Produção de texto em sala de aula
Por: talitaariely7 • 4/6/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 1.825 Palavras (8 Páginas) • 323 Visualizações
RESUMO
A linguagem é uma forma de interação entre as pessoas, através dela as pessoas expressam seus pensamentos e transmitem informações. Nesse processo de interação verbal são produzidos os discursos que estão presentes tanto na vida pessoal como na vida social. Os discursos se manifestam por meio dos textos, orais ou escritos, onde alguém diz algo para outra pessoa. Percebe-se, assim que há uma estreita relação entre a linguagem e a participação social.
INTRODUÇÃO
Produção de texto não é a mesma coisa que redação. Até recentemente, no ensino de português frisava-se o ensino da gramática, conhecido como um conjunto de regras que devem ser seguidas para falar e escrever corretamente, com isso trabalhava-se a metalinguagem e não a linguagem.
E muitas vezes, isso se dava através das redações. O exercício da redação se dá de forma artificial, forçada do emprego da língua, constituindo-se numa produção de texto para a escola e para o professor. Sendo assim, a prática da produção de textos não deve ser entendida como o exercício da redação.
Para esse tipo de atividade em sala, diferentemente da redação, o professor deve levar o aluno a senti-lo como coautor desenvolvendo no aluno/autor sentimentos de pertinência a escrita e formatação do texto. Não puni-los com frases como ilegível, sem pé nem cabeça, mas levá-lo a reescrever o texto sanando essas partes, tornando-as legíveis.
Nesse sentido o professor seria o interlocutor de seus alunos e não mais avaliador de seus textos. O que muitas vezes em sala de aula não é possível, devido à quantidade de textos produzidos em sala de aula, onde, na correção, o professor atenta apenas para as marcas de erros ou incorreções. Devolvidos para aos alunos, os textos serão esquecidos e as correções idem.
METODOLOGIA NA PRODUÇÃO DE TEXTO EM SALA DE AULA.
Escrever um texto parece ser sempre a maior dificuldade enfrentada nas salas de aula de todos os níveis de ensino. Estudantes do ensino fundamental não se cansam de repetir o quanto lhes é difícil o exercício da produção escrita. Professores, por sua, também se queixam da qualidade dos textos de seus alunos. No entanto, mais importante que a simples constatação dessesproblemas parece-nos ser a identificação de suas raízes e descobrir o que elas revelam. Daí se pode pensar em buscar soluções. Para nós, colocam-se como ponto de partida para essa análise, respostas às perguntas para que escrevemos? E para quem escrevemos? Essas respostas muito provavelmente definirão o que escrever e como escrever. É claro que essa relação entre questionamento, resposta e orientação da produção escrita não é assim tão automática, como pode parecer.
Alguns aspectos apresentam-se como relevantes nessa análise, tais como a presença do interlocutor na imagem daquele que escreve as condições da produção de texto e as relações entre leitura e produção escrita. Gramsci (1987), ao considerar a linguagem a mais simples manifestação da atividade intelectual, já afirmava que: “ se é verdade que toda linguagem contém os elementos de uma concepção do mundo e de uma cultura, será igualmente verdade que a partir da linguagem de cada um, é possivel julgar da maior ou menor complexidade da sua concepção de mundo”
AS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO DE UM TEXTO
Normalmente, nas salas de aula, não se produzem textos em que um sujeito diz a sua palavra. Na verdade, as condições de produção de textos não são favoráveis a aquele que escreve: o aluno é descaracterizado enquanto sujeito e se vê obrigado a reproduzir modelos prévios para obter nota.
A natureza do texto escrito não se caracteriza unicamente pela linguagem, mas também pelos propósitos e condições que determinam sua construção. É assim que a produção de textos pode ser ou não só o resultado de manifestações de experiências. Antes de tudo, é preciso considerar que o texto escrito e o oral diferem em natureza,uma vez que, no primeiro, não há uma transferência completa de certos recursos da oralidade, os quais envolvem o interlocutor, tais como a entonação, a mímica, a ênfase. Isso faz com que o autor do texto use outras marcas linguísticas que deem conta desse fenômeno.
Sabemos que a possibilidade de o produtor de textos fazer uso dos múltiplos recursos de que a língua dispõe para se construir a textualidade não advém somente do âmbito da sala de aula, mas não podemos negar que a construção dessas experiências se da principalmente nesse espaço, e o papel do professor assume lugar de destaque nesse processo.
Do mesmo modo, a organização de um texto produz efeitos os mais diversos possíveis para o leitor. Exemplo disso é a organização do texto em parágrafos, os quais tem seu papel na produção dos sentidos do texto. Nesse sentido, eles não podem ser entendidos como um mero recurso estético, marcado aleatoriamente. Há uma forte relação entre essa organização e a estrutura semântica, formal e discursiva do texto. No entanto, nem sempre ficam claras para o aluno produtor de textos que a divisão em parágrafos fornece ao leitor maduro pistas para a estruturação de textos.
O leitor prevê, a partir da quebra dos parágrafos, uma ruptura na continuidade do tema ou subtema que vem sendo desenvolvido, anunciando o inicio de uma nova unidade.Outro aspecto importante a ser discutido no trabalho de produção escrita é a busca da coerência, que rege não só a atividade de leitura e de escrita, como outras atividades humanas. Ela acontece quando é considerada a estrutura global do texto, desde a intenção do autor até as estruturas linguísticas em que se manifestam essa intenção.Então,processo de produção de texto que se constitua como uma pratica social, na qual o produtor atue como sujeito do seu dizer, não pode deixar de considerar suas condições de produção, seja no resgate do discurso oral do autor, precedendo o ato de redigir, seja na ampliação das possibilidades de uso dos diversos recursos linguísticos para essa produção. Essa ultima garante-se, sobretudo, nas salas de aula, pela orientação de leitura que tenha por objetivo a formação
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