROJETO EM MOLDES DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Por:   •  16/5/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.517 Palavras (11 Páginas)  •  232 Visualizações

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Universidade do Estado da Bahia

Departamento de Educação Campus I

Componente curricular – Gestão nas ONG´s

Docente: Otoniel Rocha

Discente: Emanuella de Moraes Moreira Andrade

Projeto Lixo Responsável

Por uma nova Península Itapagipana

Salvador

Setembro/2011


Parte 1

Linhas Gerais

Apresentação

        A cultura de descarte de lixo da população da Península Itapagipana atual tem sido um entrave a melhoria da saúde, qualidade de vida e desenvolvimento da região

        Berço de parte do acervo cultural da cidade de Salvador, a Península Itapagipana – PI se constitui como uma das áreas de grande beleza paisagístico-arquitetônica, além de que no passado desempenhou importante papel para a comunidade soteropolitana em termos de defesa militr, esporte e lazer, sincretismo religioso e cultural como um todo.

        Dadas características tão privilegiadas, é necessário que sejam preservadas e aproveitadas de maneira sustentável. Algumas organizações tem buscado, também através do uso do lixo, emancipar a população de baixa renda residente na região.

O desafio que está imposto ao projeto Lixo Responsável é transformar a relação da população com o lixo, criando oportunidades de melhor qualidade de vida e desenvolvimento.

Justificativa

        A área de Itapagipe compreende uma faixa de terra, encravada na Baia de Todos os Santos, que corresponde a parte baixa da falaha tectônica, que divide Salvador em Cidade Alta e Cidade Baixa. A partir da Calçada e acompanhando seu entorno litorâneo percorrem-se os seguintes bairros e praias: Bairro de Roma, Boa Viagem, Monte Serrat, Ponta do Humaitá, Belvedere, Bonfim, Av. Beira Mar, Ribeira, Enseada dos Taineiros e Alagados; outrora uma área de manguezal, mas que a partir da década de trinta, foi destruída, dando início à favelização.

Na parte interior da península, encontram-se os seguintes bairros: Mares, Roma, Caminho de areia, Bairro Machado, Jardim Cruzeiro, Uruguai, Massaranduba, Mangueira e Bate Estaca, sendo que estes últimos, se constituem como limite natural e prolongamento dos Alagados, até seu encontro com a avenida suburbana. A partir daí, é o subúrbio ferroviário, que no trecho de Lobato-Plataforma-Paripe, contribui no sentido de compor o acervo paisagístico - arquitetônico da Ribeira e da Enseada dos Taineiros.

Na parte ocidental, a península abriga as áreas elevadas do Bonfim e do Monte Serrat, que, no passado, desempenharam importante papel na defesa militar e cultura religiosa da comunidade baiana. A sua orla marítima, apresenta-se diferenciada, em função da existência de recifes, enseadas, praias e nestas, a existência de coroas que, durante as longas marés baixas, ficam à mostra e servem na área para a produção de alimentos para moradores de baixa renda. Vale enfatizar ainda que esta faixa do litoral já foi muito propícia a pesca.

No final do século XIX, com a construção da fábrica de Luís Tarquínio, a Companhia Empório Industrial do Norte, deu-se início ao processo de industrialização da PI , que intensificou-se, mais tarde, na década de 40 do século XX.

A ocupação da PI por fábricas e Indústrias a transformou em pólo e modificou seu aspecto urbano e social. As fábricas foram precursoras da prática de poluição do meio ambiente na localidade. Algumas delas fecharam por ações conjuntas de moradores, devido a doenças geradas com a poluição.

Além da deterioração ambiental direta, as pessoas atraídas pelas possibilidades de emprego também migraram para a península. A partir dos anos 1940, muitas famílias, principalmente vindas do recôncavo baiano, vieram instalar-se ao longo da região de mangue da enseada dos Tainheiros. Como não tinham recursos para compra ou construção de casas, compravam a preços muito baixos um espaço nas áreas lodosas de manguezal (e mais tarde, com o sucessivos aterros, na própria maré) e levantava precárias palafitas. Do processo de ocupação e aterro da maré surgiram bairros inteiros como Uruguai, Jardim Cruzeiro e o mais popular, Alagados. A maior parte dos aterros foi realizada de forma ilegal, utilizando-se do lixo produzido na cidade do Salvador.

A população local empreendeu uma luta social que durou muitos anos, em busca da conservação das habitações nas áreas ocupadas e por um projeto de saneamento básico e urbanização. Para o projeto do Governo Federal, que acabou com as palafitas e formou novos bairros, foi usada areia das praias de itapagipe para aterrae novas áreas, construindo ruas e avenidas nas regiões alagadiças.

Com o deslocamento do pólo industrial para Aratu, foram-se as fábricas e ficaram os galpões abandonados, o desemprego, a poluição. Além disso ficou a memória evidente do desacato à vida nas práticas poluidoras expresso na relação dos moradores com o lixo.

A população da Península, de maneira geral, sofre com mau cheiro e poluição visual - constantes em meio a residências, estabelecimentos comerciais e turistas. A contaminação da água do mar se vidência também pelos odores e a proliferação de roedores e insetos as suas margens, o que aumenta as chances de contaminação das pessoas por doenças.

Todo esse lixo é produzido por moradores da península e trazido também de longe, causa uma terrível impressão turística, assim como o entupimento de bueiros agravando alagamentos na época de chuvas. Diante dessa situação é preciso trazer ao conhecimento público a importância de tomarem para si a responsabilidade de conviver em um ambiente saudável.

A valorização da sociedade e do ambiente como elementos norteadores para se atingir um desenvolvimetno sustentável destaca-se como de grande relevância na medida em que existe a necessidade de se adequar o desenvolvimento social e o crescimento econômico com a preservação e melhoria do ambiente.

Apesar de ser possuidora de um importante patrimônio natural, histórico e cultural, a PI é dona de um dos maiores bolsões de pobreza da cidade de Salvador. Essa realidade é um entrave ao equilíbrio ambiental e ao desenvolviemnto do turismo por exemplo e é também um desafio a ser assumido por quem se importa com a vida e com a sobrevivência da Península Itapagipana.

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