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Pedagogia Social - Educador Social e a Educação Social

Por:   •  14/8/2017  •  Artigo  •  6.286 Palavras (26 Páginas)  •  490 Visualizações

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PEDAGOGIA SOCIAL – O EDUCADOR SOCIAL E A EDUCAÇÃO SOCIAL.

Acadêmica: Ângela Forlin da Silva

Pedagogia: Docência em Gestão Educacional

Universidade Estadual do Centro-Oeste do     Paraná, UNICENTRO, Campus de Chopinzinho

Orientadora: Suzete Terezinha Orzechowski

RESUMO: Entender o complexo fazer do Educador Social, como também sua importância no contexto social do cenário educacional imprime uma visão abrangente sobre a necessária formação inicial para a Pedagogia. Existe a  urgência na implantação de objetivos que promovam a esperança, dando dignidade às crianças, jovens e adultos, destituídos de cidadania. O texto tem por objetivo analisar as práticas educacionais em contextos não escolares e traz como campo de pesquisa o SCFV-  Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos  município de Chopinzinho, no Estado do Paraná. A pesquisa é bibliográfica com observação no campo delimitado e análise documental para a coleta de dados.  

Palavras Chaves: Educação, Criança, Social.

Introdução:         

O presente artigo analisa o Educador social e a Educação social, com pesquisa bibliográfica, observação e pesquisa de campo. Fazendo uma breve análise histórica e a atuação na atualidade deste educador. Entendemos que muitas são as análises sobre educação e exclusão social e uma das preocupações recai nas políticas públicas e sua efetivação, principalmente com adolescentes e jovens.

O objetivo desta pesquisa é analisar e entender a ação do educador social e suas contribuições para os menos favorecidos. O Brasil vem enfrentando críticas ao modelo econômico-político onde os conflitos sociais estão fundamentados na interpretação sobre o significado de justiça. É neste contexto que os posicionamentos ganham importância sobre os processos que se relacionam com a educação social. O educador social é cada vez mais solicitado para promover a educação em espaços não escolares, isso porque esses espaços são cada vez mais demandados em uma sociedade excludente (CALIMAN, 2006).  

Ao educador social se confere uma função de educar aqueles que não foram alcançados pela educação formal. Destas populações, podemos citar:  populações indígenas, quilombolas, rurais, mulheres, crianças, adolescentes, idosos, presos, moradores de ruas,  portadores de necessidades especiais e os desempregados. Enfim, na maioria dos segmentos populacionais à exclusão do processo educacional está presente. É nesta realidade que a educação social tem por objetivo a inclusão dos marginalizados no contexto social, proporcionando apoio e condições para que superem as dificuldades que se apresentam na realidade onde se inserem. (CALIMAN,2006).

Entretanto, a educação social vem se construindo sem uma formação específica, encontrando apoio teórico-metodológico para suas análises na concepção da Pedagogia Social. Tal concepção, no Brasil, precisa ser incluida no grupo das Ciências da Educação, para que se alcance os objetivos a que  se destina. (Teylor, 1989). E, portanto,  há necessidade, também, de definir o papel do profissional da Pedagogia que atualmente, está sendo chamado à atender a função do Educador Social. É função de pedagogos e educadores sociais as análises de forma autônoma para que cada pessoa tome consciência dos dilemas socioculturais a superar e buscar a transformação da sua realidade. Neste sentido a pedagogia e educação social se articulam, por meio da concepção da Pedagogia Social (MACHADO, 2012). Para tanto, é imprescindível a manutenção do diálogo constante entre os educadores, o qual promove a reflexão em prol da transformação desejada e se sustenta na construção do conhecimento significativo e pela politização consciente agregado aos Valores Humanos em amparo à vida (CALIMAN, 2010).

O texto busca tratar destas questões trazendo à tona a Pedagogia Social e sua construção histórica no Brasil, desafios e perspectivas.  A prática pedagógica da Pedagogia Social entre educadores sociais do SCFV em Chopinzinho/Pr.

2- BREVE HISTÓRICO DA PEDAGOGIA SOCIAL NO BRASIL.

        A educação social        é proposta de nossa condição histórica, onde a prática de políticas sociais permaneceram, por longos períodos à margem dos objetivos de bem-estar da população. As dificuldades surgidas à décadas com um sistema capitalista rígido e dominante, impediu que a sensibilidade da sociedade como um todo, assumisse compromissos com a massa excluída de nossa população. Segundo Silva:

 

O quadro ou o cenário da realidade é profundamente complexo em relação a acontecimento histórico aos valores, interesses econômicos contraditórios às causas e efeitos geradores de exclusão social que requerem e exigem uma reconstrução histórica profunda, com identificação refeita e redimensionada de concepções reconstruídas e reconceitualizadas do ponto de vista histórico, holístico e heurístico e interdisciplinar. (SILVA, 2011, p.287).

        Afirma-se com o passar dos anos, mais precisamente à partir dos anos de 1960,  o surgimento de grande número de entidade visando amenizar o sofrimento da parcela social excluída, possibilitando uma visão mais humana sobre a educação, fundamenta no princípio do voluntariado. A LDB- Legião da boa Vontade, foi um exemplo do início deste tipo de trabalho, no Brasil. Nesse estágio, ocorreram mudanças também no âmbito educacional escolar, dado a visão crescente das necessidades de ordem social e econômica, exigindo de todos os segmentos, postura para atender a demanda social. Impulsionado pela pressão da sociedade consciente, o estado buscou regulamentar a condução de um novo processo formativo dentro do sistema educacional, como também junto as comunidades ora esquecidas (Fazenda, 1988). Na década de 1970, sob forte pressão do regime militar a educação social se instala, por meio de organizações coletivas impulsionadas por igrejas, associações de bairros e clube de mães. Estes espaços, promoveram oficinas e cursos diversos, também se instalaram creches, mesmo sofrendo críticas de outros segmentos. Essas alternativas viabilizaram ações concretas possibilitando o desenvolvimento de camadas que eram esquecidas pelo estado. Silva aponta que:

[...] as questões proeminentes que preocupavam os cientistas sociais e educadores eram temas ligados ao desenvolvimento econômico, à modernização e à participação política, à democracia ou à mobilidade social ligadas direta ou indiretamente à educação. (SILVA, 2011, p.286).

        Entende-se com isso que na década dos anos de 1980, o Brasil obteve mudanças significativas, pois nesse período surgiu uma nova ordem política com o processo de abertura, reduzindo o estado militar. Neste período a sociedade civil como também a política, permitiu o surgimento de inúmeras associações, modificando e melhorando as condições de atendimento ao estado crítico que se encontrava o tecido social. A população iniciou a caminhada com participação na condução do Estado, intervindo de forma benéfica nas camadas mais atingidas. As diferenças sociais eram imensas, não havendo saneamento básico, saúde, educação, habitação entre outros tantos segmentos que não eram prioridade. Foi o início da tomada de consciência do direito à cidadania até então sufocada pela ditadura militar.  Souza Neto explica que instituições, as autoridades e os violadores de direitos aparecem como bondosos e virtuosos, e, no caso supostamente abandonados e delinquentes, o juiz aparece como um pai bondoso que corrige os desvios e as injustiças. (SOUZA NETO, 2009, p.258).

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