PSICOMOTRICIDADE: CONCEITUANDO ESPECIFICAMENTE A LATERALIDADE
Por: naira230901 • 2/5/2018 • Artigo • 5.019 Palavras (21 Páginas) • 200 Visualizações
PSICOMOTRICIDADE: CONCEITUANDO ESPECIFICAMENTE A LATERALIDADE
RESUMO
A pesquisa ressalta a importância da lateralidade nas séries iniciais e aborda definições da psicomotricidade na visão de vários autores. Cita alguns possíveis problemas de aprendizagem que a má definição da mesma pode acarretar. Propõem alternativas e possibilidades para trabalhá-la de modo a auxiliar no processo da aprendizagem escolar, e destaca a importância dos educadores respeitarem a tendência de lateralização de cada aluno, auxiliando com atividades corporais que afirmem sua lateralidade, dessa forma favorecendo para que os mesmos tenham pré-requisitos necessários para uma boa alfabetização. A lateralidade tem sido tema para muitos autores que se dedicam ao estudo da psicomotricidade, da linguagem e das dificuldades de aprendizagem. Para desenvolver este trabalho optou-se pela pesquisa bibliográfica com a utilização de obras na literatura existente para estudo do tema lateralidade. No desenvolvimento do estudo foram revistos diversos conceitos, observados fatos ligados ao tema e apresentadas alternativas para a ação pedagógica dos professores afim de propiciar um desenvolvimento favorável das potencialidades de cada aluno.
Palavras-chave: Psicomotricidade. Lateralidade. Aprendizagem
1 INTRODUÇÃO
Por acreditar na psicomotricidade e mediante algumas inquietações, dúvidas e curiosidade sobre o assunto, surgiram vários questionamentos. Esta pesquisa almeja buscar algumas respostas, principalmente para a questão: pode a lateralidade detectar e colaborar no ensino-aprendizagem da criança na escola?
O principal objetivo, demonstrar a importância de se trabalhar a relação de fatores psicomotores, dos quais destacamos a lateralidade na escola.
Sabe-se que a história da psicomotricidade nasce com a história do corpo. O homem é antes de tudo um ser falante e, ao dominar-se ele fala de seu corpo. Então, a educação psicomotora desenvolve esse aspecto comunicativo do corpo que dá ao indivíduo a possibilidade de dominar seu corpo.
Justifica-se a presente pesquisa pela necessidade de trabalhar a psicomotricidade, a fim de ajudar a criança a compreender e dominar seus movimentos percebendo assim o seu corpo globalmente, constituindo um todo em relação consigo mesmo e com o meio.
A partir da problematização evidenciada, realizou-se uma pesquisa bibliográfica com autores que escrevem sobre o assunto da psicomotricidade com ênfase especial à lateralidade e à importância desta função motora na aprendizagem. É uma abordagem qualitativa, de caráter descritivo, a fim de divulgar a necessidade de se conhecer e estimular as crianças para a realização de atividades motoras.
A pesquisa aborda definições da psicomotricidade destacando especificamente a lateralidade e os possíveis problemas de aprendizagem, causados pela não definição da lateralidade e como interferir, contribuindo para que a criança possa definir a sua lateralidade.
2 PSICOMOTRICIDADE: CONCEITUANDO ESPECIFICAMENTE A LATERALIDADE
De acordo com Barros (1993), o dado mais concreto, real e permanente que a criança possui é o seu próprio corpo, onde ficam registradas todas as experiências, sensações e sentimentos, sendo que a criança deve ser analisada de maneira geral, pois no ser humano, todos os sistemas estão inter-relacionados e são interdependentes. A criança vive num corpo que se relaciona, que se expressa, que faz movimentos e que sofre repressões.
Com o movimento do corpo e com a coordenação entre suas sensações, a criança sai do egocentrismo primitivo e inicia a elaboração do universo extremo. As atividades são iniciadas, por situações ou condições internas, que chamamos de motivo. Considerando esses motivos, a criança entra em contato com o mundo dos objetos.
Inicia assim as experiências e aos poucos a criança descobre as primeiras noções de dentro, fora e acima.
Lateralidade é a predileção a utilizar um dos lados do corpo, em todos os sentidos: mão, olho e pé. Já os movimentos bilaterais são aqueles que em se usa ambos os lados de com a mesma desenvoltura, como por exemplo, pegar uma bola com as duas mãos, já os movimentos unilaterais envolvem o uso de apenas de um lado do corpo, como por exemplo, escrever apenas com a mão direita, ou esquerda.
Conforme Le Boulch (2001, p.):
A lateralização é a manifestação de um predomínio motor relacionado com as partes do corpo que integram suas metades direita e esquerda, predomínio este que, por sua vez, se vincula á aceleração do processo de maturação dos centros sensório-motores de um dos hemisférios cerebrais. Já para Defontaine a lateralidade refere-se à dominância de um lado do corpo sobre o outro.
2.1.1 VISÃO DOS AUTORES SOBRE PSICOMOTRICIDADE
Fonseca (1998) salienta que a evolução da motricidade deve ser perspectivada desde o desenvolvimento da motricidade fetal.
O autor considera que o próprio momento do parto, provoca alterações no desenvolvimento da motricidade, conforme as tradições e pressões existentes naquele momento.
Destaca Fonseca que as primeiras estruturas do comportamento humano são inicialmente de ordem motora e no decorrer de seu desenvolvimento passam para ordem mental. Conforme o contato que a criança tiver com o meio onde vive, a motricidade cada vez mais terá dependência da consciência.
Argumenta o autor, que a criança faz-se entender por meio de gestos desde os primeiros dias de sua vida, e até o momento da linguagem o movimento constitui-se quase que a expressão global de suas necessidades.
Fonseca salienta que a criança toma contato com o mundo através dos movimentos. E é por um verdadeiro diálogo tônico que a criança se introduz na cultura.
Por muito tempo, a forma de contato que a criança faz com o mundo é feita particularmente com a mãe através de um verdadeiro diálogo corporal e gestual. As primeiras relações ocasionarão uma alternação da tonicidade do indivíduo que traduzem esquemas de reação, sendo uns hipertônicos, outros hipotônicos.
Estas impressões modificarão a musculatura e assim irão constituir a história do indivíduo, refletida numa diferenciada compleição motora.
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