Paideia - A educação na Antiguidade Grega
Por: alinedupin • 30/10/2015 • Trabalho acadêmico • 1.664 Palavras (7 Páginas) • 733 Visualizações
A educação na Antiguidade grega: a Paideia
Na Grécia antiga, a Paideia era um ideal de formação educacional, que procurava desenvolver o homem em todas as suas potencialidades, alegando-se que, assim, este seria um cidadão melhor. A educação física sempre recebeu um grande destaque, sendo a Grécia antiga o berço das olimpíadas, porém a formação moral e estética recebiam igual valorização.
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Fonte: Filosofia em ação! (2013, [on line])
PERÍODOS DA HISTÓRIA DA GRÉCIA ANTIGA
- Civilização micênica – séculos XX a XII a.C.: viviam sob o regime de comunidade primitiva. Com o passar dos anos, a figura do guerreiro recebeu grande destaque, formando uma aristocracia militar.
- Tempos homéricos – séculos XII a VIII a.C.: acreditavam que as ações humanas eram influenciadas pelo sobrenatural. Os mitos gregos eram cantados ou recitados em praça pública. Para eles, ser escolhido pelos deuses é sinal de valor, força e superioridade.
- Período arcaico – séculos VIII a VI a.C.: ocorreram grandes transformações nas relações sociais e políticas e o início da passagem da predominância do mundo mítico para a reflexão mais racionalizada e a discussão. Neste período a escrita foi desligada do “sagrado”, iniciou a utilização da moeda, a formação das cidades-estados, as leis escritas por legisladores e apareceram os primeiros filósofos.
- Período clássico – séculos V e IV a. C.: é o apogeu da civilização grega, onde forma plenamente desenvolvidas as artes, literatura e filosofia. Criou-se a “democracia escravista”, onde os homens livres tinham o direito de decidir e podiam se dedicar às funções teóricas, políticas e de lazer, enquanto os escravos faziam o trabalho braçal.
- Período helenístico – séculos III e II a. C.: devido a desavenças entre as cidades-estado, a Macedônia aproveitou a oportunidade e conquistou as cidades gregas. Mais tarde, Alexandre, o Grande, expandiu as conquistas pela Ásia e África, formando um império. (ARANHA, 2006, p. 58-59).
EDUCAÇÃO
A educação grega estava voltada para a formação integral do indivíduo – corpo e mente. De acordo com a época ou o lugar, dava-se ênfase maior à prática esportiva, à formação militar ou ao debate intelectual.
Quando ainda não existia a escrita, a educação era realizada pela própria família, segundo a tradição religiosa. Com o surgimento das Pólis nascem as primeiras escolas, mas mesmo com o aparecimento da oferta escolar, a educação permanecia elitizada atendia principalmente os filhos da antiga nobreza e os pertencentes a famílias de comerciantes ricos.
Um aspecto comum às Pólis gregas era o de que a transmissão de cultura não era realizada somente nas escolas ou nas famílias, mas também nas atividades coletivas, como em jogos, teatros, reuniões políticas e artes. A educação grega tinha duas finalidades ou objetivos: desenvolver o cidadão fiel ao estado e formar o homem com plena harmonia e domínio de si, prepará-lo para a cidadania e os deveres cívicos.
A Educação espartana
A educação espartana incluía o aprendizado do oficio das armas e se limitava, quase exclusivamente, ao treinamento militar. Os cuidados com o corpo começavam com uma política de melhoramento da espécie: as mulheres eram obrigadas a se fortalecerem, pois esperava-se que assim gerariam filhos mais fortes e sadios. Os deficientes ou frágeis demais eram abandonados.
As crianças permaneciam com a família até os 7 anos, após este período recebiam uma educação pública e gratuita do Estado e viviam em grupos divididos por idades. Até os doze anos, as crianças espartanas aprendiam música e poesia, depois a educação física se transformava em um treino militar, tinham que suportar frio, fome, dormir sem conforto algum e vestir-se de forma simples. A educação moral dava ênfase a obediência, a aceitação dos castigos físicos e o respeito aos mais velhos e privilegiava a vida comunitária. O ideal de cavalheiro dos tempos homéricos foi substituído pelo devotamento ao estado, o ensino da poesia e da música tornou-se quase nulo. Os espartanos não apreciavam os debates e nem os discursos longos. Entre as cidades da Grécia Antiga, as da Lacônia foram as que mais ofereceram atenção as mulheres, elas participavam das atividades físicas, corridas, lançamento de disco, exercícios de salto e dança.
A Educação ateniense
A concepção ateniense de Estado fez surgir a figura do cidadão da Pólis e com a ascensão da classe dos comerciantes surge outro exercício de poder e também um novo tipo de educação, que não mais privilegia o pequeno grupo da aristocracia. Pouco a pouco os cidadãos livres conquistam esse direito, e a educação aristocrática se estende.
A educação se iniciava aos 7 anos. As meninas permaneciam em um local da casa onde as mulheres realizam os afazeres domésticos. Já os meninos iniciavam a alfabetização e a educação física e musical, acompanhados por um escravo, conhecido como pedagogo.
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Fonte: ANTIGUIDADE... (23 abr. 2012, [on line])
Com o tempo, a medida que aumentou a exigência de melhor formação intelectual, delinearam-se três níveis de educação: elementar, secundária e superior.
A educação elementar era concluída por volta dos 13 anos. As crianças mais pobres saíam em busca de um ofício, já os filhos de família rica prosseguiam os estudos. A educação superior teve início com os sofistas, por volta do século V a. C.
Não havia educação profissional, pois os ofícios eram aprendidos na prática.
Segundo Aranha (2006, p. 66), as mudanças ocorreram devido as novas exigências da vida nas pólis, pois a política precisava de cidadãos que soubessem convencer pela palavra.
A antiga educação, baseada na ginástica, na música e na gramática deixa de ser suficiente. Surge então o modelo ideal de educação grega, que aparece como Paidéia, que tem como objetivo geral construir o homem como homem e cidadão. Platão define Paidéia da seguinte maneira “(...) a essência de toda a verdadeira educação ou Paidéia é a que dá ao homem o desejo e a ânsia de se tornar um cidadão perfeito e o ensina a mandar e a obedecer, tendo a justiça como fundamento”. (CONCEIÇÃO, 2013, p. 6)
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